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segunda-feira, 28 de junho de 2010

Brasil, um cachorro grande e prudente

Caro amigo-leitor, não se iluda! O Brasil de hoje tem semelhanças, e não é apenas a camisa amarela, mas não é igual ao time tricampeão do mundo no México, com Pelé, Rivellino, Gérson, Tostão, Jairzinho e cia. Tampouco lembra aquele timaço que encantou o mundo como uma obra de arte mas ficou pelo meio do caminho na Copa de 82, na Espanha.

O Brasil de 82 exalava inspiração, o de hoje transborda transpiração. O time de Telê Santana era muito melhor do que o de Dunga. O grupo liderado por Sócrates, Falcão e Zico desfilava um futebol de primeira grandeza. O de Gilberto Silva, Felipe Mello, Lúcio e Elano lembra soldados e operários cumpridores de tarefas recheadas de regras e rigidez tática.

A Seleção de 82 conseguia ser homogênea do gol ao ponta-esquerda. Pois é, havia ponta. Quem brincava com a bola pela esquerda era Éder. A de hoje não tem ponta nem meio-campo com o mínimo poder criativo. Não tem ousadia, mas faz da prudência e do comprometimento do conjunto armas letais para quem se atreve a criticar a falta de futebol arte.

Foi assim agora há pouco na boa vitória de 3 a 0 sobre o Chile. Não empolgou, mas ganhou sem traumas. Como a Holanda! Domou chilenos que no início e no fim ameaçaram atacar, como previsto por todos, e criou apenas o suficiente, na conta do chá. E precisava mais?

Controlou o jogo. Como a Holanda! Defensivamente, foi quase perfeita. Sem frangos, sem furadas e sem expulsões. Ótimo! Melhor assim! Como a Holanda! Sem a bola, mostrou o ortodoxo mas eficiente 4-4-2, com um quadrado no meio-campo. Com a bola, liberou Kaká -- evoluiu --, aproximou três homens de frente e manteve a proteção defensiva. Diferente da Holanda? Que nada!

Por isso o Chile foi uma presa fácil. A ousadia estéril se mostrou incapaz, se transformou numa incompetência amedrontada, diante de uma camisa que ainda pesa. Duro foi ver Lúcio, Juan, Gilberto Silva e Ramirez mostrarem bom futebol e Robinho, um dos piores em campo, apesar do gol e de uma assistência secundária, ser escolhido pela FIFA como melhor em campo.

Por isso, repito, sexta-feira é dia de briga de cachorro grande. De verdade! Não há como fugir da raia, os dois vão jogar pelo resultado. Vão se respeitar, lógico, mas sem deixar de morder, creio. Tomara que não exagerem no respeito e deixem pra decidir na prorrogação ou nos pênaltis.

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