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sábado, 18 de setembro de 2010

De 11 camisas a uma cidade

Poucos se lembram, mas o aniversariante de hoje está completando 43 anos de vitórias e derrotas históricas. Começou com míseras, porém honrosas, 11 camisas e hoje pode ser comparado a uma cidade de 20 mil habitantes.

Nasceu Futebol Clube mas hoje responde por Esporte Clube. No entanto, jamais deixou de ser Santo André. Nasceu na antiga sede do Tiro de Guerra, junto à estação de trem, e hoje se ergue com imponência e galhardia no valorizado Parque Jaçatuba.

Poucos se lembram, mas o Ramalhão já esteve várias vezes na UTI. Antes de deixar de ser um time para virar um clube de verdade, o Ramalhão passou por poucas e boas. Hoje, tem um poliesportivo de fazer inveja.

Do outro lado da linha férrea, como dizem alguns preconceituosos do lado de cá, o Santo André cresceu de verdade e não fica a dever a co-irmãos mais velhos e talvez mais ricos como Primeiro de Maio e Aramaçan.

Com cerca de 4 mil sócios titulares, o que significa mais de 20 mil associados se considerarmos os dependentes, o Santo André de hoje se garante como clube, com patrimônio invejável. Isso sem falar na sede náutica, com a absorção do Clube de Campo. Se assemelha a uma cidade.

Poucos se lembram, até mesmo dentro do clube -- que pena! --, mas para chegar ao status atual, com tamanha grandeza, o nosso Santo André contou com homens de verdade a comandá-lo.

Todos tiveram sua importância. Alguns mais, outros menos. Todos são impagáveis. Brandão, Wigand, Amazonas, Acyr, Celso Lara, Breno, Duílio, Passarelli, Polesi, Germano, Livólis e Celso Luiz merecem respeito porque formam o time mais importante da história do clube.Significam bem mais do que uma galeria de fotos de ex-presidentes numa das salas do Jaçatuba.

Talvez tenha me esquecido de alguém, mas sei que convivi com todos. Convivência nem sempre serena, mas jamais desrespeitosa. Muito menos parcial. Diferenças de pontos de vista, nada mais. Em alguns momentos, a coisa pegava e a relação ficava estremecida. Passarelli, Polesi, Germano e Jairo que o digam.

Alguns tinham os limites nas quatro linhas do gramado. Outros tiveram a grandeza de olhar para o futuro e ousaram sonhar além futebol, com um clube que virou realidade.Virou cidade! O prefeito? Por méritos e pelos 15 anos na presidência, seria o amigo Jairo.

Jamais foram artilheiros, mas não passaram um jogo sequer sem fazer gol em prol de uma instituição. Jamais tomaram frangos, mas dificilmente sairiam ilesos. Ninguém é perfeito. Também erraram ou abusaram do poder.Tomaram suas bolas nas costas e pagaram alto preço.

Porém, esquecê-los, jamais! Presidentes, diretores, médicos, massagistas, roupeiros,gerentes, mordomos, técnicos, jogadores, supervisores... Todos fazem parte de uma história bonita, escrita com suor e lágrimas, com sorrisos e frustrações, com conquistas e derrotas inesquecíveis.

O Santo André só é o que é porque teve a comandá-lo homens que abriram mão da própria identidade -- quem não conhece o Celsinho, do Santo André? -- para se dedicar de corpo e alma a uma paixão. A família de muitos deles ficou para segundo plano. Saúde? Esquece!

Treinos, viagens, reuniões, jogos, entrevistas... problemas sem fim. E o convívio com pais, irmãos, filhos e amigos ficou na saudade. Tudo em nome de uma causa nobre chamada Santo André.

Que os sócios do clube não se esqueçam dos verdadeiros heróis de uma conquista eterna. Que os torcedores não se lembrem apenas de criticá-los quando o time não vai bem. Como agora, na agonia de novo rebaixamento. Que não culpem Celso Luiz e Jairo Livólis. Hoje, ônus e bônus do futebol andreense cabem aos donos do Saged.

Se o torcedor ou associado parar para pensar, vai ter sensatez suficiente para concluir que os gols de Tulica, Sandro Gaúcho, Barbosa, Da Silva, Nunes e cia só foram possíveis porque a tabela deu certo. Afinal, do outro lado estavam Livólis, Celso Luiz, Breno, Passarelli, Wigand e cia.

Duas cidades deverão render reverências eternas aos ex e ao atual presidente. Uma de 20 mil habitantes, fincada no Jaçatuba, e outra de 690 mil habitantes, a grande Santo André, a quem o futebol profissional já deu muito orgulho.

Parabéns, Santo André!O clube patrimonial é maior que o futebol, que os títulos, que os artilheiros, que os empresários forasteiros, que os usurpadores de plantão. Cuidado com eles!

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