Seguidores

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

A bela memória dos cinquentões

Calma,  pessoal! Não vou comentar nada sobre a  falta de memória que afeta cinquentões e sessentões mundo afora. Como eu, trator 6.0  já com certo barulho no motor.

Uso este espaço, mais uma vez, para reforçar minha admiração e meu respeito pelo amigo Ademir Medici, jornalista, escritor e memorialista nota 10.

Opa! Falha nossa. Melhor dar 9,5, pra alguém bem perto da perfeição. Como profissional e como homem. Nota 10 já deu ruído desagradável.

Se há, no Diário do Grande ABC, uma página imperdível, que não deixo de ler quase que diariamente, é exatamente a assinada por esse corintiano de quatro costados.

As demais, na maioria, embora tenham melhorado nos últimos tempos,  ficam a desejar a leitores mais exigentes porque têm recaídas perigosas e comprometedoras.

Ultimamente, com a licença da Editoria de Esportes --  hoje sem espaço e sem pessoal para a mesma empreitada  semanal dos anos 70, 80 e 90  -- o pessoal da Memória nos tem brindado com  textos  gratificantes de cinquentões apaixonados por futebol. Um resgate elogiável. Sem preocupação com o lado ruim.

A cobertura do Campeonato Municipal de Santo André -- Categoria Star, acima dos 50 anos -- tem sido um colírio, um massageador de corações fincados na várzea de tantas estórias, de tanta determinação, de tantos causos e romantismo.

A várzea é um poço de esperanças que teima em sobreviver. É um canto inesquecível de marmanjos ali forjados quando moleques de rua, de periferia. Descalços, a chutar qualquer coisa que lembrasse uma bola em direção a quaisquer pedras que simulassem um gol.

Em todos os grotões, daqui e do Brasil inteiro, o futebol amador é um teimoso. Um sobrevivente. Mesmo entre veteranos como os elogiáveis, notáveis, vovôs de Santo André. Cada um tem sua estória. Todos são "craques". Muitos já foram profissionais. Meia-boca ou destacados, como Arnaldinho e Bona, ex-Santo André.

Por isso fico tão feliz ao ler os textos leves -- críticas, só de leve -- e envolventes do Ademir. Que, lógico, devem estar a provocar uma ciumeira danada no pessoal de São Bernardo, São Caetano e cia.

O ideal seria que todos tivessem seu espaço  nobre, mas não dá. A cobertura em Santo André soa como homenagem aos vizinhos. Assim deve ser encarada. O Ademir  tem alma boa, mas não  faz milagre. É um cara do bem.

Porém, bem que a Editoria de Esportes poderia pensar com carinho e reservar algumas linhas esporádicas  para todas as categorias do amadorismo. Mesmo que hoje nem todos joguem por amor. No principal a grana rola em muitos times. Sim, amadorismo marrom.

Pelo menos as semifinais e finais -- no Brunão, no Primeiro de Maio ou no Anacleto Campanella, entre outros --  poderiam ganhar alguma visibilidade no principal meio de comunicação do Grande ABC.

Desde que as ligas, que recebem verbas irrisórias do Poder Público,   fossem minimamente organizadas e transparentes nos seus gastos. O que nem sempre acontece.

Editoria de Esportes -- alô Ângelo! -- também poderia voltar a enquadrar o Poder Público. Especialmente o de Santo André, que pouco faz para deixar os mais de 40 campos distritais em condições minimamente decentes.

O DGABC já falou sobre o assunto muitas vezes durante as últimas quatro décadas.  Sim, 40 anos. Mas pouco muda. As promessas de campanha são as mesmas. Campos  malcuidados e subaproveitados pelo cidadão comum, pela população do entorno.

Muitos dos distritais são   entregues a interesseiros apadrinhados por políticos de ocasião em troca de votos. Campos, muitos deles dominados e/ou temperados por tráfico de drogas, bebedeiras, jogatinas, prostituição, bandidagem e pseudocuidadores,  que deles se adonaram.

Há quem more nos vestiários e  até fature com o boteco de segunda-feira a domingo, Há, também, quem alugue não só o campo para terceiros como o espaço de estacionamento para carretas. Há mais de 15 anos. É só conferir!  Se tiver tempo, coragem, competência e profissional comprometido.

Deitam e rolam exatamente porque a Prefeitura de Santo André  quase sempre    -- independentemente da época e  da coloração político-partidária -- deu as costas para o futebol amador. Não toma conta do que lhe pertence. Melhor: pertence a todos nós, cidadãos comuns, mas a Municipalidade não cuida.

Ficam  a sugestão  de matéria para o Angelo Verotti e os agradecimentos dos veteranos da bola ao Ademir Medici. Com flâmulas e figurinhas fica ainda melhor. Gol do DGABC. Desta vez a favor.



   

Nenhum comentário:

Postar um comentário