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domingo, 13 de dezembro de 2015

Meninas de ouro dão adeus ao sonho do bi

O sonho do bicampeonato mundial de handebol acabou  para o Brasil. Agora há pouco, na Dinamarca, nossas meninas de ouro perderam de 25 a 22 para a Romênia.

Embora surpreendente, a eliminação não deve ser vista  como  o pior dos mundos. Afinal, os europeus estão na estrada do handebol há muito mais tempo do que a gente. Aprendemos com eles. E ainda temos muito a evoluir. Jogar mal e perder faz parte do esporte. Nem sempre ganha o melhor, o favorito.

Por isso a até então invicta Seleção Brasileira precisa encarar a  doída derrota de hoje como grande lição. Onde erramos? Por que erramos tanto? O quê manter? O quê mudar?  O momento pede  rígida avaliação de todos os envolvidos, da confederação às jogadoras,  com serenidade, humildade e consciência.

Quarta colocada do Grupo D na fase classificatória, a Romênia  comandou o placar do primeiro ao último minuto - cedeu o empate apenas no 5 a 5, no golaço da goleira Babi --  e, com méritos, diga-se,  passou por cima das primeiras do C e campeãs mundiais em 2013 na Sérvia.

Primeiro tempo das comandadas do técnico dinamarquês Morten Soubak  -- incluindo quatro jogadoras que atuam na Romênia -- foi decepcionante em todos os sentidos, em todas as vertentes determinantes de vitórias e derrotas.

Desvantagem parcial de extravagantes cinco gols -- 13 a 8 -- foi consequência de erros individuais e coletivos. Ofensivamente, o Brasil perdeu três  tiros de sete metros -- pênalti -- e em pelo menos seis oportunidades fico cara a cara mas parou na goleira Paula Ungureanu, a melhor do jogo.

Além de esbarrar num sistema defensivo (6-0) compacto, forte e determinado, que permitia raras penetrações e arremessos da linha de nove metros, nossas meninas também não defenderam com consistência. Marcação foi passiva demais. Mesmo com todas as trocas do técnico Morten.

Diferença ficou patente na postura, na competitividade e nos números da primeira etapa: aproveitamento das romenas foi de 50%, contra apenas 35% das meninas de ouro. Muito longe do ideal.

Nos 30 minutos finais as brasileiras voltaram diferentes. Só aí entramos no jogo. Além de trocar o 6-0 pelo 5-1, com a ponta-esquerda  Fernanda mais adiantada e centralizada para tirar o passe adversário, o Brasil acrescentou outros componentes  positivos.

Foi mais determinado e agressivo na defesa, além de ousado, rápido e com melhor performance no ataque. Ganhou intensidade e entrou de vez no jogo, forçando as romenas a erros  ofensivos e defensivos até então quase zerados.

Se aos 10 minutos do primeiro tempo perdíamos de 3 a 2, aos 20 por 9 a 6 e aos 25 por 11 a 7, aos 15 do segundo diminuímos para 17 a 15. Só dois gols.  Mas em seguida fomos punidos com dois minutos de exclusão para Deonise e  as romenas voltaram a abrir cinco gols -- 20 a 15.

Aos 20 minutos da etapa final, um pouco melhor em quadra mas ainda sem brilho, o Brasil, brigou,  reagiu e a diferença  voltou a cair para dois gols -- 20 a 18.

Aos 21 minutos do segundo tempo o campeão teve a primeira grande oportunidade real de empatar e botar pressão total no adversário, mas desperdiçou o ataque e permitiu que a Romênia voltasse a abrir dois gols.

Faltando cerca de três minutos, de novo ficamos a um gol da igualdade -- 22 a 21. Pura ilusão. Erramos novos ataques,  perdemos a concentração, abrimos a defesa e as europeias chegaram a  24 a 21. Era o risco.

Daí até o final o jogo ficou nervoso, com erros bobos  de ambos os lados.  A armadora Duda Amorim foi punida com dois minutos de exclusão e o Brasil permitiu que o time de Cristina Neagu, melhor do mundo em 2010,  mantivesse a vantagem e fechasse em 25 a 22, com aproveitamento de 48%, contra 42% das campeãs. Com méritos! Romênia foi melhor. Jogou dois tempos.  O Brasil pagou pelo que não mostrou no primeiro.

O belo gol por cobertura de Babi, quando a Romênia estava com goleira-linha, nem será citado com destaque. E o gol "antológico, maravilhoso, da capitã Dara diante da França, também por cobertura, quando faltavam quatro segundos? O fato heroico não valeu absolutamente nada.  Culpa do hoje.  Ninguém vai se lembrar.

A bola de handebol pune tanto quanto a de futebol. O dinamismo do esporte é tão mágico quanto cruel.  A sonho do bi ficou na vontade. Sem culpas. A responsabilidade é de todos. Ganhamos e perdemos todos.

A certeza é de que ainda precisamos nos estruturar mais e   melhorar  muito  para que a manutenção no topo não seja sinônimo de utopia. Agora a esperança fica para os Jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro.

Além da Romênia, outros três selecionados passaram para as quartas-de-final hoje: Noruega, Dinamarca e Holanda.

                                                PINHEIROS É CAMPEÃO DA LIGA

Hoje, no Vale do Paraíba, o Esporte Clube Pinheiros ganhou seu sexto título da Liga Nacional Masculina ao derrotar o Taubaté, atual bicampeão, por 28 a 20.

Taubaté e Pinheiros sempre fazem jogos equilibrados, com placares apertados, mas hoje o time do técnico Hortelã foi superior do começo ao fim, especialmente no segundo tempo. Diferença de oito gols surpreendeu a todos.

Com 37 anos de idade, o goleiro Marcos, ex-Metodista/São Bernardo -- assim como seu irmão, Mike, goleiro do vice-campeão -- foi um dos destaques do campeão brasileiro. 

Com oito conquistas, a Metodista ainda é o maior  vencedor da Liga Nacional Masculina.

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