"Um campeão mundial é sempre bem-vindo. Que tenha evoluído e seja o último a nos proporcionar joguinhos modorrentos, feios, travados".
Foi exatamente o que escrevi dia 20 de dezembro de 2014, portanto, há três meses, sobre a volta de Tite ao comando do Corinthians.
Sem medo de errar, posso garantir que o melhor treinador do futebol brasileiro na atualidade evoluiu sim; e muito. Em um ano Tite aprendeu muito. O gaúcho bom de papo teve humildade para viajar o mundo.
Tite teve humildade para ouvir e aprender com outros treinadores do primeiro escalão. Mesmo como campeão mundial interclubes e desprezado pela Seleção Brasileira, teve humildade para reconhecer erros, se atualizar e rever conceitos.
Ninguém está, aqui, a garantir que o Timão vai ser campeão da Libertadores. Tampouco do Brasileiro, do Paulista ou da Copa do Brasil. Muito menos do mundo dominado por Bayern, Barcelona e Real Madrid, os bichos-papões da Europa.
Porém, a continuar nessa batida, nesse caminho, entra como um dos favoritos em todos os campeonatos. Vai perder, lógico! Mas vai ganhar muito mais e empatar (empatite, lembram-se?) muito menos.
O Corinthians de hoje ainda toma cuidados defensivos exemplares, mas abdicou do medo. Em nome da ousadia, corre o risco de perder, sim senhor. Mesmo com o melhor sistema defensivo do futebol brasileiro.
Nas mãos de Tite, literalmente, o Corinthians de hoje é bem mais forte taticamente; procura defender em bloco e atacar em velocidade, sempre de forma cortante, vertical, e agora com pelo menos quatro jogadores.
Ao contrário de outros tempos, tanto com Tite como com Mano Menezes, quando isolava Guerrero ou Pato no ataque e ficava à espera de um milagre. Fazer gol era um sofrimento, um parto. Natural!
Tite trocou o 4-2-3-1 campeão mundial por um 4-1-4-1 (uma linha de quatro, o volantão Ralf, outra linha de quatro e Guerrero na frente) de aproximação individual e setorial. Com variação para o 4-4-2, com duas linhas de quatro e dois atacantes. Como ontem diante do Danúbio, quando adiantou Emerson ao perceber o adversário formatado no 3-5-2.
O Corinthians de hoje também tem mais intensidade e não oscila tanto no quesito volume de jogo. Por conta do comportamento elétrico de Tite, joga sempre ligado no 220, sem perder a concentração.
Por isso o Corinthians de hoje é o time mais equilibrado do futebol brasileiro. Pode não ter tantas estrelas individuais quanto outros clubes de primeira grandeza, mas, como conjunto, como time mesmo, é o mais forte.
Capacidade tática, equilíbrio setorial e competência emocional formam um trinômio de respeito no mundo do futebol. Lógico que o Timão ainda vai ter algumas recaídas. Não vai ganhar tudo. E pode até não ganhar nada.
Porém, esse Corinthians, fruto de um Tite repaginado, não vai dar sono como antes; não vai reprisar joguinhos de várzea como em 2013 e 2014.
É um Corinthians maduro, cascudo, consistente, com personalidade invejável, que não se abala com falhas pontuais, desvantagem no placar, torcida contra e nem mesmo com um jogador a menos.
É o retrato fiel do, repito, melhor e mais completo treinador do futebol brasileiro. Por isso o Corinthians/Tite-2015 passaria por cima do de 2013 como um trator. Para felicidade do torcedor.
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Comentário é meu mesmo, de hoje, 30 de novembro. Parece que desta vez acertei na mosca. O hexacampeão deitou e rolou no Brasileiro. Sobrou. Com méritos e sem manchas, caro Levir Culpi. Raddi
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