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terça-feira, 5 de março de 2013

O ministro demagogo e o colunista apaixonado

As opiniões do ministro do Esporte, Aldo Rebelo, e do colunista de Veja, J.R.Guzzo, merecem ser respeitadas.

Porém,  afrontam o bom senso. Insistem em flertar com o absurdo da demagogia política, da paixão clubista e da irresponsabilidade jornalística, como bem escreveu meu amigo Daniel Lima.

Em entrevista  ao Estadão, o ministro voltou a defender o indefensável. Ao menos pra pessoas que têm o mínimo de caráter e vergonha na cara.

Com extrema cara de pau e disposto a fazer média às vésperas da Copa do Mundo no Brasil, este senhor vem a público para sugerir anistia às dívidas e isenção fiscal aos clubes.

Entre eles o Corinthians, bicampeão mundial, que está na lista de maus pagadores da Receita Federal.

Afinal, pra quê recolher Imposto de Renda, Contribuição Social sobre Lucro Líquido, PIS e Confins?

 Embora lei de 1998 tenha retirado a isenção fiscal dos clubes de futebol profissional, o ministro quer que os motivos da cobrança sejam reavaliados.

Pura demagogia! Politicagem  repugnante sob a nada consistente justificativa de que nossos clubes  não visam lucro. Tudo pelo amor ao futebol. Me engana que eu gosto! Posso ser meio trouxa, mas não sou trouxa por inteiro.

Tá de brincadeira, nobre ministro! Dirigentes de clubes são especialistas em falcatruas. Haja vista o gigantismo do débito que a maioria tem com o INSS. Sacanagem e má administração.

Quer dizer que, se eu devo, sou obrigado a pagar ou perco até a cueca para o governo! Mas quem aplica calote sobre calote e se esconde sob o  manto do "sem fins lucrativos" ou sob o cobertor da indecência governamental não esbarra nos rigores da lei?

Sem essa, ministro! Não nos trate como imbecis, por favor. Seja menos omisso e mais inteligente!

Quanto ao colunista apaixonado, ainda não consegui digerir. A começar pelo título (Bem feito), o bom profissional J.R. Guzzo cometeu barbeiragens imperdoáveis.

Ao imputar plena culpa ao Corinthians no caso do menino boliviano morto pelo maldito sinalizador, o articulista  generalizou de forma primária, infantil. Como jornalista, um erro de foca.

Tanto quanto ao insinuar que o jovem brasileiro foi "fabricado", obrigado a assumir o crime. O menor estaria a proteger marmanjos por ser imune a qualquer pena mais drástica.

Ao definir as torcidas organizadas como "marginais, delinquentes, bandidagem", com a "cumplicidade" dos dirigentes do clube, Guzzo volta a incorrer na perigosa generalização.

Lógico que há bandidos e maus elementos nas organizadas, mas também há pessoas do bem.Têm, até, um lado bom, quando cobram e incentivam. Particularmente, não as vejo, as organizadas, com bons olhos. Tenho inúmeras restrições.

Jornalista escreve, ainda, que o Pacaembu vazio  foi o "tribunal para um caso raro de aplicação de justiça imediata contra a criminalidade no futebol brasileiro".  E mais: "cúmplice ativo de criminosos.

Quanta besteira, senhor Guzzo! Parece coisa de anticorintiano com dor-de-cotovelo. Quanta insensatez, senhor Guzzo! Palavras acusatórias tão pesadas e impróprias quanto inconsistentes, maldosas, generalistas e irresponsáveis.

Especialmente quando partem de um jornalista respeitável. Pena que, aparentemente, travestido de torcedor apaixonado  por algum clube que não o bicampeão do mundo.

A partir de agora,  vou ler suas boas colunas com maior rigidez. De seu fã, posso passar a duvidar da veracidade de suas opiniões e ser um crítico contumaz.

Com certeza, terei mais argumentos e mais responsabilidade profissional. Sem paixão incontrolável. Com o mínimo de racionalidade. Sem agir como torcedor comum.

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