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terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Secretário de segurança longe dos números reais

Matéria no caderno Setecidades do DGABC de segunda-feira mostra  que a segurança (?)  da vila Assunção servirá  como referência para a Operação Natal Seguro.

Cuidado, Papai Noel, é melhor pôr as barbas de molho. Trenó blindado é café pequeno! Baixada Fluminense é mais segura.

Implantada desde ontem pela Secretaria de Segurança Pública Urbana e Trânsito de Santo André junto com polícias Militar e Civil, além da Guarda Civil Municipal, ação conjunta visa atuar em centros comerciais e reduzir o número de roubos e furtos na época natalina.

Conforme o texto, "experiência bem-sucedida" na vila Assunção se repetirá. "Com atuação "presencial, a PM e da GCM  conseguiram reduzir o número de roubos e furtos no bairro em 70%, de julho a novembro, segundo dados do Infocrim (Sistema de Informações Criminais) usados pela polícia.

Lamento, mas os números (porcentuais) anunciados, provavelmente  pelo secretário de Segurança de Santo André, José Luiz Navarro, não condizem com a realidade.

São oficiais e merecem crédito, mas não são reais. Repórter e secretário poderiam até ter checado veracidade in loco, junto a comerciantes e moradores, sem rabo preso.

Números do Infocrim são oficiais, mas, repito, distorcidos da realidade, do que acontece no dia a dia.
Especialmente de sexta-feira a domingo à noite.

Ressalte-se:  por  interesses comerciais, preguiça, falta de confiança em atitudes das autoridades e/ou mal atendimento nas delegacias, a maioria não perde tempo com Boletim de Ocorrência.

"A presença de GCM, do PM e do policial civil dá resultado. Onde eles estão, não ocorrem crimes". Afirmação do entrevistado ao jornalista. Atenção especial à frase!

Na sequência da matéria, sem aspas do autor, o texto continua: Assim foi feito na vila Assunção, principalmente na região que abrange a rua Santo André e o largo da matriz, após reclamações de moradores.

E mais, ainda segundo o texto do DGABC: Devido ao alto número de ocorrências, o GGI ( Gabinete de Gestão Integrada) do município tratou de aumentar as ações de  ostensividade (?) e visibilidade (?) para coibir e diminuir os delitos.

Como jornalista aposentado, mas ainda sério, prefiro não avaliar a qualidade da matéria de forma global. Como cidadão e morador exatamente citada rua Santo André, posso e devo me manifestar.

É bom lembrar que a operação, de verdade, começou apenas ontem, inclusive com Base Comunitária Móvel registrando presença meteórica diante da igreja. Portanto, a informação não bate com a realidade.

Antes, o  que tínhamos, de fato, era a presença ocasional -- ocasional -- de viaturas da GCM ou da PM na praça diante da  Matriz, cujo padre foi vítima de dois assaltos em pouco tempo.

Nada além disso. Nada presencial mesmo. Nada ostensivo. Pelo contrário. Cheguei até a constatar um absurdo num domingo: durante a famosa e sempre lotada missa das 10h, lá estavam duas viaturas com quatro GCMs.

Me engana que eu gosto! Pressão pura! Visibilidade pra enganar os menos avisados! Alguém assaltaria o padre exatamente durante a missa das 10h? 

Se  algum malandro tivesse de agir, o faria às 16h30min, quando a igreja estava praticamente às moscas. Não havia nenhuma viatura da PM ou da  GCM. Tampouco algum agente público de segurança. Isso é apenas um detalhe.

Vamos aos números. É bom lembrar que vou me restringir somente ao que sei, ao que tomei conhecimento nos últimos meses no meu quarteirão, de apenas 150m de extensão, bem próximo da Matriz, teoricamente protegida e privilegiada. Imagine se falarmos da rua inteira ou do bairro como um todo.

Fatos -- eu disse fatos -- e serem acrescentados aos números do senhor secretário e possíveis BOs do Infocrim: sequestro relâmpago a uma jovem moradora do edifício Domus, três arrombamentos de veículos, além de três estepes surrupiados e um Fox vermelho furtado do outro lado da rua, a 12m dos meus olhos.

Num deles, houve tiroteio diante da minha casa. O segurança bancado pelo Botequim Carioca - ponto de encontro de políticos, autoridades e demais amigos do rei/poder --  atirou cinco vezes no casal de ladrões ocupantes de um Corolla automático roubado.

Atemorizado, junto à porta de vidro, e protegendo esposa, filha e netos, ainda presenciei o quinto disparo do segurança. O ladrão correu para a esquerda e a acompanhante para a direita. Sumiram!

Polícia até que chegou rápido, apesar da demora para o atendimento automático. Justificativa da PM para a  frieza e a lentidão na resposta telefônica via secretária eletrônica: excesso de ligações nos finais de semana. Bandidos correndo e eu sem ação,  ainda ouvindo aquela voz...

Calma, caro leitor, há outra ocorrência relevante, no mesmo quarteirão.  Há três meses, em plena semana de eleições sindicais, num belo finalzinho de tarde, levaram nada menos do que R$ 500 mil reais dos "cofres" do poderoso Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários.

Não me perguntem por que tanto dinheiro assim na moita. Não me interessa! Só sei que ninguém viu nada. Se é que havia seguranças particulares, também não evitaram o limpa.

Com o perdão da ironia, isso tudo porque, segundo o secretário, com base na redução de 70% estampada pelo Infocrim, "onde a GCM, a PC e a PM estão não ocorrem crimes.

Então, onde eles estavam? Rezando?

Portanto, infelizmente, a segurança da nossa vila Assunção não serve de exemplo pra ninguém.  Se alguém tiver alguma dúvida, inclusive o jornalista e o secretário, basta dar um pulinho na outrora tranquila rua Santo André. Com segurança particular, claro!

Em tempo: minha casa está à venda. Local nobre! Laje blindada!     


3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Bela matéria. Concordo com cada palavras e acredito, também, que o Sr. Sec. de Segurança deva andar de Jeep e/ou trator blindado para falar que a segurança de Santo André (no caso Vl. Assunção) está boa... deve estar tão boa quanto o pavimento né? Será que o Sr. Sec. de Segurança mora em Santo André, se sim, será que ele mora na vila assunção? Se sim, será que ele não dispõe de grades, cerca elétrica, portão automático e segurança em sua casa? O Sr. Sec. fala em cima de números frios que não condizem com a realidade, ou ele acha que o cara que teve o aparelho de som de seu veículo furtado irá ficar cerca de 3 horas em uma delegacia para fazer o Boletim de Ocorrência, isso quando, de repente, ficam sem sistema (e acontece com frequência)! Conselho de quem quer o bem da cidade e principalmente da população: "Ande pela cidade, a pé, ouça o que as pessoas tem a dizer, faça por merecer os benefícios e melhorias que seu ordenado representa em sua vida!"

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    1. Obrigado pelo comentário Felipe. Quando quiser, faça sugestões. Valeu! Raddi

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