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quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Curtas, grossas e vergonhas da província

Como diz o amigo-irmão Daniel Lima, o Grande ABC é mesmo uma província. Aqui os coronéis ainda mandam. Feudos ainda existem.

Quem tem o poder do cargo, do nome ou da grana, deita e rola, faz o quê quer, quando quer. Manda prender e mandar soltar. Há, até, quem mande matar.

Gente graúda, de nome e sobrenome. Políticos, empresários. Enfim, reis e amigos íntimos dos reis. Mesmo que o rei esteja nu. Ou do padre. Ou dos dois.

Comecemos pelo padre. Já escrevi aqui que o cidadão comum não tem proteção adequada do Poder Público. Tanto estadual quanto municipal. Mas, após dois assaltos à paróquia,  o padre da Igreja Matriz de Santo André, meu vizinho,  se esbalda de seguranças na hora errada.

Lógico que não tem culpa, mas se dá ao luxo de ter a proteção de duas viaturas e quatro guardas civis municipais durante a sempre repleta missa das 10 da manhã. Pra quê?  Pra ficar jogando conversa fora?

Jogo de cena? No mesmo domingo, por volta das 16h, a igreja estava aberta, mas praticamente às moscas. Qualquer ladrãozinho de galinha faria a festa. Exagero de manhã para dar visibilidade e abandono à tarde, quando ninguém vai elogiar.

A mim, há dois meses, GCM sugeriu falar com o vereador Marcos Pinchiari e engrossar abaixo-assinado solicitando base comunitária se quisesse minimizar o problema de falta de segurança na região. Só não o mandei para aquele lugar porque estava diante da igreja.

Passemos do padre protegido ao vereador peroba. É muita petulância dos nobres edis da Câmara de Santo André. Principalmente do veteraníssimo José Araújo, que reza pela mesma cartilha do prefeito Carlos Grana. Ou de quem signifique poder maior.

Vai ser cara de pau assim na p.q.p. ! O camarada, pseudo representante do povo, se julga no direito de emparedar o secretário de Saúde, Homero Nepomuceno, porque este ( corretamente, por sinal) não estaria a facilitar a vida dos seus apadrinhados.

O (nada) nobre vereador quer que o secretário interfira para privilegiar o agendamento de consultas e outros quetais para os indicados  dos asseclas do rei. Assim,  na cara dura!

Às favas o cidadão comum, que precisa pegar  fila e esperar meses por uma consulta ou um exame mais específico. Se for amigo/eleitor dos nobres dispensáveis -- com raríssimas exceções --, tudo deve ser facilitado.  Aos encastelados, tudo!

Se não for, que o prefeito fique esperto nas próximas votações. Ou dá ou desce, como diria o papagaio sacana no caminhão carregado de galinhas. Um absurdo! Um desrespeito ao cidadão pagador de impostos! Votem nele nas próximas eleições, seus trouxas, puxa-sacos e/ou cabos eleitorais.

Outra escorregadela vergonhosa da província está no esporte andreense. Mais especificamente na anunciada Secretaria de Esporte, prometida para um exemplar raro de incompetência como dirigente.

Insistir com Marta Sobral é um acinte. Coisa de prefeito com visão tacanha, que blefa, que finge não enxergar o óbvio. Esqueci que Grana é filhote do Lula. Normal, portanto, que alegue não saber de nada quando não lhe interessa.

Em um ano, a moça não fez absolutamente nada como diretora de Esporte,  estranha e estrategicamente lotada no Lazer, mas, teoricamente -- conversa fiada --,  sob as asas do Gabinete. Outra mentira deslavada.

Tudo jogo de cena. Temos cara de trouxa, prefeito?Marta foi uma escolha política errada e agora tem de ser bancada às custas de quê? Capricho ou medo de rasurar uma excrecência rotulada de governabilidade?

Poucos sabem -- e quase ninguém tem peito para confirmar -- que a ex-grande pivô de Santo André e da Seleção Brasileira é brigada com o ainda secretário de Cultura, Esporte, Lazer e Turismo, Raimundo Salles. Além disso,  tem ficha político-partidária assinada para apoiar Geraldo Alckmin.

Estranho né? Incompetência gerencial e  possível traição partidária merecem cargos e afagos como prêmio. Enquanto isso,  funcionários de carreira, técnicos, competentes, comprometidos, e raros, são jogados para escanteio.  Parecem marionetes a cada troca de gestão.

Do esporte para as ruas, para o Trânsito. Custo a acreditar, mas outro dia, quando minha esposa acionou o DST para que um veículo (quase sempre  de alguém mal-educado que estava no boteco do amigo dos políticos enchendo a cara), fosse retirado da frente da minha garagem, recebeu uma resposta estapafúrdia.

Os  agentes vieram multar o veículo -- se for conhecido de alguém do poder ou chorar eles costumam só avisar -- e, diante de duas testemunhas, disseram que não havia como remover o carro porque o DST não tem guincho. É brincadeira! Não acredito!

Numa cidade de 680 mil habitantes e com orçamento anual superior a R$ 3.2 bilhões, não é possível. Se não for mais uma desfaçatez dos agentes para não esticar a conversa, é uma vergonha. Não importa quem desrespeita a lei, tem de multar e guinchar, cara-pálida!

E assim segue a vida na província.  Aos amigos do rei, do prefeito, do vereador, do padre, do delegado e de outros poderes, o benefício da proteção. Aos cidadãos comuns,  a rigidez da lei. Sinto nojo!  



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