A arbitragem do futebol tupiniquim foi um dos temas predominantes na mídia durante os últimos dias.
Tudo por conta do excesso de cartões amarelos e vermelhos distribuídos até a terceira rodada do Campeonato Brasileiro.
Cumprindo à risca, e sem bom senso, a determinação da Comissão de Arbitragem da CBF -- Confederação Brasileira de Futebol -- para coibir qualquer reclamação de jogadores, técnicos e Comissão Técnica, a juizada tem passado do limite.
O que não é novidade pra quem detém o poder. Não aceitam conversar, não aceitam o contraditório ou o simples questionamento. Há, até, muitos que punem mais uma reclamação do que um soco ou um pontapé maldoso, daqueles de quebrar a perna.
Independentemente de erros e acertos técnicos e disciplinares, está havendo excesso, abuso de autoridade. Pura insegurança de candidatos a bonequinhos de chumbo como o bom árbitro Thiago Peixoto.
Na vitória do Atlético Paranaense sobre o Mineiro, o juizão deitou e rolou. O fortão tem competência mas voltou a desfilar arrogância, além de um gestual característico de dançarinos e modelos em passarela. Voltou a chamar pra si todos os holofotes.
Assim como outros vários "aparecidos" por aí, Thiago extrapolou, ignorou o limite da coerência. Em vez de apitar com correção e firmeza e passar despercebido, quis roubar o protagonismo dos atletas.
Ninguém pode abrir boca. Lei da Mordaça? Conversar pode sim; o que não pode é xingar, ofender, agredir fisica e moralmente alguém. Ser educado sem ser humilhado é tão fácil.
Isso não quer dizer que a culpa de tantos desconfortos e confrontos nesse momento de transição e imposição de limites na arbitragem seja apenas da juizada e de seus auxiliares, incluindo o quarto árbitro.
Quase todos também acham que mandam tanto quanto ou mais que o juiz, de fato. Se querem apitar e mostrar autoridade inquestionável, que assumam o posto principal. Exigem respeito mas desrespeitam.
Há inúmeros jogadores, técnicos, dirigentes e até torcedores e pseudojornalistas que se julgam conhecedores exclusivos das regras do jogo e das malandragens do futebol. Todos são velhos conhecidos da Comissão de Árbitros.
O jovem Petrus, do Corinthians, e o veterano artilheiro Fred, do Fluminense, são dois exemplos. Maus exemplos, por sinal. "Apitam" o jogo inteiro. Reclamam de tudo. Quando o juiz não assinala e até quando apita. Aí exigem cartão. Exageram e simulam durante mais de 90 minutos.
Assim como Elias e Emerson, também do Timão; Valdívia, o do Verdãos; Robinho, o craque do Santos; Rogério Ceni e Luís Fabiano, do São Paulo. Isso pra ficar no âmbito doméstico estadual. Enfim, pouco colaboram com a arbitragem. Se percebem fragilidade, deitam e rolam.
Nossos técnicos -- Mano, Felipão, Luxemburgo e cia -- também não ficam atrás. Também apitam junto, contestam de forma exacerbada e alguns até orientam seus comandados para peitar o árbitro, botando pressão para a próxima marcação ser a favor.
O erro é de todos os envolvidos! Se todos se conscientizassem de que fazem parte de simples jogo de futebol, de uma apresentação pública diante de torcedores apaixonados, e não quisessem levar vantagem em tudo, com certeza o futebol brasileiro não estaria nesta draga.
Enquanto prevalecer o jeitinho e a malandragem constar do nosso DNA, vamos ficar na frente da TV admirando o futebol do Barcelona, do Bayern de Munique, do Real Madrid, do Chelsea, do Manchester City, da Juventus...
Infelizmente, para a maioria, a graça está no abuso do poder. Exatamente onde mora o perigo. Quem não sabe lidar com o poder é sério candidato a atitudes ditatoriais.
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