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quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Azulão: garra + futebol de Segunda = efetividade

Título acima mais parece uma equação matemática, sem pé nem cabeça. Reconheço. E tento explicar.

Sempre achei que, para triunfar na Segunda Divisão, independentemente de conquistar o título ou o acesso, é preciso montar elenco de Primeira. Lógico que futebol de alto nível técnico, também de Primeira, é um dos ingredientes indispensáveis do bolo campeão.

Assim como bom técnico, bom planejamento, bom esquema tático e intensa combatividade, garra e determinação. Tipo NET, quer dizer, tipo dividir pra ganhar cada palmo do campo. Sair extenuado, suado, sangrando, se preciso for, mas vencedor.

E é exatamente esse o norte do comentário de hoje. O protagonista é o novo ( de novo) São Caetano, agora do disciplinador, competitivo e participativo Emerson Leão.

Após a terceira rodada da Segundona nacional, quando assumiu, Sérgio Guedes não demorou para dar ao Azulão uma coloração diferente da mostrada pelo time preguiçoso e inconstante de Márcio Araújo. Bom treinador mas passivo demais, limitado demais na leitura do jogo e efeticação das alterações mais corriqueiras.

Com Sérgio Guedes o São Caetano ganhou personalidade, aplicação tática, esquema claro, intensidade e verdadeira cara de time de futebol. Bem acima dos patamares alcançados por Márcio Araújo.

Ainda decepcionava na produtividade ofensiva, mas apresentava bom desempenho prático e numérico. E tinha o melhor sistema defensivo do campeonato. Já sabia o que queria. Tinha a percepção e o dedo do técnico. Tanto que ficou 16 jogos sem perder e foi demitido por ser "muito amigo" dos jogadores.

Agora, com Leão, dois jogos foram suficientes para se perceber que a prioridade é a velha e intensa aplicação, dedicação guerreira, operária, do começo ao fim do jogo.

Tanto no 1 a 0 apertado sobre o Avaí quanto no 3 a 2 não menos apertado de ontem em Bragança Paulista o novo São Caetano não foi brilhante mas fez o resultado. Foi pragmático, efetivo, e ganhou sem precisar mostrar capacidade técnica. Correu muito e deu sorte em jogadas pontuais.

Diante do apenas voluntarioso mas fraco, confuso e ameaçado Bragantino, bem que um Azulão muito mais qualificado tecnicamente poderia se impor sem tantas dificuldades. Mas não! Foi muito mais transpiração do que inspiração. Foi competitivo e efetivo, sim, mas não convenceu.

Mesmo diante de uma defesa atabalhoada e lenta, e um meio-campo espaçado e sem pegada, o Azulão teve dificuldades ofensivas até mesmo na hora de contragolpear (principalmente pela esquerda, à costas do ala Jeferson Feijão) com espaços mais generosos do que o Governo Federal com os beneficiados do Programa Bolsa-Família.

Jogo foi decepcionante em termos de emoção de gol, plasticidade técnica ou imposição tática. Duelo entre os líderes Vitória e Criciuma ( 2 a 2), pouco antes, no Barradão lotado, foi muito melhor.

Eletrizante, franco, emocionante do começo ao fim, embora tenha caído um pouco no segundo tempo, quando a melhora na marcação impediu que saíssem mais gols. Foi um jogo de Primeira, com times de Segunda dispostos a conquistar o acesso.

Já em Bragança, muito chutão, muita bola esticada ou levantada e muitos passes errados. O Bragantino pelas próprias limitações técnicas e emocionais de quem está na zona de rebaixamento; o São Caetano porque entrou na correria e não se impôs.

Danielzinho fez 1 a 0 aos 24 minutos, pouco depois de o São Caetano levar uma bola no travessão com Fernando Gabriel. Cadu e André Astorga falharam feio. Empate veio aos 39 minutos, quando Cesinha acertou o poste esquerdo de Luiz e Lincon concluiu no rebote.

No segundo tempo o jogo continuou fraco, mas o Bragantino melhorou ligeiramente. Marcou um pouco melhor mas não teve técnica e criatividade quando de posse de bola. Só levantamento da intermediária buscando o pivô Lincon.

Mesmo sem reunir amplos méritos, o São Caetano fez 2 a 1 aos 17 minutos, com Moradei concluindo de fora da área após passe de Danielzinho, e ampliou aos 33 com Marcone ao aproveitar outra falha do zagueiro André Astorga.

Desde os 25 minutos o Azulão já trocara o 4-4-2 pelo 4-3-1-2, com o volante Marcone no lugar do meia Marcelo Costa, além de colocar Pedro Carmona no de Éder, um meia/ponta-esquerda mais ofensivo.

Já o Bragantino trocou o 3-5-2 desastrado pelo 4-3-3 do desespero quando estava dois gols atrás. Ficou mais ofensivo, mas não resolveu. O gol de falta de Acleisson só aconteceu aos 44 minutos, quando já estavam concretizados a sétima derrota consecutiva do Bragantino e o retorno do Azulão ao G-4 do acesso.

Com determinação, o futebol de Segunda foi efetivo. De novo. Melhor assim. Melhor ainda que a rodada beneficiou o Azulão. Sábado o Azulão recebe o ABC. Se der, vou ver ao vivo, in loco.

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