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sábado, 24 de novembro de 2012

A cartolagem, o gaúcho e a rasteira paulista

Mano Menezes caiu? Nada disso! O técnico da Seleção Brasileira levou, com todas as letras, uma senhora rasteira da cartolagem paulista que comanda a Confederação Brasileira de Futebol.

Pra dizer a verdade, o bom gaúcho foi vítima da politicagem barata de três dirigentes ligados a São Paulo, Palmeiras e Corinthians: o presidente José Maria Marin, o vice Marco Polo del Nero e o diretor de Seleções Andrés Sanchez.

O ex-presidente do Corinthians garante que foi voto vencido e que prefere respeitar a hierarquia em nome da imposição presidencial de "novos métodos, nova tecnologia e novo planejamento", justificativa nada convincente.

Em outras palavras, mais diretas, Mano Menezes foi guilhotinado; cortaram-lhe a cabeça simplesmente porque o substituto do insuportável carioca Ricardo Teixeira resolveu mostrar quem manda, expurgando nomes que não escolheu. Maldito poder! Odor de retrocesso!

Mano Menezes teve altos e baixos na seleção; mais acertou do que errou, mas nenhum dos mais cotados para substituí-lo lhe é  muito superior. Tite se iguala ou é até um pouco melhor porque sabe trabalhar tática e coletivismo como poucos, Muricy não tem perfil nem a capacidade de Tite   e Felipão já deu o que tinha de dar. Inclusive a Segundona de presente para o Palmeiras.

Aproveitamento de Mano e seus mais de 100 convocados supera os 70% e isso, no futebol atual, é bastante. Por isso a rasteira é absurda,  não se sustenta. Tanto quanto pelo desempenho atual, justamente agora que a Seleção tinha mais cara de time, de jogo coletivo e consciente.

Com padrão mais definido e opções mais claras visando à Copa das Confederações e à Copa do Mundo, a Seleção mostrou evolução depois de um início em que o legado não se garantia e jogava contra Mano.

Mano Menezes passou pelo pior, ajeitou o grupo e, repito, agora que mostrou um time mais compacto, mais agrupado, com futebol mais moderno diante da necessidade de resultados, acaba sendo vítima de sacanagem pura.

Dirigentes não podem jogar para a torcida nem exercitar o egoísmo exacerbado. Mas é isso que acaba de acontecer, mais uma vez. Se depender do torcedor apaixonado ele quer um time apenas ofensivo e os melhores do seu time na seleção. Nada mais! Virar refém da paixão suicida é um risco danado. Hoje em dia, não leva a nada. Talvez a derrotas. Aí, sobra pra quem?

Mano Menezes não é burro, como gritam alguns torcedores. Não é unanimidade, mas sabe o que faz e por que convoca ou escala este ou aquele. Também já convocou, escalou ou mexeu errado. Outros treinadores já foram mais contestados.

Hoje, qualquer lista de convocados como o mínimo de sensatez não teria mais que três ou quatro nomes diferentes. Inclusive a do técnico a ser anunciado em janeiro de 2013 e que, se optar pela comodidade da mera ousadia sem cuidados, vai dar com os burros n'água.

Como o poder da cartolagem  sempre fala mais alto, a corda arrebentou do lado mais fraco. Andrés Sanchez enfiou o rabo entre as pernas e deixou as velhas raposas se locupletarem com o churrasco gaúcho. Se tivesse mais caráter, pediria o boné sem pestanejar.  

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