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terça-feira, 29 de abril de 2014

Real Madrid atropela o multicampeão

"Real Madrid dá o primeiro passo. É pouco! Acho que dá Bayern". Foi como abri e fechei o texto do blog após a vitória de 1 a 0 do time espanhol, no Santiago Bernabeu,   no primeiro jogo da semifinal da Liga dos Campeões da Europa.

Ledo engano! Queimei a língua! Time de Carlo Ancelotti fez um primeiro tempo primoroso hoje em Munique, administrou o resultado com inteligência no segundo e, após 12 temporadas,  vai tentar ganhar o décimo o título europeu.

Após a goleada de 4 a 0, adversário será o vencedor de Atlético de Madrid e Chelsea, que jogam amanhã em Londres, na Inglaterra. Em Madrid, deu empate de 0 a 0.

Dois dos melhores times do mundo entraram em campo hoje com esquemas teoricamente muito ofensivos. O Bayern com predominância do 4-2-4, com dois volantes-armadores e quatro atacantes de ofício, sem tanto empenho e competência na marcação pelas laterais.

No Real Madrid prevaleceu o  4-4-2/4-3-3 ofensivo, com dois volantes de contenção,  um armador que pensa o jogo e ainda marca pela esquerda (Di Maria) e outro que fecha o espaço, combate e ataca constantemente pela direita. Benzemá e Cristiano Ronaldo ficavam mais próximos do gol, mas, com a bola, tinham a companhia do galês Bale.

Após algum estudo e certa especulação, não foram necessários mais do que 19 minutos para que o jogo e o finalista se definissem com clareza. Enquanto, de novo, o time de Pepe Guardiola tinha muita posse de bola e nenhuma objetividade, nenhum sentido de penetração, o Real -- de novo -- era mais veloz e objetivo.

Quase perfeito taticamente, marcando a saída de bola e se defendendo em bloco com brilhantismo -- outra vez,  Modric e Xabi Alonso se destacaram -- , o Real não permitia que o multicampeão nem ao menos ameaçasse Casillas. Em 19 minutos o Real já ganhava de 2 a 0 -- gols de cabeça do zagueiro Sérgio Ramos.

Abalado emocionalmente, errando passes, marcando mal e não criando para concluir com eficácia, o desorganizado Bayern ainda levou o terceiro gol com Cristiano Ronaldo aos 33 minutos. Contra-ataque com os quatro homens ofensivos foi tão rápido quanto perfeito.

 Nervoso, o Bayern pouco chegou e ainda correu o risco de levar ainda mais dois ou três gols. Um deles, com Cristiano Ronaldo, por cobertura, seria antológico. Antes, quem perdeu foi Bale com Neuer fora do gol.

Segundo tempo não poderia ser diferente. O Real compactado -- eu não disse covardemente recuado --, marcador e inteligente, a administrar um resultado tão surpreendente quanto merecido. O Bayern bem que tentou ser mais ofensivo. Repetiu um domínio estéril, sem objetividade e com raras ocasiões reais  de gol, embora tenha finalizado mais.

Para completar o show espanhol, o melhor do mundo voltou a marcar aos 45 minutos do segundo tempo. Sofreu e cobrou falta por baixo da barreira, que saltou. Foi o 16º gol do maior goleador numa só edição da história da Liga dos Campeões.

No agregado, um sonoro 5 a 0. Indiscutível! Um atropelamento em plena Munique. Pois é... quer dizer que  o 1 a 0 de Madrid não foi pouco. Foi determinante como primeiro passo para superar o poderoso Bayern, campeão nacional, europeu e mundial.

O multicampeão se curvou diante de um Real Madrid objetivo, consciente e arrasador, o que coloca em xeque a decantada momentânea supremacia mundial do Bayern e a também a filosofia de jogo do competente Pepe Guardiola.

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