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quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Campo ou torcida? O que pesa mais?

Sinceramente, jogar como mandante é quase sempre melhor do que ser visitante. Jogar no campo do adversário, com torcida contra, não é pra qualquer um. Ou alguém gosta de encarar o Corinthians no Pacaembu lotado?

Na Segundona do Campeonato Brasileiro, a gratificante exceção é o São Caetano, que tem melhor desempenho fora do que no Anacleto Campanella. É o visitante mais indigesto da Série B.

Já na Série C, o Santo André enfrenta um paradoxo que pode levá-lo ao precipício. Na teoria, é mandante. Na teoria, joga num campo que conhece. Na teoria, tem apoio do torcedor.

Porém, na prática, não é bem assim. Punido pelo STJD com interdição do Estádio Bruno Daniel, o Ramalhão fez os três primeiros jogos na distante Araras, onde alguns torcedores abnegados compareceram.

Depois, imaginou que poderia jogar em casa. Ficou na imaginação! Como a Prefeitura, responsável (?) pelo Brunão, ainda não cumpriu na íntegra o TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) imposto pelo Ministério Público, o estádio continua interditado.

Agora a nova justificativa barra-torcedor são as infiltrações nas arquibancadas. Num dia é a iluminação; no outro o muro; depois a parte hidráulica, o entulho, a elétrica, os lugares numerados...

Haja enganação! Haja menosprezo! Haja incompetência! Haja esperança! Haja paciência! Haja saco!

Joga-se no campo de treino, mas sem apoio dos torcedores na arquibancada. Torcidas uniformizadas e alguns fanáticos se viram atrás das grades de acesso às antigas numeradas cobertas, sobre árvores e veículos, ou até pelos buracos nos muros. Que situação!

Como já escrevi, hoje o Bruno Daniel não tem alma; exala melancolia. Sem apoio próximo do torcedor, o solitário Ramalhão vive situação delicada. Pode cair novamente.

Dos seis jogos decisivos, faz metade em casa. Dois deles contra adversários diretos para evitar o descenso: Madureira e Tupi. Mas na prática é como se jogasse em campo neutro. Há um ano o torcedor é feito de palhaço. Virou um banana!

Diante do Brasiliense ( 0 a 3 para esquecer)perguntei ao diretor de Futebol Sérgio do Prado se não seria melhor jogar em São Bernardo ou São Caetano. Serginho não teve dúvidas.

Lógico que prefere jogar em casa, com apoio da torcida, mas como tal opção não está nas possibilidades que se apresentam no momento, o dirigente respondeu que pelo menos aqui os jogadores conhecem o gramado. "Bela roba", diria meu avô italiano.

Opinião do bom administrador deve ser respeitada, mas é discutível. Afinal, é melhor ter o campo ou a torcida como aliado? Se bem que, hoje, não sei não se os torcedores apoiariam mesmo, de forma incondicional. Antes, talvez!

Ou será que o Saged, que assumiu com sucesso mas depois afundou o futebol do Esporte Clube Santo André, prefere jogar escondido para que elenco e pseudo-dirigentes, sempre ausentes, sejam poupados?

Não acredito, mas não boto a mão no fogo. Devem estar pensando: se eles entrarem, vão pegar ainda mais no nosso pé; então, é melhor que gritem lá fora. Podem espernear e pressionar, mas não entram.

Por isso não se pode descartar certa cumplicidade, conivência, do matreiro "dono" do Saged com o Poder Público quando o assunto é a liberação plena do Bruno Daniel. Será, mesmo, que o prefeitão tem de carregar a cruz sozinho? Há algo de podre no reino da Dinamarca!

Se tivesse o poder de decidir, lá atrás, sem ficar acreditando nas promessas inconsistentes do prefeito, eu estaria jogando no campo de um dos vizinhos, como no Paulistão. Entendo que o grito e a pressão do torcedor pesam mais do que o suposto conhecimento do gramado.

Como os responsáveis, os donos do poder, não enxergam assim, que esperem sentados a boa ação do Poder Público. Ou seria melhor de joelhos, rezando para o Santo André voltar a jogar bola e não cair?

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