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quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Ramalhinho Ramalhão

Juro que gostei do que vi ontem à noite no Bruno Daniel. Apesar do frio, fui um dos quase 700 torcedores presentes para prestigiar e avaliar o Ramalhão sem as lentes da TV.

In loco, com direito ao amendoim do falante Galinha e à companhia de gente que realmente gosta do Santo André, pude ver um time misto com cara de titular. Foram tantas mudanças que parecia uma espécie de Ramalhinho.

Do começo ao fim o que se viu foi um grupo aplicado, solidário e disposto a disputar cada palmo de campo. Um time com atitude. Em momento algum o grupo de Sérgio Soares reduziu a velocidade ou abriu mão da marcação pegajosa, ostensiva, iniciada pelos dois atacantes e por um meia, Pio.

Previa-se um jogo difícil, equilibrado. Nada disso. Nem parecia que naquele momento o Santo André ocupava a zona de degola e o América Mineiro beliscava o G-4. Como um todo, sem brilho de individualidades, o Ramalhão fez do conjunto um exemplo de dedicação.

Montada num 4-4-2, a equipe da Vila Pires liberava laterais e meio-campistas quando de posse de bola. Apenas Alê ficava na proteção, embora também tenha ousado atacar em duas ou três oportunidades.

No 3-5-2, o time mineiro foi engolido. Não chegou uma vez com real perigo no primeiro tempo, quando já perdia por 2 a 0 e não conseguia nem ao menos contragolpear. Também, pudera, não encontrava espaço nem pra respirar.

Tecnicamente, o Ramalhão não precisou ser brilhante. Taticamente, foi exemplar. Fisicamente, foi eletrizante. Fez um gol de pênalti com Nando e outro de fora da área com Cicinho. Foi pouco!
Uma surpresa agradável.

E voltou para o segundo tempo com a mesma sede. Com mais espaços, já que o adversário saiu um pouco mais para o ataque, o time de Ronan fez o terceiro gol antes dos 15 minutos. Pio acertou um canudo de fora da área, no ângulo direito.

Quando se pensou em goleada, desenhada, inevitável, a equipe desperdiçou mais duas oportunidades e em seguida perdeu a mão. As entradas de Walker e Xuxa nos lugares dos extenuados Makelelê e Altair fizeram o time cair.

Tanto que apareceram os erros de passe, algumas falhas de marcação no meio-campo, e a defesa ficou mais exposta às estocadas do América. Sozinho, Alê não poderia fazer milagres, embora tenha sido um dos melhores em campo ao lado de Pio.

Embora mantivesse a marcação pressionada no campo de ataque e a velocidade pós retomada de bola, o misto do Ramalhão não chegou mais, enquanto que o América mandou uma bola na trave.

No final, a torcida chegou a ficar preocupada com a queda de rendimento e bronqueada com os erros de passes, especialmente de Walker e Xuxa. Nada que a impedisse de aplaudir um Ramalhinho aplicado do primeiro ao último minuto e que mereceu deixar temporariamente o zona de descenso.

Mais tarde, em Joinville, o contraponto. O eterno rival e sempre estável e consistente São Caetano entrava de vez no G-4 ao derrotar o líder Coritiba por 2 a 1. Time de Sérgio Guedestem ótimo conjunto e está arrumadinho. Mas dizem que no final levou um sufoco e por pouco não cedeu o empate.

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