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domingo, 9 de setembro de 2012

Quando falta alma... sobra tristeza

Lá já não existem vozes
Nem ambiente agitado, burburinho.
De felicidade ou decepção
Já não se escutam gritos.

Lá dentro não mais ecoam vaias
Tampouco aplausos a cada gol, a cada drible.
Já não existem olhares atentos e poderosos.
Aqueles, que desviam a trajetória da bola fatal.

Lá não existe vida. Nem alegria.
Já não batem corações descompassados
Felicidade? Emoções? Lágrimas?
Nem pensar! Só passado! Só saudade!

A sensação de tristeza é infinita
A dor, cortante, dilacerante
O silêncio, sepulcral
A sombra, mortal.

Olhar amplo e sensibilidade aguçada fazem imaginar
Fazem sonhar com os gols de Tulica e Sandro Gaúcho
Com defesas de Tonho e arrancadas de Da Silva
Permitem sonhar com Adãozinho e o pênalti do acesso

No imaginário, há, sim, vozes
De Wigand, Amazonas, Celso Lara, Jairo,
Germano, Breno, Celso Luiz, Lauro Oliani,
Passarelli e outros dirigentes-torcedores.

Com certo esforço, dá pra ouvir a
voz do Samuca, do Anderson, do Dedé, do Zezão...
Também do Renatinho, do Ovídio, do Esquerdinha
E de tantos outros torcedores de verdade.

Alguns deles já se foram
Já não gritam "burro", nem "uuuh" no quase gol
Tampouco saboreiam o mel da grande vitória
Por sorte, não testemunham o sofrimento de um doente terminal

Lá, na velha curva, ninguém mais escala
Também não vibram, nem substituem
Ninguém contrata nem demite treinador
Só se ouve o som irritadiço do casal de quero-quero.

Já não existem bilheterias
Nem ingressos para o grande duelo
Já não existem marquises
Nem as numeradas de tanta história.

Onde está o pipoqueiro?
E o Galinha, do amendoim?
E o sorveteiro, por onde anda?
Falta vida. Sepultaram o encanto!

É triste olhar para o nada
É vergonhoso ver um barranco.
O portão fechado é uma afronta
É uma ferida que não cicatriza.

Lá, já não se externam sentimentos
Não existem vozes a favor ou contra
Lá, não entra torcedor comedido nem fanático
Direito à manifestação popular é utopia.

Diante do Corinthians, mais de 23 mil vozes
Contra o Palmeiras, um passado de 21 mil vozes
Diante do Macaé, um presente vergonhoso, sem vozes
Ontem, contra o Brasiliense, a derrota do desprezo.

Diante de olhos cansados e marejados
Aidan e Ronan agem como coveiros
Os donos do poder encenam. Parece teatro! Má vontade!
Dão de ombros e desrespeitam a paixão do torcedor.

Por isso o Ramalhão da Fúria, da Tuda e de tanta gente está assim
Sem norte, sem porto, sem campo e ainda sem o calor da torcida.
Por incompetência do Saged e negligência do prefeitão
Nosso já pobre futebol agoniza e pode até morrer.

O Bruno Daniel está calado, amordaçado
Os gritos do rico, do pobre e do cidadão comum já não ecoam
A ausência da emoção soa como um chute no coração
Sem povão, falta alma. Sobra tristeza.

Falta comprometimento. Falta diálogo.Falta vergonha!
Falta postura! Falta transparência. Falta caráter!
Sobra menosprezo. Sobra conivência entre os poderosos!
Resultado? Cusparadas imperdoáveis no rosto e na alma do torcedor.

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