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sexta-feira, 18 de junho de 2010

Não vai dar zebra!

Caro amigo leitor, pode tirar o cavalinho da chuva... Embora não existe local melhor, na África do Sul também não vai dar zebra.

Por que também? Porque em 18 edições da Copa do Mundo, jamais deu zebra de verdade, aquele elefantão listrado a desfilar com a cobiçada faixa de campeão.

Em 80 anos, vimos no máximo surpresas diante de favoritos. Em 30 e 34, Uruguai e Itália promoveram e ganharam. Em 38, na França, a Hungria poderia até ganhar, mas deu novamente Itália.

Após o hiato provocado pela Segunda Guerra Mundial, sem Copa em 42 e 46, o Brasil foi avassalador em 50, mas conheceu o Maracanazzo ao perder dos uruguaios de 2 a 1. Zebra? De jeito nenhum. Nada mais que uma surpresa. Uma surpresa, uma ferida sem data para cicatrizar definitivamente.

Em 54, na Suíça, a Hungria de Puskas encantou o mundo e entrou para a final imaginando novo atropelamento. A arte esbarrou na força alemã e entrou pelo cano. Zebra? De jeito nenhum! Nada mais que outra surpresa.

Em 58 e 62, Suécia e Chile viram o Brasil de Pelé, Garrincha, Nilton Santos e cia jogar o fino da bola. Ninguém ousou imaginar outro campeão. Atropelamos e ganhamos o mundo. Pouco me lembro porque tinha apenas sete anos em 62.

Em 66, a Inglaterra promoveu e ganhou a Copa. Nada de plasticidade. Muita transpiração e pouquíssima inspiração artística. Ao contrário do que aconteceria no México, em 70, quando o Brasil voltou a maravilhar o planeta bola. Pelé, Jairzinho, Tostão (hoje médico e um senhor colunista), Rivelino e Gérson foram excepcionais, inesquecíveis.

Alemanha e Argentina promoveram e conquistaram os mundiais de 74 e 78. Favoritismo era de uma Holanda empolgante, encabeçada por Cruyff. Mas os campeões mostraram peso de camisa e aplicação digna de guerreiros invencíveis. Zebras? Nada disso! Nem surpresas.

Em 82, na Espanha, o Brasil voltou a encantar pela beleza futebolística de Zico, Falcão, Sócrates, Éder, Júnior e cia. Encantou e foi eliminado pela limitada mas aplicada Itália, campeã em cima da forte Alemanha. Os italianos do carrasco Paolo Rossi surpreenderam os artistas brasileiros, mas o título não foi zebra.

Em 86, de novo no México, a Argentina superou a Alemanha na final, mas recebeu o troco quatro anos depois na Itália. Maradona se curvou diante de Lothar Matthaus. O Brasil de Lazzaroni e Dunga foi um fiasco. Só apagado na Copa seguinte, nos Estados Unidos. Jogou só pro gasto, mas tinha Romário. Como se vê, nada de zebras.

Em 98 a anfitriã ganhou de forma surpreendente, mas não foi zebra não. A França mereceu derrotar o favorito Brasil de Ronaldo, Roberto Carlos e cia. Mas os amigos de Ronaldo -- hoje motivo de gozações e piadinhas maldosas -- deram a volta por cima. Em 2002, Coréia/Japão, a Alemanha foi a vítima fatal.

Mais quatro anos e nada de zebra. Na Alemanha, deu Itália diante da França de Zidane Agora, em plena África, a menina listrada vai ficar bem escondidinha. A primeira fase vai terminar com o sonho de muitos candidatos a zebra. Da segunda, quando sobram oito, dificilmente algum animal selvagem vai vingar.

Ou o caro amigo leitor acredita em Nova Zelândia, Argélia, Japão, África do Sul, Grécia e Nigéria como fortes candidatos a elefantes listrados? Nem pensar. De novo, vão ficar os grandões. O futebol já começou a aparecer. Felizmente! E nem sempre jogado pelos gigantes.

Hoje, por exemplo, a Alemanha do andreense Cacau foi ridícula diante da Sérvia, que não é boba não. Mas também não será a sonhada zebra da Copa. Quanto ao Brasil, é melhor esperar os três primeiros jogos. Somos gigantes. Jamais zebras. Apesar de Dunga ignorar nossa admiração por uma arte chamada futebol.


Off-side

* Fugindo do futebol e sendo repetitivo e teimoso: até quando o prefeito Aidan Ravin vai se omitir em relação à falta de comprometimento e responsabilidade profissional da maioria dos guardas municipais que deveriam zelar pela segurança do Parque Central. Droga rola solta e boa parte dos GCMs nem sai da toca. À noite, então, nem pensar! Porém, meus impostos pagam seus salários, ?

* Mais um recado para o prefeitão: viaduto em frente ao Diario do Grande ABC, aquele que dá acesso à Perimetral, continua sem sinalização indicando estreitamento/redução de faixas de rolamento. Do gabinete de Aidan é bem provável que não haja dificuldade para checar in loco. E providência, nada! Será que o trânsito não é importante?

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