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quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Vaias injustas para Mano Menezes

Juro, mais uma vez, que não tenho nenhuma procuração para defender Mano Menezes. Não o considero o melhor nem o pior treinador do Brasil, mas é um bom profissional e merece mais respeito.

A Seleção Brasileira de Mano não tem mostrado desempenho satisfatório, mas os números não são decepcionantes. Tem feito inúmeras experiências 9 até demais) e ficou marcado porque não ganhou a medalha de ouro em Londres. Momento, sem eliminatórias e a menos de dois anos da Copa, é de definição. E ainda não há clareza de nomes e de esquema de jogo com as devidas variantes.

Quero dizer que não concordo com parte da torcida goiana, ontem, no Serra Dourada. Apoiou a Seleção, mas assim que Mano tirou Lucas para colocar Wellington Nem o povão soltou o "verbo". "Burro! Burro! Burro". "Adeus, Mano! Adeus, Mano!". "Volta Felipão! Volta Felipão! eram os gritos mais ouvidos. Na faixa, os dizeres eram claros: "Fora Mano! Felipão já!"

Vamos por partes, com um time de referências. Primeiro: o desafio Brasil x Argentina impõe a convocação apenas de jogadores que atuam nos dois países. Portanto, um time diferente, especialmente no sistema defensivo. Não era a nata de ninguém.

Segundo: sem o melhor do mundo, Messi, e inferior tática e tecnicamente, a Argentina optou por um 5-3-2, com cinco zagueiros, três volantes e dois atacantes. Formou um bloco à la Chelsea e apostou num contragolpe fatal, como no gol do corintiano Martinez.

Terceiro: Mano acertou ao montar o Brasil no ousado 4-2-1-3, com quatro zagueiros, dois volantes (mais liberdade para Paulinho, que, impedido, fez um gol de cabeça), um meia de armação e aproximação e três atacantes: Lucas pela direita, Luis Fabiano no meio e Neymar pela esquerda, com direito a recuar e flutuar para fugir da marcação ostensiva. Marcou de pênalti no último minuto mas não brilhou.

Quarto: Mano optou por Luis Fabiano como referência quando talvez o ideal fosse jogar sem um 9 fixo devido ao ferrolho, ao congestionamento argentino na defesa. Centroavante do São Paulo foi sacrificado pelo esquema; por isso não rendeu. Talvez seja mais útil em Resistência, no jogo de volta, quando os argentinos sairão pro jogo franco e darão espaços.

Quinto: laterais poderiam ser boas opções, mas Lucas Mendes e Fábio Santos não se destacaram. O corintiano não aproveitou possíveis e raros espaços provocados pelos deslocamentos; o botafoguense subiu mais, mas não foi eficiente nos cruzamentos nem nas diagonais.

Sexto: sobre Lucas, o comentarista Casagrande (viu outro jogo)disse que era o melhor em campo, enquanto que Mano alegou que o tirou por opção tática e porque não estava rendendo. Mano está carregado de razão. Lucas aparecia para o torcedor mas já não produzia para o time, principalmente no segundo tempo. Fim de papo!

Sétimo: o Brasil controlou o jogo mas não soube criar para superar a marcação argentina. Time brasileiro ainda abusa do individualismo. Portanto, sem privilegiar o coletivo.

Oitavo: vaiar, protestar, gritar e estender faixas é um direito legítimo do torcedor. Afinal, ele é clubista e um consumidor exigente. Quando não gosta da postura do treinador, chia. Simples assim! Mas não foi justo!

Nono: se Mano for demitido e o ultrapassado Felipão não for convincente em resultado e desempenho após cinco jogos, a torcida vai ter a mesma atitude. E na faixa vai aparecer o nome de Muricy ou Tite.

Décimo: Felipão tem méritos porque já fez história como campeão mundial em 2002, mas é página virada. Não serviu para o Palmeiras. Vai ser a solução para a Seleção? Esquece!

Décimo-primeiro: Mano deve ser cobrado, sim e sempre, mas não pode ser desrespeitado. Vaiar não é desrespeito. Só não houve justiça. Mas o gaúcho precisa subir no cavalo e galopar. Nesse passo de puro sangue marchador, não chegará ao destino. Chega a espora, Mano!!!

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