Seguidores

terça-feira, 7 de abril de 2015

Prós e contras de uma (cara) ciclofaixa

Inaugurada em fevereiro, com custo questionável de aproximadamente R$ 5 milhões, a ciclofaixa implantada pela Prefeitura de Santo André tem sido motivo de críticas e elogios.

São  10,1 quilômetros exclusivos para os ciclistas. Circuito dominical tem início no Paço Municipal e segue pela avenida Perimetral, Santos Dumont, Artur de Queirós, General Glicério, Industrial, Padre Vieira (junto ao parque Celso Daniel) e rua das Figueiras.

Atividade física propriamente dita vai das 8h30min até 14h30min, mas ruas e avenidas são ocupadas das 6h até as 16h30min, por conta da necessidade de montagem e desmontagem, que incluem colocação de cones, sinalização e interdição de ruas.

E é exatamente aí que a roda pega. Não se discutem a importância e a utilidade de um espaço específico para o ciclista de todas as idades, com a adesão de família e amigos. Atividade física, lazer,  integração social e ganho de qualidade de vida são inquestionáveis.

Porém, não há como fechar os olhos para os gastos e os transtornos causados ao trânsito. Especialmente  do centro e dos bairros Casa Branca e Jardim, vilas Bastos e Assunção.

Há momentos, espaçados nessas mais de 10 horas, em que atravessar ruas e avenidas vira um caos. Tente, por exemplo, chegar à vila Assunção vindo pela Santos Dumont. Vai penar porque o acesso -- no mínimo 50 veículos por minuto -- pela Guilherme Marconi está bloqueado. Haja volta!

Trânsito também  é mais prejudicado na Santos Dumont com a Artur de Queirós, na General Glicério com Luís Pinto Fláquer e Bernardino de Campos, na estação com a Industrial, na Padre Vieira com a D. Pedro II e na rua das Figueiras.

Outro gargalo  pontual tem lugar na avenida José Amazonas por causa do farol. Assim como no acesso à avenida Perimetral, próximo ao estacionamento do Paço e ao  Diario do Grande ABC. Passei por isso domingo ao meio-dia.

Como a intenção  dos responsáveis pela Prefeitura é ampliar o percurso para quatro parques -- Celso Daniel, Pignatari, Juventude e Central, é bom colocar as barbas de molho.

Para o amigo ciclista vai ser uma maravilha, mas para a mobilidade veicular a expectativa é de caos.
Pode ter uma semana de camelo e um domingo de cão.

A não ser que o DET (Departamento de Engenharia de Tráfego), vinculado à Secretaria de Mobilidade Urbana e Obras Públicas,  estude muito bem os próximos passos e avalie prós e contras com profissionalismo e extrema rigidez técnica.

Se a preocupação se limitar a agradar e dar mais visibilidade ao prefeito, além de satisfazer a apenas um segmento significativo da população -- cerca de 4/5 mil por domingo -- o DET pode dar com os burros n'água.

É bom reavaliar a situação atual, corrigir algumas distorções e depois, sim, ampliar o circuito do pedal. Fica, também, a sugestão para que observem os custos e não se esqueçam do que é, realmente, prioritário.

Segundo um amigo,  especialista em pinturas, o custo de R$ 5 milhões anuais para manter e fazer funcionar os 10,1 quilômetros já foi exorbitante, assim como em São Paulo. "Eu pintaria com qualidade, por bem menos, e ainda daria os cones de brinde" -- garante Pedro Sarti,  o Pedrão.    

Nenhum comentário:

Postar um comentário