Foi definido agora há pouco, em Londres, o adversário do Real Madrid na final da Liga dos Campeões da Europa, dia 24 de maio no Estádio da Luz, em Lisboa, Portugal.
E o campeão, já se sabe, será um time espanhol, da capital Madri, já que o invicto Atlético de Madrid venceu o rico e poderoso Chelsea por 3 a 1 e, quatro décadas depois, está na decisão da melhor defesa contra o melhor ataque da Liga.
Primeiro tempo terminou com um justo 1 a 1. Duelo sem brilhantismo técnico e novamente com predominância dos sistemas defensivos. Mas não foi um jogo chato. Time do argentino Diego Simeone começou melhor, sem medo, mas o Chelsea evoluiu, melhorou os passes, equilibrou e agrediu mais depois dos 20 minutos.
Antes do gol, só ameaçara uma vez com David Luiz de meia bicicleta, enquanto que o time espanhol chegara em duas oportunidades, com Koke -- foi cruzar e acertou o travessão -- e Diego Costa.
Mesmo em casa, diante da torcida, o Chelsea não se impôs. Montou um 4-4-2 móvel, mas pouco criativo e com raros espaços para penetrar. Ficou muito na dependência da velocidade de Hazard pela esquerda e do individualismo do disposto mas isolado Fernando Torres.
Mesmo fora de Madri, o Atlético também optou pelo 4-4-2; manteve sua filosofia de jogo vencedora e prestes a ganhar o Campeonato Espanhol. Sem a bola, intensa marcação; com ela, vamos jogar sem medo, mesmo sabendo que tecnicamente é inferior. Brilha como conjunto, como time.
Fernando Torres, revelado pelo Atlético e até hoje reverenciado pelo torcedor espanhol, fez 1 a 0 aos 35 minutos. El Niño preferiu não comemorar após bela jogada de Willian pela direita e cruzamento de Azpilicueta, lateral que entrou como meio-campista, só para marcar as subidas de Filipe Luís .
Empate aconteceu aos 44 minutos: volante Tiago, um dos melhores em campo ao lado dos brasileiros Felipe Luís e Miranda, se aproximou do ataque e lançou Juanfran na direita; cruzamento atravessou a área e sobrou para Adrian Lopez bater firme, no canto direito.
Igualdade já daria a vaga aos espanhois. Mas o segundo tempo-- bem melhor que o primeiro -- começou com o Atlético ainda marcando em cada palmo do campo e também agredindo o adversário assim que recuperava a bola. Ousadia pura!
Tanto que quase fez 2 a 1 aos dois minutos com Arda Turan exigindo bela defesa do veterano Schwarzer. Chelsea ameaçou aos 7 com o zagueiro Terry, de cabeça, após cobrança de falta. O jovem belga Courtois, um dos melhores goleiros do mundo, defendeu bem
Um minuto depois José Mourinho tentou colocar o Chelsea mais à frente. Eto'o entrou no lugar de Ashley Cole, com Azpilicueta indo do meio para a lateral-esquerda. Willian ficou mais pela direita.
Mas aos 13 minutos, ainda com o Atlético melhor posicionado e mais disposto, o artilheiro Eto'o foi ajudar a defesa e fez pênalti em Diego Costa. Mesmo nervoso e recebendo cartão amarelo, o brasileiro bateu forte, sem chances de defesa.
Sem alternativa, o time inglês foi à frente e quase empatou aos 18 minutos, quando David Luiz cabeceou no travessão. Já o Atlético passou a apostar na quebra de ritmo de jogo ao pôr o meio-campista Raul Garcia no lugar do atacante Adrian Lopez.
Aos 21 minutos, Mourinho colocou Demba bá no lugar de Fernando Torres. Daí em diante, a tônica foi a continuação da marcação ostensiva e o toque de bola do Atlético diante de um Chelsea que passou a abusar de levantamentos à área e das subidas de David Luiz e Terry.
Foi pouco. Aos 27 minutos, de novo Tiago lançou, de novo Juanfran cruzou e agora Arda Turan concluiu de cabeça na trave. No rebote, com o pé direito, o mesmo Arda Turan mandou para o fundo do gol.
Aos 30, Diego Costa sentiu dores musculares e foi substituído pelo uruguaio Sosa. E o mais ofensivo Schurrle entrou no lugar de William. Um minuto depois, com o Chelsea atordoado e sem forças, Filipe Luís por pouco não fez o quarto gol.
Daí até o final o perdido Chelsea só chegou uma vez com possibilidades de diminuir. Aos 48 minutos, Courtois fez grande defesa em chute de Hazard e Terry desperdiçou o rebote.
Venceu quem não era favorito. Venceu o primo pobre. Perdeu o poderoso. Venceu o jogo coletivo. Perderam as individualidades e o currículo do marrento José Mourinho.
Decisão é um clássico histórico, doméstico e cheio de peculiaridades. Portanto, sem favoritismo indiscutível. Determinação e coletivismo do Atlético podem, sim, superar individualidades estelares como Cristiano Ronaldo, Di Maria e Bale.
Mas entendo e respeito a maioria dos especialistas, que apontam o Real Madrid -- sete vezes mais rico que o rival -- como principal candidato ao seu décimo título europeu. Primo pobre decide a Liga dos Campeões pela segunda vez. Na primeira, perdeu do Bayern de Munique.
Gosto e admiro a objetividade do Real, mas, mais uma vez, vou torcer para o time teoricamente mais fraco e que tem o DNA parecido com o Corinthians.
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