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quarta-feira, 18 de maio de 2011

Esporte, muito além do vôlei

Segunda-feira foi conturbada na Câmara Municipal de Santo André. Calma, pessoal!Desta vez os vereadores não tiveram espaço para expor incompetências, falar besteiras ou trocar farpas em plenário.

Audiência pública provocada por abaixo-assinado com mais de duas mil adesões para questionar o anunciado fim do vôlei masculino da cidade foi das mais concorridas.

Pra variar, o secretário de Cultura, Esporte, Lazer e Turismo, Edson Salvo de Mello, fugiu da raia. O que não é novidade! Ele é um estranho no ninho. Não conhece o assunto, não respeita o esporte e não se expõe.

O chefe fujão mandou o diretor de Esportes, Almir Padalino, para dar a cara a tapa e tentar justificar o anunciado fim do oneroso mas tradicional vôlei masculino de tantas glórias.

Além de respostas superficiais, dizem que o diretor foi uma ponte pênsil de insegurança, um verdadeiro muro de lamentações e acusações contra administrações anteriores. Não convenceu!

Pior! Depois de uma hora e meia de blá-blá-blá, o diretor solitário -- e, dizem as más línguas, extremamente individualista, convencido e pretensioso -- foi desmentido pelo próprio supersecretário Nilson Bonome.

O homem-forte da administração Aidan Ravin falou forte e garantiu a continuidade da equipe: "Vamos esquecer o passado e no preocupar com o presente. Não adianta ficar culpando as pessoas que por aqui passaram. É preciso resolver o problema... O vôlei não vai acabar" -- afirmou Bonome.

Resolver como? Não é fácil! O esporte é caro. E palavras não são sinônimo de ação, de atitudes coerentes, de respeito, de identificação, de competência, de estrutura, de organização, de trabalho, de profissionalismo, de comprometimento, de sensibilidade, de carinho, de visão, de investimento.

Falta tudo isso ao esporte de Santo André. E não é de agora. E não apenas ao vôlei. Falta um pouco de tudo para todas as modalidades. E por culpa de todos nós. A responsabilidade principal é do poder público, mas onde está o empresariado? Onde está a sociedade?

Como disse Moreno, ex-diretor de Esportes e ex-ícone do vôlei mundial, a sociedade, que antes compartilhava e enchia ginásios, hoje está longe, insensível.

Como lembra o amigo e também ex-capitão William, outro expoente do vôlei que chegou a ser cogitado para comandar o Esporte, Santo André chegou a ceder 60% de delegações olímpicas e hoje, lamentavelmente, disputa a Segunda Divisão dos Jogos Abertos.

Está certo que a realidade é outra. Pensar nas conquistas quase sempre respaldadas pela Pirelli é inevitável. Mas reviver aquela história brilhante e sonhar com uma Santo André a respirar e se orgulhar das conquistas do esporte é utopia.

Nosso basquete feminino é exceção. Mas não tem público, não sensibiliza. Campeão nacional e perto do título paulista, o time de Laís e Arilza joga para poucos.

Isso não significa, no entanto, que nosso esporte deva ser esquecido, desrespeitado, ignorado. Querendo, dá para implantar uma política pública de esporte a longo prazo.

O problema é que achar algum político minimamente identificado e comprometido com as coisas do esporte. Como já escrevi, todos são muito semelhantes nas incompetências. Alguém confia?

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