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quinta-feira, 23 de outubro de 2014

E o meu joão ficou sem casa

Pra quem não sabe, o meu joão é um casal de joão-de-barro, pássaro também conhecido como forneiro. Mistura de pedreiro, engenheiro civil, arquiteto e amante-à-moda-antiga.

Reza a lenda que, se traído, o macho, possessivo, ciumento inveterado, mata a fêmea. Sem piedade. Fecha, com o mesmo barro, a abertura de sua casinha encantadora. Vingança por asfixia. Só lenda!

Lenda à parte, estou bastante chateado com o que constatei hoje de manhã no Parque Central. Calma! Nenhum assassinato por ciúme. Mas não deixa de ser um crime... E não é passional!

Ainda não sei como provar. Porém, tenho quase certeza de que mais uma casinha de joão-de-barro foi roubada de uma árvore ali bem perto da administração.

Por que roubada? Simplesmente porque estava numa árvore baixa, ao alcance das mãos de qualquer adulto animal. O galho quase reto, fino, e sem  aquela forquilha estratégica e protetora, facilitou o serviço do gatuno.

Por isso tenho quase certeza de que alguém levou a casinha dos meus amigos com galho e tudo. Pra casa ou pra vender, não interessa. É crime!

E não adianta dizer que foi o vento ou mesmo alguma maldade de moleque desocupado.  Quem quebrou aquele galho e levou com tudo não deixou rastro. Deve ser um imbecil juramentado!

No chão não existe sequer um sinal do material usado na obra (de arte). Só ficou tristeza! Indignação de quem, como eu,  fotografou, passo a passo,  a casinha sendo construída desde março deste ano.

Obra foi interrompida em abril -- talvez por falta de verba do Programa Minha Casa Minha Vida -- e reiniciada só em outubro -- talvez como promessa eleitoral. Coincidência...

Fiquei feliz e  voltei a fotografar o dia a dia do casal. Coisa de aposentado metido a andarilho e corredor ocasional! Não repara não!

Sem descanso -- a não ser no final de semana --, macho e fêmea pareciam se alternar em busca da lama e na construção propriamente dita. Uma maravilha da natureza! Determinação invejável!

Infelizmente,  lá já não existe galho. Lamentavelmente, lá não mais existe o sonho da casa própria de pássaros com casamento marcado e filhote encomendado.

Sobrou a tristeza de um casal de joão-de-barro. Já não fazem aquele estardalhaço característico...

Sobra, também, uma pergunta inevitável: quem fiscaliza o Parque Central? Quem deveria cuidar das nossas aves, das nossas árvores, dos nossos peixes?  Salvo qualquer engano, responsabilidade é da Prefeitura de Santo André.

Portanto, solicito providências da secretaria competente e do Departamento de Parques e Áreas Verdes. Afinal, se eu não estiver equivocado, provavelmente agora alguém furta até mesmo casa de joão-de-barro.

Me lembrei de um detalhe: será que não é a mesma pessoa que andava caçando outros pássaros e levando inclusive os ovinhos dos quero-queros para vender? É o fim do mundo! Estou indignado!

É melhor a Prefeitura tomar providências. Antes que roubem também as armas e os celulares dos guardas civis municipais.

2 comentários:

  1. q tristeza... somos os animais mais imbecis q existe no planetinha. e o casal???? vc nunca mais os viu?

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  2. Olá, Rosana. Obrigado pelo comentário. Salvo engano da minha parte -- é que são muito parecidos --, já iniciaram nova construção. Estou de olho. E vou pegar o gatuno.

    Abração Raddi

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