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domingo, 20 de junho de 2010

A desonestidade do 9 e o mérito dos 11

-- Ei, 9! E aí, mano Fabiano... Malandragem de brasileiro, hein! Você ajeitou a bola com a mão, né? Confessa, vai!

-- Não, caro professor! Nada disso! Dominei no peito. No máximo foi ombro.

Entre sorrisos matreiros e sem graça, foi mais ou menos assim o estranho diálogo de Luís Fabiano com o mau árbitro francês Stephanne Lannoy após o gol irregular do brasileiro na boa vitória de agora há pouco sobre a Costa do Marfim.

Só faltaram as piscadas recíprocas para comprovar a farsa. Não gosto do termo, mas o juizão foi um banana. Falhou técnica e disciplinarmente. Não teve autoridade e merece ser suspenso pela FIFA. Foi como aprovar, compactuar com a farsa. Além de se omitir diante da pancadaria dos marfinenses.

Se, forçando a barra, também pode ser definido como ambidestro -- trabalhar e se servir habilmente com as duas mãos -- por chutar com os dois pés, agora o nosso Fabuloso seria chamado de quê? Sem essa de craque, de o gol ser comparado ao de Pelé contra a Suécia na final de 58.

Se Maradona foi desonesto em 86 diante dos ingleses ao fazer o famoso gol de mão, hoje nada foi
diferente. Ou será que a desonestidade argentina é maior ou menor do que a nossa. O gol não pode ser anulado, mas nosso centroavante deveria ser punido.

Luís Fabiano desencantou. Na base da esperteza, mas desencantou e marcou duas vezes. Kaká também melhorou e deu assistência para dois gols, mas foi expulso injustamente. Os africanos jogam bem menos do que pensam. Bateram pra valer e terminaram com 11. Pra mim, uma decepção.

O jogo teve vários momentos de violência, foi pegado do começo ao fim. O duelo seria ótimo para o Dunga dos velhos tempos. Por sinal, um volante cão-de-guarda que cansei de elogiar.

Em relação à estreia, nosso time não precisou empolgar para ser melhor. O adversário não precisou ser brilhante para exigir um pouco mais. Apesar do gol irregular, a Seleção mostrou força defensiva e consistência tática. Sabe o que quer. Mereceu vencer. E ainda pode evoluir.

Primeira fase é assim mesmo. Muitos jogos ruins e algumas surpresas. A partir de sábado, nas oitavas-de-final, a onça começa a beber água. Aí sim começa a Copa de verdade. Quem pode mais chora menos e as coisas entram nos eixos.

Em briga de cachorro grande tudo pode acontecer. Até mesmo os gigantes podem voltar mais cedo pra casa. Hoje, Itália e Inglaterra são sérios candidatos.

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