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quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Voa, voa, Azulão!

Pude comprovar, in loco, e com muito frio, a bela e convincente vitória do São Caetano sobre o Bragantino. Por sinal, a sétima consecutiva da equipe dirigida por Antonio Carlos Zago, ex-zagueiro da Seleção Brasileira e de grandes times do futebol paulista. Sem contar que jogou no EC São Bernardo no início de carreira. Assim como Marcelo Veiga, técnico do Bragantino, começou como lateral do Santo André para depois chegar a Portuguesa e Santos.

Em campo, dois campeões paulistas. Em campo, dois vice-campeões brasileiros. Em campo, agora dois integrantes da Série B. Mas em campo, de fato, jogando bola, o que se viu foi apenas um time. O Azulão foi melhor do começo ao fim.

Dono de si, o São Caetano jogou o tempo todo no ousado 4-3-3, com dois volantes, Eduardo Ramos na armação e três atacantes de ofício, à moda Corinthians: Washington mais fixo no meio, Vandinho aberto pela direita e o jovem Wendell pela esquerda. Na proteção aos zagueiros internos e às subidas dos laterais, destaque para Adriano.

Não foi difícil dominar um Bragantino batalhador, mas no 4-5-1, com apenas um atacante de fato -- Magrão. Rápido e com bom toque de bola, o Azulão pressionou e criou duas reais oportunidades antes de fazer 1 a 0, aos 21 minutos, em cabeçada de Washington após levantamento da direita. E teve mais facilidades para fazer a bola rolar e liberar os laterais após a expulsão de lateral Marcelo Godri, aos 32 minutos.

Nem mesmo a entrada do veterano Adãozinho como segundo volante, no lugar de Magrão, mudou muito o panorama do jogo. O Bragantino congestionou sua intermediária e até que voltou para o segundo tempo com mais ousadia ao adiantar outro veterano, o bom meia Lúcio, mas o sistema defensivo do São Caetano manteve o alto nível.

Com bom toque de bola e campo para contragolpear, especialmente pelas beiradas, não foi difícil perder três oportunidades antes de ampliar, aos 15 minutos, com Vandinho cobrando pênalti sofrido por Wendell. O terceiro gol aconteceu aos 32 minutos, com Xuxa, de cabeça, aproveitando levantamento da esquerda. Xuxa acabara de entrar no lugar de Eduardo Ramos, ex-corintiano que correu, se deslocou e foi, com certeza, o jogador com mais posse de bola. No entanto, poderia ser mais eficiente na armação, nos passes e nas finalizações. Algumas bolas compridas poderiam ser evitadas.

Nos 15 minutos finais, com o Bragantino cansado e entregue, o Azulão fez o tempo passar, mostrou seriedade defensiva -- Luiz não foi incomodado -- e alguns pecados ofensivos na conclusão dos contragolpes.

O que importa é que os mais de 800 pagantes que enfrentaram o frio puderam assistir ao mesmo tempo a um futebol vistoso e prático, consistente e envolvente. Um futebol de gente grande, que sabe o que quer -- o acesso. Tanto que já está a apenas um ponto do céu da elite e a 10 do inferno da Série C.

Méritos para Antonio Carlos Zago. Sou coerente o suficiente para dar a mão à palmatória. Agora o São Caetano mostrou que tem plenas possibilidades de alçar voos mais altos, para o calor de um ninho que conhece tão bem. Gostei! Voa, voa, Azulão! O clássico com o Santo André precisa ser na Série A.

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