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terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Ramalhão volta ao ninho. E agora?

Como era de se esperar, o futebol profissional de Santo André está de volta ao velho ninho. Só que o ninho já não é o mesmo. Os pais são conhecidos, dedicados e capazes.

Como era de se esperar, o todo-poderoso  Ronan Maria Pinto entregou a rapadura por absoluta falta de competência gerencial. Lógico que o empresário jamais reconhecerá a derrota. Quando interessa, problemas pessoais servem como escudo para a incompetência.

Como era de se esperar, o Sagedd -- Santo André Gestão Empresarial e Desportiva Desastrosa -- sucumbiu por se submeter sem contestações, covardemente,  a um regime ditatorial e por não ter intimidade  com as coisas do futebol. Em outras áreas, pouco nobres, por sinal, dizem que o chefe é expert.

Como era de se esperar, sobrou para o Esporte Clube Santo André um singelo, irônico e cinico bilhete: Quem pariu que o embale. Com carinho, do amigo RMP.

Como era de se esperar, o Diario do Grande ABC, ainda presidido por RMP, se limita a informar que Sagedd e Santo André fizeram um acordo de cavalheiros e a criança debilitada foi devolvida ao bom berço que a acolheu em setembro de 1967.

Como era de se esperar, ninguém informa com transparência as condições em que a criança chega após passar pelas UTIs e frequentar os sombrios corredores do Hospital do Rebaixamento. Ou o Sagedd não precisa assumir dívidas e responsabilidades? Será que agora os pais conhecem a realidade deixada por quem sempre a escondeu?

Como era de se esperar, quando emparedadas -- raramente -- as partes falam sem clareza,  sem consistência, sem dizer nada. Não revelam como ficam as reais responsabilidades  jurídicas, fiscais e trabalhistas do clube após todos os prejuízos morais e financeiros.

O problema é que o Sagedd jamais respondeu juridicamente por qualquer ato. Nada saiu do nome do Santo André.  Inclusive os contratos de jogadores. Até mesmo na Federação Paulista de Futebol, onde  merecido respeito é direcionado ao presidente Celso Luiz de Almeida, que  tem trânsito livre.  Isso pode ajudar!  

Como era de se esperar, o DGABC, até então espécie de assessoria de imprensa privilegiada de RMP, não fala nada sobre  dívidas  superiores a R$ 30 milhões. Pra quem não tem nada além do patrimônio... Como ficam acionistas do Sagedd, credores e até mesmo o INSS, com recolhimentos atrasados?

Por sinal, não me esqueci de que sou uma das vítimas. Acredito, como amigo e ex-funcionário, que o presidente cumpra sua palavra. Afinal, o bom empregador tem de honrar suas obrigações trabalhistas plenamente.

Como era de se esperar, repito, nossos órgãos de imprensa também não citam uma herança maldita, um rombo financeiro que pode até resvalar nos cerca de 3.2 mil associados titulares ( com dependentes, mais de 13 mil sócios, em números atualizados) do belo poliesportivo encravado no Parque Jaçatuba.

Administração de finanças  -- sempre no limite -- e gerenciamento de recursos humanos já não são lá essas coisas. Volta do futebol  profissional pode fazer com que tudo se agrave e  orçamento, já com a faca na jugular, feche no vermelho.

Pior é que a herança pode afetar a saúde financeira do clube e a saúde clínica de dirigentes apaixonados. Mais uma vez, Celso e Jairo vão abrir mão da família e de cuidados próprios em prol do Ramalhão. Alguém duvida? Talvez não tivessem escolha!

Não nos esqueçamos de que a cessão da área pública municipal em comodato tem algumas  cláusulas importantes, incluindo a manutenção do futebol da cidade. Ter aquele patrimônio não é sinônimo de riqueza.

Ou será, que, simplesmente o coração azul dos dois importantes cardeais falou mais alto?

Como o Ramalhão, com a imagem desgastada e hoje de quatro,  apoiado por poucos torcedores dedicados,  vai se virar sem caixa, sem patrocinadores e sem as cotas da TV? Talvez a Timemania ou os mensaleiros do governo ... Não duvide; nem seja trouxa!

Como será  a relação do ECSA com o Poder Público? Com Aidan Ravin, o prefeito inimigo do esporte, foi um desastre. Por culpa do prefeitão e do todo-poderoso que se apresentou como salvador e se adonou do nosso Ramalhão.

Por comodidade ou  omissão, parece que a maioria da imprensa regional dá demonstrações de que não vai questionar com profissionalismo possível relação político-clubista  nebulosa envolvendo o PT de Carlos Grana com o clube. Prefeito eleito já esteve no Jaçatuba.

O que será que pensam torcedores, sócios, conselheiros, cotistas, potenciais patrocinadores hoje distantes -- enfim, a sociedade andreense -- sobre o futuro de um clube que já nos deu tanta alegria e hoje está no fundo do poço?

Sem caixa,  provavelmente o Ramalhão vai montar time modesto e apostar na poucas revelações aproveitáveis. Mesmo porque, sem investimento à altura, as categorias de base  ( Sub-13, Sub-15, Sub-17) estão escanteadas.

Quando não, entregues de mão beijada a ONGs que, em nome do social quase sempre empresarial, recebem verba do Ministério do Esporte usando e abusando do nome do Santo André. Abra o olho, presidente! É melhor passear pelos nossos campos distritais e checar os documentos.

O presidente Celso Luiz de  Almeida e o vice Jairo Livólis se dedicam ao Ramalhão há mais de 30 anos. Já estiveram no comando do clube, e do futebol, por 15 anos, de 1992 a 2007.  É bom lembrar que sou contra o continuismo prolongado.

Agora, além do importante clube social,  voltam a comandar o futebol em momento que não permite erros nem amadorismo. O quê não se faz para não ver morrer um amor antigo? Me desculpem, mas, sem respaldo, soa como loucura. É uma aposta nas trevas. Precisa ter peito para assumir tamanha bucha de canhão!

A criança cresceu e passou a significar um balaio de problemas, da base ao profissional,  agora nas mãos de quem sempre se dedicou mas não pode fazer milagres se não contar com o apoio de torcedores, de empresários e até mesmo do Poder Público. Sem paternalismo!

Desde que, como acontece de forma abusiva em São Bernardo -- e o amigo Daniel Lima está coberto de razão -- , o PT, provável parceiro a respaldar,  não se arvore de salvador e posteriormente dono do Ramalhão.

Desde que o PT não partidarize as relações protecionistas e se julgue no direito de trocar o azul do Ramalhão pelo vermelho do partido. Ajudar pode. Melhor, deve. Com limites. Se não for possível, que ao menos não atrapalhe. Como Aidan Ravin e cia.

Em resumo, os abnegados Celso e Jairo pegam uma verdadeira batata quente. O passado é erros e acertos, de lutas e glórias, vitórias e derrotas inesquecíveis. O futuro é incerto e temerário. Precisa ter peito! Boa sorte, senhores!  Não lhes falta currículo.

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