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terça-feira, 19 de abril de 2011

Morte ou sobrevida à "figueira assassina"?

Mais uma vez, a figueira centenária do Parque Celso Daniel volta a ser notícia. Na noite da última quinta-feira ela não feriu; matou. Matou? Ela?

A vida de uma senhora, aposentada, de 68 anos, não tem preço. Quem tem família sabe! Não importa se Leda caminhava, corria ou tomava suco na lanchonete.

Naquela tarde/noite, excepcionalmente, troquei de parque e de horário. Caminhei por 60 minutos, entre 17h30min e 18h30min. Foram sete quilômetros, sem evitar a figueira,nem a escuridão na parte baixa do espaço.

Afinal, não tenho bola-de-cristal! O acidente aconteceu um pouco depois.Poderia ser evitado? Lógico que sim! Mas não foi a árvore quem matou.

Quem deve responder judicialmente, por danos morais e materiais, é o Poder Público. Qualquer pessoa poderia ser vítima do descuido ou da irresponsabilidade. Inclusive este caipira metido a besta.

Não li nem ouvi declaração clara e convincente dos homens do Departamento de Parques e Áreas Verdes, vinculado à Secretaria de Obras e Serviços Públicos.

Há pelo menos 10 anos a figueira tombada pelo Comdephaapasa -- Conselho Municipal de Defesa... -- apresenta debilidade provocada por fungos.

Administrações anteriores pensaram em sacrificá-la, mas movimentos de defesa prevaleceram e figueira sobreviveu. Mesmo doente! Então, não se pode afirmar que o ocorrido foi surpresa para quem cuida da manutenção dos nossos parques.

A discussão predominante, agora, é cortar ou não a "figueira assassina". Há quem sugira prisão perpétua para a figueira, mas muitos defendem a pena de morte. Decaptar é o melhor remédio -- argumentam.

Outros a absolvem. "Não houve intenção de matar" -- justificam. Também há quem, como eu, opte pela sobrevida, desde que o tratamento seja contínuo e eficaz. Sem negligência!

Sem se esquecer de que o paciente clama por cama cativa, UTI permanente e isolamento maior do que o atual. Meus amigos, atletas ou simples caminhantes, que me desculpem, mas a pista jamais seria a mesma.

Enquanto se discutem as penas a serem aplicadas à "figueira assassina", os verdadeiros responsáveis lamentam o peça do destino, dão explicações vazias e tiram da reta.

Quem sabe o fato acorde nossos políticos para uma realidade escamoteada por embelazamentos superficiais quase sempre em detrimento de cuidados primordiais?

Talvez o próximo "assassino" seja um velho eucalipto do Parque Regional, outra figueira, agora do Ipiranguinha, ou um pinheiro da Chácara Pignatari. Todos já têm passagem pela Polícia.

Também pode ser aquela pequena goiabeira do Parque Central ou o pé de hortelã do Parque Escola. O atual gramado do Estádio Bruno Daniel também pode matar. Atenção, além de esburacado, a "grama está alta"!

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