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quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Ramalhão vence líder e respira

Quem foi ao Bruno José Daniel para ver o líder o Campeonato Brasileiro saiu decepcionado. O Palmeiras foi previsível, jogou mal e virou refém do medo de perder. Quem foi para empurrar um time ainda ameaçado pelo rebaixamento saiu feliz e esperançoso. O Santo André não foi brilhante tecnicamente -- nem precisava --, mas teve atitude e raça incomuns. Não teve inspiração, mas exalou transpiração do primeiro ao último minuto.

O palmeirense que foi para aplaudir Marcos, Diego Souza, Cleiton Xavier, Vagner Love e Obina saiu duplamente frustrado: com o resultado negativo e com um futebol nada criativo, limitado a bolas esticadas ou levantadas com chutões de uma defesa limitada. E amedrontado com a possibilidade de deixar o título escapar pelos vãos dos dedos. O andreense, não! Viu um grupo guerreiro, a superar limites técnicos a cada dividida. Viu as proezas de Neneca e desta vez não levou tanto susto com a zaga -- nada perfeita, ainda bate cabeças --, embora o Palmeiras tivesse criado mais oportunidades de gol.

Pelo menos ontem, a eficácia do esquema ousado montado por Sérgio Soares foi comprovada no todo. E duas individualidades devem ser destacadas. Como único volante de contenção verdadeiro, Ricardo Conceição anulou Diego Souza, um dos ícones do Palmeiras. Em compensação, do outro lado, os volantes Edmilson e Souza não achavam os meias Marcelinho Carioca e Camilo, sempre livres às suas costas ou pelas beiradas do campo.

Outro destaque fica por conta de Nunes, que não faz bom campeonato. Também, cansou de jogar isolado, no discutível 3-6-1! Diante de uma defesa insegura, o centroavante não se limitou aos dois gols fáceis. Cansou de puxar a marcação dos zagueiros ou de um dos volantes, caiu pela esquerda com sabedoria, mostrou ousadia ofensiva e brigou o tempo todo. Ofuscou Vágner Love, mais uma vez. Os gols? Simples e merecidos prêmios por erros do Palmeiras, e oferecidos de bandeja por Camilo. Até eu faria. Se perdesse, seria vaiado por mais de 10 mil pessoas.

Enquanto o Santo André apresentou a atitude de quem ainda respira e luta para sair da UTI, o Palmeiras não teve bola nem cara de campeão. Pode até ganhar o título. Mais pela incompetência dos outros do que por competência própria.

Assisti ao jogo entre dois amigos palmeirenses que têm o Santo André como segundo time. Ganhei em dose dupla. Pela boa companhia e pelos 2 a 0 indiscutíveis. Fabiano e Marquinhos saíram frustrados e com a pulga atrás da orelha. Afinal, que líder é esse?

Lógico que nada está definido. Porém, o resultado pode desnudar as fragilidades do líder na reta final e motivar o Santo André. Sem deixar de lembrar que vitórias encobrem falhas que não podem se repetir nas próximas sete rodadas. Díficil acreditar que Cruzeiro, Grêmio, Corinthians, Goiás, Avaí, Náutico e Internacional darão tanto mole quanto o previsível Palmeiras de Muricy Ramalho, sinônimo de capacidade e falta de educação. Quando perde, só dá patada.

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