Donizeti Raddi, 70 anos, jornalista e professor de Educação Física aposentado. Hoje, vô babão, trilheiro, montanhista amador, aventureiro e blogueiro ocasional.

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domingo, 22 de dezembro de 2013

Nosso handebol chega ao topo do mundo!

Um dia nosso futebol brilhou com Pelé, Garrincha e cia e ganhou o rótulo de melhor do mundo. Tanto que hoje somos pentacampeões.

Nosso  basquete também teve dias de glória com o bi mundial de Vlamir Marques, Amauri e outras feras inesquecíveis. Já Hortência e Paula foram protagonistas douradas no Mundial de 1994 na Austrália.

Nosso vôlei, então, não tem mais espaço para pôr medalhas e troféus. Virou bicho-papão olímpico e mundial nos últimos anos. Tanto no masculino quanto no feminino,  não tem pra ninguém.

Nos esportes coletivos, só faltava o handebol de Duda Amorim, Alexandra Nascimento e cia bela chegar ao topo do mundo. Não falta mais! Somos campeões mundiais. Invictos!

Agora há pouco, em Belgrado, diante da pressão de mais de 20 mil sérvios, a Seleção Brasileira de Handebol Feminino venceu a Sérvia por 22 a 20 e  conquistou um título inédito.

Inédito, histórico, heróico, surpreendente, suado, merecido... Foram nove vitórias maiúsculas de um país americano intruso diante das maiores potências mundiais fincadas na Europa. 

Uma a uma, foram desmoronando verdadeiras fortalezas: China, Argélia, Japão, Sérvia, Holanda, Hungria, Dinamarca ( tricampeã olímpica e terceira colocada no Mundial após vencer a Polônia por 30 a 26)...

Jogo de hoje foi equilibrado, eletrizante, emocionante. Brasileiras alternaram bons e maus momentos ofensivos e defensivos. Mas jamais faltou determinação. Tampouco coração! Em alguns momentos faltou concentração.

Como depois dos 15 minutos do segundo tempo. O Brasil foi para o intervalo -- não para os vestiários, por opção, para manter o clima de pressão contra -- ganhando de 13 a 11 após constante desvantagem.

Em quatro minutos,  abriu  extravagantes cinco gols (16 a 11), mas se perdeu. Deu branco e a concentração foi para o espaço. Competência emocional foi nitidamente abalada. Talvez pelo medo de perder a vantagem e o título.

Brasil ficou cerca de 10 minutos sem fazer gol. Foi quando o técnico dinamarquês, Morten Soubak, pediu tempo para "acordar" as meninas com palavras duras ("falta comprometimento"), mas fundamentais para que voltassem a jogar com garra, inteligência e confiança.

Só que a Sérvia manteve a reação, diminuiu a diferença aos poucos e, com apoio irrestrito das 20 mil vozes, chegou ao empate ( 19 a 19) quando faltavam apenas cinco minutos para o final.

Foi aí que Duda Amorim, Dani Piedade, Ana Paula e a jovem Déborah Hannah, da Metodista, fizeram a diferença com gols decisivos. No final, 22 a 20 para um time de guerreiras e silêncio quase sepulcral no ginásio.

Festa para o Brasil, festa para Duda Amorim ( escolhida a melhor do Mundial), festa para Bárbara Babi ( melhor goleira) e festa para Alexandra Nascimento ( artilheira da equipe e melhor jogadora do mundo em 2012).

No Everest do mundo do handebol existe, enfim,  uma bandeira brasileira a tremular. Depois de longa caminhada e escalada extenuante, o sonho dourado tido como impossível vira realidade e, finalmente,  abre as cortinas de um futuro muito melhor.

Particularmente, eu também não acreditava que o bom trabalho de todos -- inclusive dos representantes do Grande ABC, especialmente da Metodista  --  mostrasse resultado relevante antes de 2016.

Amanhã, a Imprensa brasileira -- incluindo o DGABC -- vai se tocar e dar em manchete o que sempre relegou para segundo plano. Amanhã,  o olhar campeão vai mais longe, vai ganhar novos horizontes.

Os Jogos Olímpicos de 2016 terão como palco o Brasil. Outra medalha de ouro seria a glória máxima, a confirmação de novo feito memorável. Alguém duvida?  E a  Capital Nacional do Handebol será protagonista. Alguém duvida?

P.S. -- nunca é demais repetir que o professor de Educação Física, aquele que, de fato, rala na escola, é tão campeão quanto nossas meninas de ouro.

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