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segunda-feira, 1 de março de 2010

Ramalhão embalado

Demorei, mais voltei. Novos projetos, certa preguiça e mudança de endereço sempre provocam transtornos inesperados.

E volto feliz da vida com o bom momento do futebol profissional do Grande ABC. Santo André, São Caetano e São Bernardo simplesmente limaram os desastres do final de 2009 e parecem caminhar a passos firmes rumo ao terreno da consistência.

O Santo André é vice-líder do Campeonato Paulista, à frente de grandes como São Paulo, Corinthians e Palmeiras, com méritos indiscutíveis.

Sábado à noite, no Bruno Daniel, o time de Sérgio Soares foi bem superior à Portuguesa do espertíssimo Vagner Benazzi.

Taticamente, um verdadeiro nó tático. Teimosamente, a Lusa foi esquematizada num duvidoso e capenga 4-3-3, com mais cara de 3-3-3. É isso mesmo! Considerando-se que o veterano Athirson passeou numa área de 20m x 20m, a Portuguesa jogou com um a menos nos primeiros 45 minutos. E pouco mudou no segundo.

Como o volante Acleisson se transformou em falso líbero, atrás e entre os dois zagueiros internos, e os dois laterais viraram alas, sobrou para Marco Antonio, teoricamente o volante com liberdade para sair pro jogo, a tarefa solitária de marcar e armar. Sobrecarregado pela inércia de Athirson e pelo distanciamento dos três atacantes, Marco Antonio foi engolido pelo meio-campo andreense.

Consciente e bem esquematizado, num 4-4-2 flexível, o Ramalhão foi sempre melhor, embora não tenha sido tão brilhante nos minutos finais do primeiro tempo.

O time foi bem como um todo. A começar pela segurança de Júlio César. Pelas beiradas, Cicinho foi mais ofensivo e eficiente que Carlinhos. O miolo de zaga só não foi perfeito porque no finalizinho Hallysson cometeu falta boba no ataque e acabou expulso. Elogiar goleiro, zagueirão e juiz antes do final do jogo é risco certo.

Dos dois volantes, o primeiro, Ale, brilhou defensivamente. O segundo, Gil, foi incansável até mesmo quando tentou atacar. Mais à frente, Bruno César e Branquinho tiveram espaços generosos para criar e chegar com perigo. Ditaram o ritmo de jogo e ainda municiaram os dois atacantes com sabedoria. O rápido Rodriginho e o pivô Rafael Silva também foram bem.

Como consequência disso tudo, o que se viu foi um jogo superagradável, especialmente para as cores azul e branco. Quer saber, como disseram meu irmão Moisés e meu amigo Fabiano, 2 a 0 foi pouco. O placar moral seria 4 a 0.

A quebra de um tabu superior a duas décadas pode embalar ainda mais o Ramalhão. Sem se esquecer de que o próximo adversário é o mordido Palmeiras.

Pena que a torcida ainda não se tenha dado conta de que o Ramalhão merece mais apoio.

Já o São Caetano, mesmo perdendo do Botafogo, faz campanha de razoável pra boa. A perda do técnico Antonio Carlos Zago é significativa, mas ninguém é insubstítuível. O time de Roberto Fonseca está certinho e se melhorar ainda pode lutar por uma das quatro vagas das semifinais.

Enquanto isso, pelos lados de São Bernardo, a reação do Tigre tem sido empolgante. Com mais de 6 mil pagantes -- nem todos presentes ao Estádio Primeiro de Maio --, o triplo dos jogos no Brunão, o São Bernardo fez 3 a 0 mas vacilou feio e permitiu que o Marilia marcasse dois gols e ainda ameaçasse empatar.

Nas mãos de Rui Scarpino, o grupo ganhou personalidade, consistência, mais pegada e padronagem tática até então escamoteadas. Agora sim, dá pra sentir firmeza de quem quer o acesso ainda em 2010.

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