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quinta-feira, 4 de julho de 2019

Mais sobre a Expedição Chapada


Conforme prometido,  faço aqui o relato  complementar  da viagem de maio à  inesquecível Chapada Diamantina. 

Nossa "Expedição Chapada" começou pela  incrível Travessia do Vale do Pati. Conforme já escrevi, foram cinco dias  de aventuras.  Cinco dias de rios, cachoeiras,  grutas, montanhas e muita trilha. 

No último dia de travessia,  depois dos deliciosos sorvetes de cachaça e de  graviola na Apollo, fomos conhecer o deslumbrante Poço Azul, próximo de Andaraí,  e de lá rumamos para  a aconchegante Mucugê, onde  jantamos e pernoitamos. 

Banho quente, boa comida, boa cerveja,  bom papo, bom sono... Prontos para encarar a cachoeira/poço do Buracão, no Parque Natural Municipal do Espalhado ( Ibicoara). 

Logo de manhã,  ao lado do amigo, motorista e também bom guia Zé Raimundo (Chapada Passeios), o Neto nos pegou na pousada, bem próxima ao iluminado cemitério bizantino. 

Foram cerca de duas horas até o parque, onde, agora sob a condução compartilhada com o  seu Janu,  caminhamos menos de uma hora, curtimos a linda cachoeira e  fizemos um rapel em paredões de 96m (cachoeira tem 85m), descendo nas águas geladas rodeadas por  rochas. 



Baixão: pousada da Bia, dona de simpatia ímpar




Rapel na cachoeira  do Buracão



Depois da aventura, nada mais justo  do que um almoço no capricho. Para variar nosso guia nota 10 mandou bem, com sucos, frutas, saladas e lanches variados. 

Barriga cheia, pé na areia!. Lá fomos nós para a pousada no povoado do Baixão,   da simpaticíssima dona Bia. Sorriso aberto,  suíte presidencial, limpeza impecável, banho bom e comida ótima. 

Sem contar a cerveja e aquela branquinha no capricho, ao som dos nambus alegrando o entardecer. Também foi legal conhecer os meninos Vitor (5 anos)e Leonardo (12), filhos de uma amiga da Bia.  O mais velho é corintiano roxo e quer ser goleiro. Já o Vitor torce pro Flamengo por influência do tio. Gozado que no Baixão pouco se fala  em Bahia e Vitória. 


Nosso sétimo dia na Chapada Diamantina foi especial. Desafio de 18km de trilha difícil pra chegar na cachoeira da Fumacinha ( mais próxima de Ibicoara, mas pertencente ao município de Mucugê) é totalmente compensador. 
Angela, Ana e Raddi flutuando no Poço Azul

Ana, Neto e Raddi na  belíssima Fumacinha:






Maravilhosamente gelada. Principal queda d'água tem mais de 100m de altura e beleza escultural. Trilhas de oito horas (ida e volta) entre matas, pedras e leito do rio são  extenuantes. Especialmente no final, faltando 200m para a Fumacinha. 

Nem todos conseguem chegar por pedras ou pela água. Nada que uma simples bóia,  puxada com  corda no máximo  por 50m, na correnteza, não resolva. Fica a sugestão capaz de evitar frustrações desnecessárias, como ouvimos  de um senhor  (Sérgio) no aeroporto de Tanquinho (Lençóis).  

Sacrifício  de muito trepa-pedra no rio valeu a pena.  Na minha opinião, uma das mais maiores e mais belas cachoeiras da Chapada Diamantina e talvez do Brasil.

Voltamos pro banho final na pousada da Bia. Não sem antes tomar um delicioso caldo de cana no início/final  da trilha. Depois, foram cerca de quatro horas de viagem cansativa até Lençóis,  onde ficamos e passeamos por mais quatro dias. 


                                          LAPA DOCE, MUCUGEZINHO  E PAI INÁCIO


Para fechar nossa expedição Chapada ainda visitamos várias atrações. A começar pela volta ao parque, com direito a cachoeiras, bacias,  antigos garimpos e salão de areia.  Nosso guia foi o Madson, outra figura comprometida com a profissão e conhecedor de detalhes históricos, geológicos e geográficos  da região. 

Ao lado de um guia local, Madson nos acompanhou  na  estonteante gruta da Lapa Doce (Iraquara), com cerca de 1km liberado aos turistas. Além da Angela e da Ana, por lá já passaram notáveis como Xuxa, Ivete Sangalo, Camila Pitanga, Ciro Gomes e tantos outros.

Depois passamos pelo Mucugezinho, onde nadamos no Poço do Diabo. Sempre sob a orientação e  cuidados do  atento Madson, que além de bom guia é taxista em Lençóis.  Tanto que nos levou ao aeroporto no dia de retornar. 

Pra completar o passeio do dia nós subimos o Morro do Pai Inácio, com uma visão espetacular  das  inúmeras montanhas da região, de onde só saímos na boca da noite. Visão é tão fascinante que nem mesmo a impossibilidade de assistir ao por do sol -- muitas nuvens --   gerou qualquer  sentimento de frustração. Foi lindo!



                              SOBRE POUSADAS, GUIAS E TRANSPORTE

Sobre guias  durante  todo o passeio nós já falamos de passagem.  Neto e Madson foram exemplares e podemos indicá-los sem restrições. Ótimos profissionais. Zé Raimundo, que nos acompanhou  no Buracão e na Fumacinha, também foi bem. Conhece do riscado. Melhor como guia do que como motorista -- pé pesado... rsrs.  

Sugiro contatos com guias autônomos -- de preferência  condutores que não incluam dependência de  maconha  no pacote de serviços, como presenciamos --  a partir de indicações confiáveis. Maioria das agências cobra bem mais. 

Quanto ao item alimentação, em Lençóis você estará sempre bem servido.  Comida pra  tudo quanto é gosto  e tudo quanto é bolso. Para aquelas comidinhas urgentes e lanches de trilha a sugestão fica por conta dos mercadinhos, sempre com preços acessíveis. 

Sobre as pousadas, no Vale do Capão ficamos na  Pé no  Mato. Gostamos. Limpeza,  banho, cama e café da manhã sem restrições. Só acho que o recepcionista não precisa forçar tanto a barra ao enaltecer  em excesso o café da manhã em detrimento da pousada como um todo.  Parecia tentar induzir  o hóspede de acordo com suas predileções pessoais.  Inconveniente. 

Maioria dos trilheiros parte  antes das 7h e o  belo café só é servido  a partir das 8h. Não  custa um funcionário entrar mais cedo de vez em quando e depois compensar.  Vila riponga  bem próxima da cachoeira da Fumaça ( 360m) é um charme. Indico.

Em Mucugê nós ficamos no Recanto da Chapada.  Tudo muito bom, inclusive o custo benefício. Só não  gostei  quando um senhora -- talvez proprietária --  colocou restrições ao  perguntarmos se nossos guias poderiam tomar o café da manhã conosco.  Como limitou o regalo ao "cafezinho", eles abriram mão, com o que concordei. Nada agradável. Só por isso eu não indico e não voltaria lá.  Preço justo, mas foi mão-de-vaca. 

Em  Lençóis, no centrinho,  nós ficamos  no Pouso na Trilha, onde também fomos muito bem tratados. Belo  e diversificado  café da manhã com cara de almoço, funcionários simpáticos e  prestativos, caipirinha da boa,  cama, banho e limpeza  a contento.  Preço nada abusivo.  Também indico. 

Sobre transporte, podemos começar pelo aéreo. Latam até Salvador. Ida e volta sem problema e com preços acessíveis. De Salvador a Lençóis fomos pela Azul. Preço abusivo por não ter concorrência e com apenas dois voos  semanais. 

Aeroporto de Tanquinho, distrito de Lençóis, também é bem chinfrim, sem infra-estrutura e com direito a banheiro sujo, sem papel higiênico e barata no saguão. Prefeitura e Azul poderiam investir pensando no turista.

Sem contar  os  constantes cancelamentos de voos por problemas técnicos ou  retornos por falta de teto em Tanquinho, onde não há aparelhos. Fique atento!  Ouvimos várias reclamações sobre cancelamentos de aéreos nada convincentes compensados por oito horas de estrada por meio de van ou ônibus. Cuidado!



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