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sábado, 21 de dezembro de 2013

A importância do Grande ABC (e outros) na histórica conquista do handebol brasileiro

O invicto Brasil e a anfitriã Sérvia decidem o título do Mundial de Handebol Feminino amanhã à tarde, provavelmente diante de mais de 20 mil espectadores.

Na fase classificatória prevaleceu o equilíbrio, mas as brasileiras ganharam  de 25 a 23. Agora é outro jogo. A história é diferente. Final é final. Estarão em jogo competências táticas, técnicas, físicas e, principalmente, emocionais.

Independentemente de vencer, nossas meninas já entraram para a história ao chegarem ao topo de um mundo esportivo dominado pelos europeus.

As importantes vitórias  diante da Hungria -- 33 a 31 após duas prorrogações eletrizantes -- e da tricampeã olímpica Dinamarca -- ontem, por 27 a 21, de forma incontestável -- credenciam nossas feras ao título inédito.

Até agora, nossa principal classificação tinha sido o quinto lugar no Mundial de 2011 em São Paulo. Daí a grandeza o feito do time comando pelo dinamarquês Morten Soubak. Até ele está surpreso.

Classificação para a finalíssima vem comprovar a consistente evolução da modalidade na última década. Também graças à competência da Confederação Brasileira, comandada pelo professor Manoel Luiz de Oliveira.

Elogiar o  eficaz gerenciamento técnico e administrativo não significa concordar com o continuísmo, com a perpetuação do presidente,  no poder há cerca de três décadas.  É bom ficar claro!

Nosso handebol tem crescido também graças ao envolvimento das escolas --  professores de Educação Física são verdadeiras formiguinhas operárias -- ,  à organização das federações e ao intercâmbio com a Europa. Seis selecionadas estão no Hypo,  parceiro da CBHb na Áustria, e Duda Amorim ganhou a Liga Europeia pelo Gyori, da Hungria.

Por isso,  finalmente,  nossa Seleção chega com méritos indiscutíveis ao patamar tão sonhado pelos profissionais e amantes da modalidade.

E é bom lembrar que o Grande ABC tem importância significativa nessa evolução e nessa conquista. Afinal, a região, especialmente São Bernardo -- vai receber um centro de excelência e a sede da CBHb --  ainda merece ser rotulada de Capital Nacional da Handebol.

Por muito tempo, o handebol da Metodista, capitaneado pelo diretor técnico/supervisor Alberto Rigollo, manteve a hegemonia nacional nos dois naipes (gênero soaria melhor?).

Na Liga Nacional Feminina, há poucos dias, a boa equipe de Eduardo Carloni perdeu longa hegemonia para Concórdia. Ontem, no masculino, derrota para o campeãoTaubaté. Nada que ofusque a grandeza da Metodista como instituição Amiga do Esporte.

O técnico de Metodista, Eduardo Carloni,  tem  parcela na conquista mundial porque há muito tempo mostra competência e comprometimento com a modalidade. Inclusive quando se fala em revelações caseiras.

Outra figura regional  de proa, que não pode ser esquecida, é Rubens Piazza. O professor acaba de superar inúmeras problemas orçamentários e estruturais para ganhar o título estadual por Santo André. Outro abnegado sonhador, sem dúvida!

Das meninas que  estão na Sérvia, algumas já passaram ou foram reveladas por São Bernardo ou Santo André.  A jovem Déborah Hannah ainda é jogadora da Metodista, que não se limita  ao alto rendimento; tem  16 núcleos (escolinhas de esportes) fundamentais como celeiro de campeãs e, principalmente, ferramenta de inserção social.

Outros profissionais além quadras, vinculados ou não à região, também não podem ser desprezados, esquecidos. Roeram muito osso para, com méritos, o dinamarquês chegar ao filé mignon.

Ivonete Fagundes (Mesc), Sílvio Rodrigues (Metodista/Santo André e seleção) , Flávio Pontes (São Caetano),  Moesy Aguiar (ex-supervisor de Santo André), Alexandre Schneider (campeão nacional com o Concórdia), Rita Orsi (ex-Jundiaí e hoje na Comissão Técnica da Seleção), Marisa Loffredo (ex-Guaru), Antônio Guerra (Mauá/universo) , Marcos Garcia (Osasco) e tantos outros têm lugar cativo na história do handebol.

Os gols de Alexandra Nascimento -- melhor do mundo na temporada 2012 -- e as defesas de Bárbara (Babi) são fundamentais para quem agora sonha com o título. Tanto quanto merecem destaque Duda Amorim, Dani Piedade, Ana Paula, Mayara, Deonise, Dara, Déborah Hannah, Amanda...

Mas, pelo histórico, pela dedicação,  pelos primeiros passos,  também poderiam galgar os degraus da glória atletas e ex-atletas do nível das artilheiras Zezé e Aline Chicória e das goleiras Chana e Meg. Sem no esquecermos de Valéria, Viviane Jacques, Célia, Meg Montão (a miss), Lucila, Aline (hoje em Santo André), Sílvia Helena, Rosária, Pará e mais um montão de meninas-mulheres esportistas inesquecíveis que iniciaram a caminhada ao topo.

Enfim, o Brasil quebrou a maldição das quartas-de-final (jamais passara) e agora sonha com a medalha de ouro. Todos, portanto, são "campeões". Todos, indistintamente, devem ser reverenciados.  O Grande ABC faz parte dessa conquista.

       

2 comentários:

  1. Muito bacana citar os nomes envolvidos na guinada desse esporte tão "rejeitado" (assim como vários outros), num país que só tem olhos para o futebol. É sempre bom saber de quem é o mérito. Sou de São Bernardo, joguei muito handebol em escola estadual e não entendia por que, apesar de tão praticado, não havia tanto incentivo ou patrocínio para a modalidade. Espero que os louros sejam duradouros.

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  2. Olá, Priscila. Obrigado pela mensagem. Para chegar ao topo do mundo foi preciso dar o primeiro passo. Provavelmente na escola, ao lado do professor de Educação Física. Por isso não podemos ter memória curta. Como você escreveu acima, méritos a quem merece. Feliz Natal e ótimo 2014. Raddi

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