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domingo, 23 de agosto de 2009

Futebol de chorar. Resultado pra sorrir.

Como na própria vida, os paradoxos também permeiam o futebol. E com o nosso Santo André não poderia ser diferente.

Na fase de vacas magras, com a conquista de apenas um ponto em 24 disputados, o Ramalhão cansou de jogar bem, enfrentar adversários mais fortes e tradicionais, mas sair de mão abanando, sem ao menos um pontinho.

Ontem, diante do Coritiba, aconteceu exatamente o oposto. O Santo André não jogou bem, mas ganhou mais três pontos importantíssimos. O gol foi chorado e futebol do segundo tempo foi de chorar, mas o resultado é mais do que motivo pra sorrir.

Na primeira etapa o time de Alexandre Gallo até que não foi tão decepcionante. Marcou sob pressão a saída de bola e agrediu o adversário de forma ostensiva. Mesmo sem criatividade no meio-campo, o Santo André foi em busca do gol e chegou pelo menos três vezes com real perigo.

Nem a expulsão de Rodrigo Pontes, logo aos 20 minutos, alterou o panorama desenhado no início. Mesmo com um jogador a mais, o Ramalhão não foi capaz de fazer a bola rolar de um lado para outro. E a culpa não é apenas do gramado não-compactado, ainda em estado inadequado para a prática do bom futebol.

Está certo que pouco permitiu ao time paranaense, já que Fernando fazia marcação individual em Marcelinho Paraíba e ainda sobravam Sidney, mais fixo na cabeça de área, e Ricardo Conceição, mais flexível e com liberdade para chegar ao ataque, compondo com Júnior Dutra e Rômulo.

O gol de Nunes, aos 38 minutos, foi muito chorado. Após intenso bate e rebate, Cris escorou para Nunes concluir com felicidade e fazer 1 a 0.

No segundo tempo, nem parecia que um time estava com 11 e o outro com 10 jogadores. O Coritiba ainda levava perigo com Marcelinho Paraíba pela esquerda. Especialmente depois que Gallo tirou Cicinho, uma das boas opções ofensivas. A não ser que o lateral tenha saído por contusão, cansaço ou problema clínico, não havia por que colocar Pablo Escobar para tornar a equipe mais ofensiva e deslocar Rômulo para a lateral.

Por que ele simplesmente não trocou Rômulo por Pablo Escobar ( ou Elvis) e encostou Júnior Dutra em Nunes? Por que manter três volantes quando se está com um homem a mais? Só posso entender como medo ou excesso de zelo defensivo.

Mesmo com corredor pelo setor direito, Rômulo decepcionou e passou a ser vaiado pela torcida. Mesmo com campo para contragolpear, o Santo André foi lento, burocrático e não soube matar o jogo. Mesmo com um homem a mais, o Ramalhão não manteve a marcação opressiva, não tocou bola, não criou nada e raramente chegou ao gol adversário.

Se o Coritiba estivesse completo e não demonstrasse cansaço nos 15 minutos finais, a sorte do Santo André poderia ser bem diferente. Nem mesmo o resultado seria motivo para sorrir, para festejar.

Contra o Flamengo, sábado no Rio, é preciso voltar a jogar com humildade, aplicação e sabedoria. É preciso consolidar a reação com um bom resultado no sábado, para depois, dia 6 de setembro, atropelar o decadente Atlético Mineiro no Bruno Daniel. Até lá, o gramado estará menos indecente.

Organizadas na arquibancada

Não tenho nada contra as torcidas organizadas do Santo André. Pelo contrário, merecem mais aplausos do que críticas. Há poucas restrições. Porém, muita gente não se manifestava, mas estava incomodada com a presença da Tuda bem no meio das numeradas, atrapalhando a visão dos torcedores mais centralizados. Sempre de pé, o pessoal da organizada comandada pelo Ovídio acabava por prejudicar a visão dos torcedores comuns. Comuns, mas não menos importantes. Pagar ingresso para não ver o jogo de forma plena é programa de índio.

Mesmo que tenha sido também por questões financeiras, a ida das organizadas para a o setor descoberto deve ser festejada. Lembro-me que nos áureos tempos da Segundona paulista, nas décadas de 70 e 80, grupos organizados e menos selvagens enfeitavam e levavam calor às arquibancadas. Por sinal, quase sempre com público bem maior do que hoje, na elite nacional.

Isso não quer dizer que, em caso de tempo chuvoso e/ou jogo contra os grandes de São Paulo a presença nas numeradas não deva ser reavaliada. De qualquer forma, foi bom. Assim como será bom contra o Atlético Mineiro.

Em tempo: apenas 1,3 mil pagantes viram a vitória do Santo André na noite fria de sábado. Público parecido com o do São Caetano na vitória sobre o Fortaleza, pela Série B.


Tigre vai bem na Copa Paulista

O São Bernardo continua bem na Copa Paulista, classificatória à Copa do Brasil. Apenas o campeão chegá lá, mas o Tigre mantém as possibilidades após a boa vitória de 1 a 0 sobre o Flamengo de Guarulhos na fria tarde de ontem no Estádio Primeiro de Maio.

O jogo foi equilibrado e o público se assemelhou ao do Santo André. Ney Mineiro, de cabeça, fez o gol do São Bernardo no início do segundo tempo. O Flamengo só ameaçou no início do primeiro tempo e no final do segundo. Valeu a pena passar frio!

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