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quinta-feira, 25 de março de 2010

Ronaldo, dedos e babacas

Juro que há momentos em que minha paciência se esgota facilmente à frente da televisão. Hoje, por exemplo.

É dificil. Desconfortável, até. Quando não, cômico. Que moral o eternamente corintiano Neto tem para ficar criticando Ronaldo em nome do politicamente correto?

Politicamente correto que, por sinal, o menino de Santo Antonio de Posse -- passava férias na minha São José do Rio Pardo -- cansou de despachar com atitudes normais de qualquer ser humano.

O que há de tão absurdo no gesto de Ronaldo para um babaca privilegiado que estava na saída exclusiva dos jogadores após o jogo de ontem em Barueri?

Que Ronaldo não jogou nada, não precisa ser gênio para ter enxergado. Que o ex-melhor do mundo proporcionou lances bizarros, também ninguém ousaria contestar. Ontem o maior artilheiro das Copas do Mundo teve seu dia de perna-de-pau. Foi ridículo.

E daí? Quem não tem noites de trevas? Pelé, Zico, Sócrates, Rivelino, Falcão, Ademir da Guia e até mesmo Neto, um dos maiores ídolos da história do Corinthians, já tiveram seus momentos de cabeça-de-bagre.

Só não posso concordar que Ronaldo, como eterno exemplo, deveria se calar diante das ofensas morais de que foi vítima de um babaca travestido de torcedor. Simplesmente, um babacão!

Mostrar o dedo médio pode ter sido exagero de um profissional. Não acho! Porém, foi pouco como reação do ser humano Ronaldo. Com o mínimo de sangue nas veias, o homem reage mesmo.

E aí o Neto, hoje profissional de Imprensa -- ainda despreparado e destemperado -- se esquece de que deveria minimamente se colocar no lugar do Fenômeno. Deveria se lembrar dos tempos de boleiro, da mulherada, da cara cheia, da trairagem, do individualismo, da obesidade, da rebeldia, das expulsões, dos palavrões e da cusparada no árbitro José Aparecido -- cansou de errar contra o Corinthians, mas não merecia tamanha humilhação.

Na arquibancada o torcedor, mesmo que babaca ao cubo, tem direito a quase tudo. Fora de lá, deve ser um cidadão respeitador. Nada mais. Caso contrário, que arque com as consequências e que não se arvore de representante de uma torcida maravilhosa. Vira vítima e faz do ídolo um vilão.

Só não sei o babaquice maior é do torcedor idiota ou do jornalista de ocasião. E olha que Neto não foi o único do meio a deitar falação. É o retrato de uma Imprensa pobre de espírito, pobre de responsabilidade, pobre de sensibilidade, pobre de profissionalismo e pobre de argumentos.

Como se nenhum deles jamais tivesse feito o mesmo gesto de Ronaldo. Um dedo foi pouco e muito. Pouco para o babaca. Muito para virar notícia, em detrimento de um Corinthians capenga, mal distribuído, nada criativo e seriamente ameaçado de ficar de fora das semifinais do Paulistão. Bem diferente do nosso Ramalhão que daqui a pouco pega o Monte Azul para carimbar de vez o passaporte.

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