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domingo, 27 de junho de 2010

Os craques e a Jabulani

Depois de inúmeros testes em túneis de vento, além de alguns jogos do Campeonato Alemão -- será que é por isso que eles parecem mais adaptados? -- e agora na Copa da África do Sul, os homens da FIFA anunciam que vão conversar melhor com o pessoal da empresa fabricante da Jabulani.

Pura balela! Em outros tempos, a Adidas não passaria por tal situação. A bola é mesmo mais rápida, sofre menos resistência, mas não tenho dúvidas de que Domingos e Ademir da Guia, pai e filho, a chamariam, intimamente, de você. No mínimo, carinhosamente, de "minha doce menina".

Sem qualquer cerimônia, Marcelinho Carioca, Éder e Neto com ela andariam sempre de braços dados e pés colados, como eternos namorados. O que dizer, então, de Rivellino, Zico, Falcão, Dirceu Lopes, Djalminha, Júnior, Dener, Nelinho, Ademir Menezes, Didi, Friendenreich, Roberto Dias, Edu, Canhoteiro, Garrincha, Tostão, Luizinho, Gérson, Heleno de Freitas, Pita, Ailton Lira, Sócrates, Careca, Zenon, Alex, Mário Sérgio, Romário, Ronaldinho, Ronaldo, Zizinho e cia?

Por que, ainda entre os brasileiros, não citei Pelé? Queiram me desculpar, não foi esquecimento. Muitos já o disseram, alguns ousaram discordar, mas Pelé foi incomparável. Jabulani, capotão, plástico, meia ou bexiga de boi, qualquer coisa que parecesse com bola grudava nos pés, no peito e na cabeça do rei.

Assim como esses e outros tantos craques brasileiros, muitos estrangeiros talvez se apaixonassem pela menina malvada, "de outro mundo". Ela pode não ser uma sumidade de beleza, mas Di Stefano, Puskas, Beckenbauer, Cruyff, Donadoni, Just Fontaine, Gullit, Van Basten, Reykard, Eusébio, Platini, Zidane, Boniek, Lato, Maradona, Breitner, Pedro Rocha, Rumenigge, Overath, Albert, Geno, Riva, George Best, Boby Moore, Haddy, Stoichikov e tantos outros gringos não recusariam um convite pra dançar colado.

Então, mesmo que a menina tenha algum defeito de fabricação, passou da hora de parar de reclamar que bola é isso, é aquilo. Quem sabe, joga! Quem conhece domina ou dá de taquito, letra ou calcanhar.

Como acontece com Maradona à beira do campo. E aconteceria se ainda hoje Pelé, Rivellino, Ademir da Guia, e cia perto dela passassem. Ela procura quem conhece e a trata com carinho, respeito. Se apaixona, sorri e se excita num piscar de olhos, galanteio ou discreta reverência.

Porém, não é pra qualquer um. Como a Copa da África mostra-se hipereconômica em artistas da bola, é melhor escolhê-la como vilã.

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