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sábado, 3 de julho de 2010

O rolo compressor e o CD pirata

Tiririca: Totó, Raddi, Cal e Scarpin; Douglas e Dênis... Por favor, me levem a sério. Não é piada! Esse sistema defensivo, com goleiro, uma linha de quatro zagueiros e dois volantes, desfila futebol de gente grande no Primeiro de Maio. Vale lembrar que, para alguns, o verbo desfilar ficaria melhor no passado. Quem viu, viu! Quem não viu, quem sabe dê sorte se acompanhar os filhos.

Então... Com um goleiro bom e meio maluco -- antes louco, né? --, quatro zagueiros com peso e experiência indiscutíveis e dois volantes que ainda marcam com desenvoltura dungueana (?) e saem pro jogo com extrema habilidade, nosso sistema defensivo não ficaria a dever aos limitadíssimos irmãos argentinos eliminados da Copa.

Nosso ataque até que poderia ser completado com Messi, Higuain, Aguero, Milito, Tevez e cia, mas a defesa argentina é uma teta, uma peneira, um convite ao massacre. Como se não bastasse, Mascherano fica correndo sozinho, feito tonto, atrás de meias adversários. Meus volantes de contenção, os filhos do Totó, dariam conta do recado.

Como se não bastassem as limitações defensivas, meias e atacantes argentinos também não funcionaram. A Alemanha pode até não ser campeã, mas deu uma verdadeira aula de futebol. Mostrou superioridade tática, técnica, física, intelectual e emocional.

No banco, Maradona mostrou-se impotente diante de um rolo compressor. Deve ter se sentido como aquele monte de CDs piratas prestes a serem esmagados, triturados, sem dó. Mesmo porque, Maradona também não seria capaz de fazer nada. Quem manda mesmo e entende de tática é Carlos Bilardo. Maradona entra com o carisma, com o passado brilhante. Só!

A Alemanha desse monstro chamado Schweinsteiger foi brilhante, quase perfeita do goleiro ao ponta-esquerda. Ponta-esquerda é força de expressão que assombra a todos nós, cinquentões. Sem bem que Podolski adora jogar mais aberto.

Por isso a Argentina perdeu de pouco. Cabia mais! Por isso, tanto quanto nós brasileiros, a Argentina chora. Por isso, como nós, talvez los hermanos também precisem repensar seus conceitos. Jogam menos do que pensam.

Como lembrou meu amigo Douglas, hoje de manhã na Padaria Brasileira, " é preciso sair da zona de conforto". Enganosamente confortável, espantosamente perigosa. Por isso, como nós, talvez tenham errado na abertura do jogo e, ao invés de dizer "não ao racismo", devem ser dito "não ao futebol". Com ou sem arte.

Só pra concluir: 1- meu time de amigos também perderia da Alemanha de hoje; 2- que não pensem em sacrificar apenas Messi, eleito o melhor do mundo e que volta da África sem brilhar e sem fazer ao menos um golzinho.

Temos a mania de pegar o craque e achar que ele resolve tudo sozinho, na hora que quiser.
Assim também acontece com outros ídolos que já assistem à Copa pela TV. Cristiano Ronaldo, Kaká, Drogba, Lampard, Gerrard, Rooney...

Ou será que alguém acha que o incomparável Pelé jogava por 11? Tanto no Santos encantado quanto nas seleções brasileiras três vezes campeãs mundiais, o senhor Edson era rodeado de quem também entendia do riscado. Lembrete: exceção a Pelé, todos os outros craques eram humanos.

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