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sexta-feira, 26 de abril de 2013

Paixão clubista, um desrespeito a Neymar

Não estou aqui pra defender Neymar. Tampouco o ultrapassado Luiz  Felipe Scolari. Porém, a torcida mineira passou dos limites.

Lógico que o direito de manifestação  do torcedor é incontestável. Principalmente porque a Seleção Brasileira voltou a jogar mal.  Só que a paixão clubista e a irracionalidade falaram mais alto.

Desde o início do amistoso, cada vez que o atleticano Rever pegava na bola era vaiado pela torcida do Cruzeiro e aplaudido pela do Galo.

Seu companheiro de zaga, Dedé, recém-contratado junto ao Vasco, era endeusado pelo mundo azul do Mineirão. E execrado pelo preto e branco.

Dedé mostrou certo nervosismo e cansou  de quebrar bola por falta de opção e de recurso técnico. Réver é bom, e até fez gol, mas precisa parar de jogar deitado. Carrinho fora do tempo é meio caminho andado para o fracasso.

Henrique é bom, mas entrou mal. Parecia juvenil. Na hora do vamos ver, Thiago Silva e David Luiz vão dar conta do recado. E Dante não é bobo não! 

Diego Cavalieri voltou a mostrar segurança de grandes goleiros e tem vaga assegurada na Copa das Confederações. Cássio não seria o melhor reserva. Eu chamaria Jéfferson e Rafael.

Nas laterais, Jean pode ser um bom reserva para Daniel Alves. Na esquerda, André Santos já deu o que tinha de dar. Tecnicamente, é bom. Mas marca mal  e desfila lentidão, além de falhar na cobertura ao quarto-zagueiro. Marcelo é mais jogador.

Meio-campo também não foi bem. Ralf e Paulinho não foram nem sombra do que mostram no Corinthians. Marcaram mal, ignoraram o passeio dos chilenos às suas costas e erraram passes em excesso. 

Fernando, do Grêmio,  é mais jogador que Ralf. Hernani e Ramirez devem ser convocados, mas não duvidem se Felipão escalar David Luiz de volante.   

Jadson também se limitou ao setor direito. Burocrático. Oscar joga mais e Ganso não se garante. Ronaldinho não jogou nada. Movimentou mais as mãos, os cabelos e os lábios do que os pés e a cabeça. Mas foi poupado pelo torcedor. Do Atlético, lógico! 

Enquanto isso Neymar era vaiado e chamado de pipoqueiro. Falou mais alto a paixão clubista. Neymar perdeu um gol e fez outro. E daí? É preciso entender que o garoto é gênio, mas não joga sozinho.

As vaias fazem parte do espetáculo e o jogador profissional tem de aprender a conviver com ela, mas não foram justas. Neymar pode exagerar nas quedas, mas cansou de levar porrada e jamais pipocou. Esperteza não é covardia.

Comando do ataque também não convenceu. Leandro Damião  se esforçou muito mas rendeu pouco. O time não ajudou. Pato entrou, não foi egoísta e participou do segundo gol. Só! Fred é mais confiável.

No coletivo, no conjunto, a Seleção decepcionou nos três setores. Sem entrosamento, o que é perdoável por falta de tempo pra treinar,  foi um arremedo tático. Faltou compactação e as individualidades não brilharam.

O Chile  jogou melhor, foi mais dinâmico, mais organizado e merecia vencer. E olha que não era o time titular, que disputa as eliminatórias da Copa do Mundo.

Quanto a Felipão, repito, já deu o que tinha de dar. Ganhou a Copa de 2002 porque tinha três erres (Ronaldo, Rivaldo e Ronaldinho) que desequilibravam. Defensivismo e discurso "familiar" já não colam, não são suficientes.

Meus preferidos são Tite, Mano Menezes e Ney Franco. Mas Felipão não tem culpa pelo desastre que mereceu vaias e olé em pleno Mineirão.  Gramado ralo também não ajudou. Bola estava muito viva. Para o Chile também.

Como brasileiro, espero que, com os titulares, a história seja outra na Copa das Confederações. Caso contrário, não chegamos nem às semifinais. Nosso futebol estagnou. É preciso acordar, ousar, trabalhar e mudar de atitude.

 

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