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segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Maratona: 30 mil iguais e um irresponsável

A décima-oitava edição da Maratona Pão de Açúcar de Revezamento, realizada ontem em São Paulo, foi mais uma mostra do quão somos ou podemos nos enxergar como iguais. Foram mais de 30 mil pessoas, sem distinção de cor, religão, sexo, beleza, condicionamento atlético ou camada social.

Foi muito legal participar. Muita gente bonita, saudável, feliz. Mau humor ou condutas inadequadas? Nem pensar! Organização quase perfeita, percurso seletivo e de nível médio, apesar da ondulação do asfalto. Clima bom pra correr.

Nosso octeto fez os 42.195 metros em 4h44min14seg. Fiz 10 quilômetros em 55 minutos. Tempo razoável pra quem não se preocupa tanto com metas e vitórias. Afinal, somos, todos, 30 mil vencedores. Minha esposa, Angela, estreou fazendo cinco quilômetros em bons 32 minutos. Valeu, Chu!

Integramos uma das equipes -- 65 corredores esmeraldinos, no total -- do Primeiro de Maio, embora eu coordene a academia do EC Santo André. É que jogo futebol e a Angela dá aula no Primeiro de Maio e eu já havia assumido o compromisso de completar uma das equipes de oito atletas quando o pessoal do Ramalhão também resolveu participar. Fica para próxima. Se o Lucas, o Anderson e o Rogério me aceitarem! Juro que não foi traição.

Voltemos à bela promoção do Pão de Açúcar. Não sei nem quem venceu. Só vi o campeoníssimo Marilson passar como uma Ferrari logo após a largada. Também... não me interessa.

Como disse, foi importante me sentir igual. Faz um bem danado. Pena que o mundo seja tão diferente! O Ibirapuera foi igual. É o que importa!

Na verdade, só não gostei de duas situações. A primeira, comum em estádios de futebol, mostrou banheiros químicos sujos e malcheirosos. Era um absurdo! Não sei se dá pra evitar. Acho difícil. Parece que dá ca... diarréia em todo mundo no mesmo horário.

A segunda ressalva fica por conta da irresponsabilidade do motorista do ônibus -- AndreaTur é o nome da empresa -- que nos levou. Demorou simplesmente mais de duas horas para nos pegar de volta no portão combinado.

Pior do que isso. Cansados, suados, com fome -- haja barrinha de cereais! -- e com sono, ficamos estressados com tanta desculpa esfarrapada a cada ligação dos responsáveis por cobrar uma atitude coerente de um mau profissional.

Foi como passar quatro dias nas montanhas de Minas para aliviar qualquer tipo de tensão urbana e no retorno pegar um congestionamento quilométrico na Ayrton Senna.

Quando, enfim, o irresponsável chegou -- por sinal, com uma jovem acompanhante que não deveria estar lá --, entrei rapidamente e me ajeitei num banco junto à cabine.

Pela fresta da cortina, consegui ler um recado comum em coletivos. "Favor não conversar com o motorista. Beije, abrace, amasse". Pura ironia, considerando-se a situação. Beije e abrace talvez fosse um recado para sua acompanhante.

O "amasse" bem que poderia ter ficado por nossa conta. Se não fôssemos minimamente civilizados. Me controlei, mas juro que senti vontade de pegá-lo pelo pescoço.

E pensar que acordei às 4h da manhã, com o canto triste, confuso e insistente de um dos muitos sabiás madrugadores da rua Santo André. Seu nome? Please, don't go! Foi o som que me ocorreu.

Por favor, não vá! Olha a tradução! Dez horas depois... Será que meu amigo sabiá estava a avisar que o pós-maratona seria um martírio, pior que correr 42 quilômetros?

Apesar das ressalvas, valeu muito! Parabéns a todos os nossos campeões e obrigado ao pessoal do Primeiro de Maio.

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