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domingo, 16 de agosto de 2009

O jogo, o pasto e, enfim, o inferno

Lamentavelmente, o Santo André precisa vencer mas perdeu do Inter no pasto do Bruno Daniel e, enfim, chegou ao inferno, mais conhecido como zona de rebaixamento à Série B do Campeonato Brasileiro.

O jogo de sábado à noite foi realizado num verdadeiro pasto, bem semelhante ao campo da Boa Esperança, citado no comentário anterior. Só que o Santo André disputa ( ainda) a elite do futebol nacional, enquanto que a Boa Esperança é uma fazenda.

Como cidadão andreense, me sinto envergonhado. Ficou claro que a reforma do gramado foi um engodo. Literalmente, feita sem planejamento adequado, nas coxas. Para enganar trouxas e desavisados. Para prejudicar quem mais precisa ser preservado e respeitado, o jogador de futebol.

Se é que aconteceu, o plantio da semente de inverno foi efetivado com atraso. O que se viu foi um "gramado" esburacado, irregular, nada compactado. Nem mesmo a areia conseguiu nivelar um piso que deveria ser mantido com carinho, muita água e tempo coerente para reutilização. Uma quinzena não é suficiente.

Culpa do Santo André, que se julga dono do espaço. Usa e abusa com treinos e jogos de várias categorias, além do empréstimo ao Palestra, mas pouco ajuda na manutenção. Deixa quase tudo por conta da Prefeitura, que, por sinal, também é culpada. Peca pela inexperiência e pela incapacidade de dizer não. Aqui mesmo, há cerca de 30 dias, ficou o alerta ao prefeito Aidan Ravin para que restringisse e regulamentasse com rigor a utilização do gramado.

Parece que tudo pode! Será que ninguém na Prefeitura tem responsabilidade, discernimento e peito para dizer não? É imprescindível que se limitem as cessões tanto para o futebol profissional quanto para o amador. Depois, quando a televisão mostra o pasto, a primeira paulada dos jornalistas é no Poder Público. Não tenha dúvida de que o EC Santo André -- Gestão Empresarial -- vai fugir da raia e dizer que não tem culpa de nada. Tem sim! Os dois devem dividir o ônus. E os jogadores? Ah, o futebol que se dane! É o que devem imaginar!

E foi o que aconteceu no sábado. Santo André e Inter foram prejudicados. O futebol foi castigado. O jogo foi agradável, mas seria ainda melhor se jogado num gramado decente. Não se pode dizer que o time de Tite não mereceu ganhar. Também não se pode afirmar que o Ramalhão jogou mal e mereceu perder. Estava na cara que, com os sistemas defensivos encaixados, quem fizesse o primeiro gol teria plenas condições de vencer.

Gallo fez de tudo, mas não evitou o oitavo jogo sem vitória e a queda para a zona de degola. Montou a equipe no 3-5-2, com três zagueiros (Cris, Marcel e Gustavo Nery) e cinco no meio-de campo ( Cicinho e Elvis nas alas, Sidney como primeiro volante de contenção à frente dos zagueiros, Fernando meio perdido como segundo volante mais solto e Ricardo Conceição com a incumbência de marcar de forma opressiva e ainda sair pro jogo). Romulo tinha liberdade para atacar e encostar em Nunes, muito bem marcado por Bolívar e Sorondo, soberanos pelo alto e eficientes por baixo.

Já o Inter veio num 4-4-2 respeitoso. Marcou muito no meio-campo com os excelentes Sandro e Guinãzu. Criou pouco com Giuliano e Andrezinho e pouco fez para dar opção de jogo ofensivo para Alecsandro e Taison. No primeiro tempo o hoje integrante do inferno esteve mais perto do gol e não correu tantos riscos. Poderia ser melhor se, para fugir do bloqueio central, os alas mostrassem melhor eficácia. Batiam de frente com os mais laterais do que alas Danilo e Kléber.

O panorama do jogo só mudou depois dos 15 minutos do segundo tempo. O Inter encontrou espaços para armar jogadas com Giuliano e a inversão de Taison -- da esquerda para a direita -- deu resultado aos 25 minutos. Sem tanta eficiência na marcação, especialmente pelo setor de Elvis, e ainda demonstrando certo cansaço, o Santo André tomou o gol e Gallo se viu obrigado e colocar o time no ataque. Tentou de tudo, mas nada deu certo. Mudou jogadores, mudou esquema, mudou postura, mas não chegou ao mais importante, o gol.

O Inter manteve a aplicação defensiva, ganhou espaços para o contra-ataque e fez 2 a 0 após pênalti de Marcel em Giuliano. O mesmo Marcel que fez pênalti parecidíssimo em Souza, contra o Corinthians. No final, se não fosse, Neneca, o Ramalhão poderia ter saído no pasto para o inferno com uma goleada injusta.

No Santo André, destaques para Neneca e os estreantes Cris e Sidney. E para a torcida, que entendeu a situação e não vaiou com veemência. No Inter, o brilho ficou por conta dos zagueiros internos, dos volantes Sandro e Guinãzu e do rápido e insinuante Taison. No Santo André, fica a certeza de que passou da hora de reagir. De nada adianta jogar bem se o resultado não vem há oito jogos -- apenas um ponto nos últimos 24 disputados -- e as chamas do inferno sejam cada vez mais ardentes. No Inter, fica a certeza de que o time está na ascendente e ainda pode chegar ao título simbólico do primeiro turno.

De Primeira

* São Caetano imprime reação incrível e já é o sexto colocado da Série B. Agora está bem próximo do céu da Série A. Isso é muito bom para o Grande ABC. Até o torcedor está voltando.

* Outro dia, errei ao escrever que o São Caetano enfrentaria o Brasiliense na terça-feira, dia 4. Foi na sexta, dia 7, e o Azulão venceu por 2 a 1. Ato falho!

* Ao lado do amigo Jurrandir Martins, vi o Palestra golear o Palmeirinha de Porto Ferreira por 4 a 1 hoje cedo no Baetão. Lateral Richard fez um gol de falta e foi um dos destaques do jogo. Palestra está na próxima fase da Segunda Divisão. Vamos torcer muito pelo time do presidente Fábio Cassetari. Parceria com o Santo André tem funcionado a contento. Enquanto isso, o Grêmio Mauaense só perde, não paga salários e está prestes a fechar as portas. É triste!

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