Apesar de ser católico não fervoroso e de morar a apenas 200 metros da igreja, não posso me definir como frequentador assíduo da Matriz de Santo André. Pra quem não sabe, é aquela cor-de-rosa, acima da Avenida Perimetral e próxima da Santa Casa e do Pronto-Socorro.
Há algum tempo, a igreja passa por pequenas reformas, principalmente, pelo que percebo, no telhado e na torre. E é aí que a roda pega. Na torre, onde está o antigo relógio que há cerca de meio século serve de orientação a moradores e trabalhadores da região.
Há bom tempo o relógio não funciona com a precisão suíça -- badaladas a mais ou a menos --, mas minha observação não se refere diretamente ao horário. Tem a ver com as novas cores do relógio.
Agora os indicativos de horas, pretos, estão sobre um fundo branco, enquanto que os mostradores, na cor laranja, se sobrepõem a um círculo azul.
Não sei de quem foi a idéia, mas não gostei. Além de feio, prejudicou a visibilidade. Principalmente pra quem não está tão próximo.
Inicialmente, pensei ter sido coisa de engenheiro, telhadista ou mestre de obras. Depois transferi a possível responsabilidade a beatas e ao padre. Pensei até em bispo, arcebispo e cardeal.
Só não joguei o arco-íris de cores de péssimo gosto nas costas do papa porque de lá, do Vaticano, sua santidade não se dignaria a tamanha presepada.
Moral da história: só pode ter sido coisa de coroinha.
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