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terça-feira, 28 de julho de 2009

Procura-se um pau-mandado

Luxemburgo, Felipão, Mano Menezes, Muricy, Leão, Zico ou Parreira? Nelsinho Batista, Mancini, Galo, Zetti, Hélio dos Anjos, Renê Simões, Péricles Chamusca ou Jorginho? Benazzi, Luiz Carlos Ferreira ( de novo não!), Vadão, Rui Scarpino ou Jair Picerni? Afinal, quem seria o técnico ideal para dirigir o Santo André na dificílima Série A do Campeonato Brasileiro?

Resposta tão difícil quanto o campeonato em si. Ouso dizer que a maioria dos nomes acima está descartada. Uns por serem muito bons. Outros por serem muito caros. Alguns por causa do temperamento volúvel. Dois ou três por terem personalidade forte. E mais um por ter caráter.

Vou além na ousadia! Se o Santo André quiser mesmo cair -- eu disse cair! -- para a Série B, se não fizer questão nenhuma de permanecer na elite nacional, o técnico do momento se chama Pau-Mandado, ex-zagueiro-central da Fazenda Roça Grande. Outro que não recusaria o convite atende pelo apelido de Laranja. Esse foi um dos melhores volantes da Santa Amélia. Também era domador de cavalo, ao lado do ponta-direita Mamão. O terceiro candidato, coitado, é o conhecidíssimo Fantoche, aquele boneco gordinho e cabeçudo que já foi lateral-esquerdo do juvenil da Boa Esperança. Todos têm curso de capacitação!

Enfim, não importa! O Ramalhão pode fazer a opção no escuro. Basta que o novo técnico seja obediente às ordens do todo poderoso Ronan Maria Pinto, o presidente da Gestão Empresarial. É assim que funciona! Ronan manda e desmanda. É o dono da bola! O jogo começa e acaba quando ele determinar. O poder maior contrata, demite, vende, escala e veta. Alguém se aventura a contradizer quem tem lá suas virtudes, seus méritos, mas se julga dono do Santo André?

Quem quer que seja o pau-mandado, vai receber um time na 13ª colocação do Brasileiro, com 17 pontos conquistados em 42 possíveis. Portanto, com razoáveis 40,5% de aproveitamento, contra 28 pontos e 66,7% dos líderes Atlético Mineiro e Palmeiras, e 57,2% de Vitória e Internacional, que ganharam 24 pontos.

Hoje, o Santo André está a sete pontos do céu da Libertadores e a perigosos quatro pontos do inferno da Série B, já que o Sport, 17º colocado, ganhou apenas 13 pontos e tem aproveitamento de 31%. Porém, poucos se lembram de observar que antes da sequência de jogos mais difíceis o Ramalhão chegou a estar em sexto lugar, com aproveitamento superior a 53%.

Perdeu, sim, três jogos seguidos, mas os adversários são de primeira grandeza -- Palmeiras, Cruzeiro e Grêmio. O time pode não ser uma Brastemp, mas mostra aceitável arrumação tática, sabe o que quer e deu trabalho por aí. Está certo que Sérgio Guedes demorou-se ou andou vacilando em algumas alterações, mas não se trata de pecado mortal. Também se deparou com desfalques, contusões, cartões, jogadores fora de forma e contratações suspeitas e inócuas. Obras dos "grandes" dirigentes, lógico! Disso poucos falam.

Sua demissão acontece justo agora que os cinco jogos restantes do primeiro turno não sugerem dificuldades tão extremas: Corinthians ( desfalcado) , Goiás (bem arrumado), Avaí ( em ascensão) Náutico ( muito limitado) e Internacional ( uma incógnita de altos e baixos). Resta saber quem o Poder vai escalar e colocar na mão do interino Sandro Gaúcho, um jogador exemplar e hoje funcionário da Gestão Empresarial. Portanto, também sujeito às ordens de Ronan e cia bela.

Sérgio Guedes saiu principalmente porque não admitiu as ingerências do presidente da GE. Saiu porque já devia estar de saco cheio de mil recados vindos de cima. Não saiu apenas porque perdeu três seguidas e ousou não atender à determinação presidencial de escalar Osny. O quê, por sinal, também foi pedido pelas torcidas organizadas.

Só não entendo como o ex-goleiro da Ponte, do Santos e da Seleção Brasileira se despede dando nota 10 para quem, sem ética, simplesmente o atropelou como profissional. Falta respeito! Sobra hipocrisia! E o pau-mandado que se aventurar vai obedecer, obedecer e obedecer. Assim é a lei do mais forte. Que pena!

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