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domingo, 2 de dezembro de 2012

A fratura exposta da incompetência médica

Não há como negar que no segmento da saúde, nós, brasileiros, vivemos na corda bamba. Tanto quanto na educação, na segurança, no saneamento básico, na mobilidade social e na habitação.

Se correr, o bicho pega; se ficar, o bicho come. Mas... correr pra que lado quando se necessita de assistência médica?  É um pior do que o outro! Tanto no setor público quanto no privado, a incompetência profissional soa como fratura exposta.

Parece erva daninha plantada nas hortas de universidades mais preocupadas com os lucros financeiros do que com a formação plena de  profissionais de valor. 

Além de competência, falta investimento coerente. Em "compensação", a roubalheira é desenfreada e o gerenciamento de recursos financeiros e humanos é digno de prostíbulos. Acontece de tudo! 

Falta hospital. Falta equipamento. Falta médico. Falta remédio. Falta salário compatível. Falta leito. Falta UTI. Falta ambulância. Falta respeito ao usuário. Falta carinho. Falta sensibilidade. Falta, acima de tudo, comprometimento profissional da maioria de doutores de meia pataca.

Salvo raríssimas exceções, a saúde brasileira é um caos. No Grande ABC não é diferente. Basta um passeio pelos principais hospitais de Santo André, São Bernardo, São Caetano, Mauá, Diadema...

Particularmente, já tive problemas com atendimentos no Hospital Santa Helena -- dizem que melhorou -- , na Unimed,  no Hospital Dr. Cristóvão da Gama. Já briguei, já dei murro na mesa -- o médico, sonolento, boliviano,  quase morreu de susto e depois foi demitido --, já reclamei e já cancelei convênio. Tudo dentro dos direitos de quem teima em exercer a cidadania.

A última -- por enquanto -- decepção aconteceu há menos de dois meses, quando minha esposa tropeçou numa calçada irregular e acabou no pronto-socorro do Cristóvão da Gama, aqui atrás de casa.

Antes mesmo da opinião médica, nós, cinquentões e professores de Educação Física, tínhamos certeza de que havia fratura na cabeça do rádio, osso do braço.  Tombo foi feio -- imagine, sem rir, por favor, alguém caindo em seis apoios! -- e  o movimento de flexão ficou bem limitado.

Para nossa surpresa, o doutor -- um jovem arrogante e aparentemente sozinho para atender contingente significativo, o que não é culpa do paciente -- garantiu que não era "nada" após avaliar o raio-X. Ainda bem! Voltamos pra casa surpresos com nossa ignorância ortopédica. Porém, momentaneamente, felizes.

Após uma semana de imobilização e mais uma sem maiores esforços, o braço continuava estranho.  Havia algo de errrado. A dor era inversamente proporcional à mobilidade. Insisti para que a Angela procurasse o "doutorzinho sabe-tudo" e pedisse explicações no hospital.

Chateada, mas avessa a discussões, ela preferiu ir aqui mesmo na rua Santo André, na Otur, do experiente dr. Tardini, que, salvo engano,  já foi médico do Guarani  quando o time campineiro ainda era vencedor.

Atendida com muita atenção e zelo pelo dr. Humberto, não deu outra.  A experiência e a competência profissional falaram mais alto. Nova radiografia constatou  fratura. Adivinhe onde! Na cabeça do rádio, lógico!

Mais do que isso;  ficaram comprovadas a incompetência e a falta de responsabilidade profissional de alguém  que se formou mas faz da empáfia  e do desprezo armas letais contra o cidadão comum; leigo, como nós.

É provável que o jovem cansado se ache professor. Pela soberba, pela atitude e pela pressa, não passa de mais um enganador de plantão, que deveria voltar a colocar a bunda nos bancos escolares para ver se aprende visualizar ao menos uma fratura. E se fosse um caso de vida ou morte?

Pena que ainda não achamos o receituário para dar nome aos bois e levar à diretoria do hospital, um dos mais conceituados da região.  Talvez não seja tão difícil; era o único plantonista no dia 6 de outubro, um sábado, por volta do meio-dia.

Com certeza, seria melhor optar pelo caminho mais curto e sem os custos exorbitantes de qualquer convênio particular. Pronto-socorro do Hospital Municipal, que tem profissionais bons e éticos, e fica mais perto de casa, seria a melhor opção.  Além de ser mantido com o dinheiro dos nossos impostos. Portanto, não é de graça.

  

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