Seguidores

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Uma Copa sem futebol. Por enquanto.

E a Copa começou...Nos próximos dias, por um mês, o futebol regional vai ficar meio esquecido pela Imprensa do Grande ABC. Todos estarão de olho na distante África do Sul.


As coisas de Santo André e São Caetano ficarão para segundo plano. O Ramalhão esquecido vai fazer um pit stop forçado. Se o reabastecimento for tão rápido quanto eficiente, a equipe de Sérgio Soares pode até se reencontrar com solidez suficiente para não voltar a dormir ameaçada pela cortante espada do rebaixamento.


Time, por enquanto, o Ramalhão não tem. Nem tenho certeza se após a bela campanha no Paulista e o inevitável desmanche o bom Sérgio Soares manteve-se em alta ou foi engolido pela diretoria do Saged -- Santo André Gestão Empresarial e Desportiva. Explicando: será que as novas contratações têm seu aval?


O Azulão também será pouco lembrado. Porém, bem colocado, o time de Sérgio Guedes já mostrou consistência e cara de quem ao menos sabe o que quer. Pode melhorar e seguir firme com o sonho do acesso.


Enquanto isso, na África, o Brasil de Dunga e seus guerreiros sem classe estrearam agora há pouco diante dos limitados coreanos. Um Brasil pragmático, de quem não se pode esperar nada mais que esporádicas pitadas de arte. Nada mais! O Brasil de Dunga vai jogar quase sempre assim: por resultado. Quer entrar na história pelo título. Futebol bonito é um sonho distante.

O que se viu foi um futebol burocrático, sem criatividade, sem técnica, sem ousadia, sem lançamentos, sem passes milimétricos, sem dribles... Um futebol sem graça. Dois a um foi muito para Dunga, mas pode ser pouco lá na frente, se a definição for por saldo de gols. Juro que não consegui ficar de olhos pregados na TV.

Melhor, bem melhor: brinquei de cavalinho e de carrinho com o Victor. Também pude olhar com carinho para a barriga da Maira e imaginar como será minha princesinha. Com certeza, Victor e Júlia serão minhas grandes alegrias, minhas paixões, por muito tempo. Tomara que a recíproca seja verdadeira.

Quanto ao Brasil, repito: é melhor não esperar muito. Pode até ser campeão. Mas seria um campeão sem tempero, incapaz de empolgar. Bem distante do que se poderia imaginar ou sonhar.

E, a depender dos demais jogos iniciais, futebol bonito vai mesmo ser coisa rara na África. Se bem que primeira fase não é parâmetro pra muita coisa. A onça só começa a beber água quando os cruzamentos colocam frente a frente quem realmente tem garrafa velha pra vender.


Por enquanto, ninguém brilhou. África do Sul e México não saíram do 1 a 1. O México é melhor, mas só não perdeu porque o time de Parreira finaliza muito mal, característica de todos os times africanos e asiáticos. No 0 a 0 de Uruguai e França, campeões mundiais, quem levou sufoco no final foi a seleção sul-americana. Com um homem a menos, o time de Lugano e Forlan mostrou a velha garra na arte de se defender.


Já a Coréia do Sul não teve dificuldade para meter 2 a 0 num time limitadíssimo. A Grécia mostrou robôs enferrujados e incapazes de qualquer ato minimamente parecidos com futebol. Com leveza, os coreanos poderiam enfiar três ou quatro. Juntando A e B do Vigoritto (Sênior), meu time no Primeiro de Maio, não faríamos feio diante dos pernas-de-pau. Também não faríamos feio diante de eslovacos e neozelandeses, em mais um 1 a 1. hoje cedo.


Por outro lado, a oscilante e eternamente favorita Argentina começou com tudo, mas abusou de altos e baixos e não passou de um magro 1 a 0. Esbarrou nas defesas do goleiro da Nigéria, mas mostrou falhas defensivas e não preencheu o meio de campo com um mínimo de disposição, sincronia e inteligência. Pouco pra quem sonha com o título.

A igualmente forte canditada a mais um título, Inglaterra, também deu a impressão de que atropelaria os Estados Unidos. Ledo engano. Fez logo de cara com o capitão Gerrard, mas depois o goleirão levou um frango daqueles e o empate prevaleceu.

Não vi a vitória da Eslovênia sobre a Argélia, mas assisti a goleada da Alemanha sobre a Austrália. Uma vitória convincente, com futebol convincente. Vão dizer que a Austrália não faz mal pra ninguém. E a Coréia do Norte, faz? Só que nós ganhamos mas não convencemos ninguém. Quer dizer, Dunga e companhia devem ter adorado. Parece que pra eles tá tudo bem. Até domingo, vão se cansar de explicar sem convencer que vê futebol com um mínimo de clareza.

Voltando aos outros jogos... Gana superou a Sérvia e mostrou que pode ir um pouco além, ao contrário dos outros africanos. O Japão superou Camarões e a Holanda mostrou bom futebol diante da aplicadíssima Dinamarca. A Holanda vai dar trabalho e pode chegar bem longe. Quando Robben puder jogar a equipe vai ganhar mais qualidade.

Em outro jogo de hoje, Portugal e Costa do Marfim não saíram do zero. Jogaram pouco para merecer ao menos um gol de cada lado. Assim como Kaká e Luís Fabiano, Cristiano Ronaldo foi um fiasco. Vamos encontrar os companheiros de Drogba no domingo. Se nosso poder ofensivo se limitar a Robinho, vamos novamente depender de repentes de algum lateral ou meio-campista. De Gilberto Silva e Felipe Mello é bom não esperar muito. Hoje, só fizemos festa porque somos festeiros. Espero muito mais. O Brasil merece muito mais do que um futebolzinho de segunda.




Nenhum comentário:

Postar um comentário