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segunda-feira, 4 de outubro de 2010

E o palhaço me deixou triste

Exatamente à meia-noite de ontem, domingo, senti uma pitada de tristeza. Nada de derrota do Corinthians ou perda na família. Tampouco de um grande amor. Coisa aparentemente boba.

Paradoxalmente, quem me fez tão triste foi um palhaço. Pois é... que sina... um palhaço. Exatamente aquele que nasceu para nos fazer sorrir. Morrer de rir.

Como nos tempos de São José do Rio Pardo. Circo Garcia, Circo Mexicano ou Stankovich. A vida não era fácil. Assim como no futebol do Rio Pardo, quando às vezes era preciso entrar na marra, embocar, pra ver Ari Tessari e cia na Terceira Divisão de Profissionais. A grana era curta. Não dava pro amendoim.

Juro que muitas vezes eu saia do circo com as calças -- curtas -- molhadas. Cara, chegava a fazer xixi nas calças de tanto rir. Quando dava tempo, pulava do puleiro/arquibancada e fazia ali mesmo, no cantinho.

Os palhaços mais conhecidos eram , Pimentinha, Lolô e Mixirica. A molecada delirava. Tanto quanto a atração era o "perigoso" globo da morte, com motocicletas potentes e barulhentas.

Voltemos ao corpo. Quando o Tribunal Superior Eleitoral confirmou a votação do humorista Tiririca, fiquei pasmo. Mais de um milhão 350 mil votos num palhaço despreparado, semi-analfabeto.

"Pior do que tá, não fica". O slogan pegou, mas não é verdadeiro. Fica sim, caro senhor. Basta olhar para a composição do Congresso. Caro palhaço, você sabe o que é Congresso? O que faz um deputado federal?.

A fantástica votação de Tiririca é o retrato fiel da política nacional. Protesto ou ignorância, não importa. E a reforma política não sai do papel. Talvez não interessa pra muita gente. É melhor ficar como está, com Tiriricas e cia.

Ignorantes e analfabetos são mais interessantes como vítimas em potencial de políticos profissionais, o que não falta nos palácios do poder. Tiririca vai ser mais um boneco, uma marionete.

Tudo por culpa nossa. Elegemos mas não cobramos nada de prefeitos, vereadores, governadores, deputados e senadores. Do presidente, então, não se pode falar nada.
O senhor Lula está acima de tudo. O cara de Obama virou deus. Tem lá suas virtudes, mas não aceita o contraditório. É o rei do marketing, da ironia e da incoerência.

Quer saber? Não confio no presidente. Compraria um carro velho do palhaço, mas não do deus, todo-poderoso. Tiririca vai se dar bem com ele. Pra quê seriedade num país que não é sério? As urnas só comprovaram.

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