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terça-feira, 18 de setembro de 2012

Parabéns na corda bamba, à beira do precipício?

Antes de tanta gente, hoje quase solitário, o Esporte Clube Santo André completa 45 anos sem sequer um motivo para festejar. Ao menos quando o assunto é futebol profissional.

Sem estádio, sem torcida, sem patrocínio, sem alma e sem encanto. Sem dinheiro para honrar meros compromissos trabalhistas, sem competência administrativa, sem respeito do Poder Público, sem comprometimento à altura da camisa e sem futebol convincente.

Por isso o Ramalhão se vê cada vez mais obrigado a trabalhar com seriedade. Fica proibido festejar. A não ser que alguém perdidamente apaixonado se dê ao desplante e julgue a beira do precipício lugar adequado para o beijo fatal. "Parabéns, meu amigo! Caimos!"

Ou o penúltimo lugar no Grupo B da Série C do Brasileiro não é tão perigoso quanto as margens traiçoeiras  do lindo canyon Itaimbezinho, lá na divisa de Santa Catarina com o Rio Grande do Sul?

Se alguém duvida, basta acompanhar as pegadas de uma trilha de romeiros (boleiros) perdedores cada vez mais batida, manjada e conhecida nos últimos anos.

A fragilidade dos números andreenses e as perspectivas sombrias no quesito desempenho  são indicadores indesmentíveis de que o risco de chegar às profundezas do canyon é real. Não são utopias de pessimistas. Acompanhe!

1) CLASSIFICAÇÃO DO GRUPO B

O líder é o Duque de Caxias, que tem iguais 21 pontos conquistados mas ganha do Macaé no número de vítórias (7 a 6). Os outros dois que passariam à próxima fase são Chapecoense ( 19 pontos ganhos) e Vila Nova-GO (18PG).

O Oeste de Itápolis está em quinto também com 18 pontos ganhos, dois a mais que o Caxias. Tanto podem chegar ao G-4 da pequena Cambará do Sul como desabar no Itaimbezinho. Poucos passos (pontos) os separam do sonho e do pesadelo.

Do sétimo ao décimo lugar a coisa está preta, muito preta. Brasiliense e Madureira têm 14 pontos ganhos e quatro vitórias. O time do Distrito Federal fez e tomou 15 gols, enquanto que o Madureira marcou 11 e sofreu 17. Portanto, perde no saldo de gols.

O SANTO ANDRÉ aparece em nono lugar com 13 pontos ganhos e apenas duas (DUAS) vitórias, sete empates perigosos e três derrotas; fez 10 gols e sofreu 15. Ainda tem esperança de chegar ao céu.

O lanterna Tupi tem um ponto a menos e uma vitória a mais que o Ramalhão muito mal administrado pelo Saged -- Santo André Gestão Empresarial e Desportiva.

2)PRODUTIVIDADE GERAL

Duque de Caxias e Macaé têm 58,3% de aproveitamento em  36 pontos disputados. Não é muito e ninguém disparou. O Chapecoense  aproveitou 52,8% dos pontos em jogo, enquanto que o Vila Nova tem 50% de produtividade, assim como o Oeste.
Aproveitamento do sexto colocado, o Caxias, é de 44,4%, contra 38,9% do Brasiliense e do Madureira. O Santo André 36,1% de produtividade, à frente somente do time de Juiz de Fora, com 33,3%.

3) APROVEITAMENTO DOS PIORES NAS ÚLTIMAS RODADAS

Nos 15 pontos disputados da oitava à 12ª rodada, os cinco últimos colocados do Grupo B renderam o condizente com as colocações que ocupam. Sétimo colocado, o Brasiliense teve a melhor performance. Melhorou muito e ganhou nove pontos, contra seis do lanterna Tupi.

O Caxias ganhou três pontos. Santo André (dois) e Madureira (um) têm os piores desempenhos no momento, contrastando com a significativa reação do Brasiliense.

4)PONTUAÇÃO DOS ADVERSÁRIOS DOS AMEAÇADOS

Os seis jogos restantes do SANTO ANDRÉ, três em "casa" e três fora, são diante do Madureira (C), Oeste (Itápolis), Tupi (C), Caxias (RS), Duque de Caxias (C) e Macaé (RJ).

Vantagem teórica do Ramalhão: pega Madureira e Tupi no Grande ABC. Não pode nem pensar em não vencer bem. Desvantagens práticas: empata muito, caiu de produção numérica e nas duas rodadas finais encara os atuais líderes do Grupo B. Macaé lá e Duque aqui. Juntos, os seis adversários do Santo André já somaram 102 pontos.

O Tupi  joga quatro vezes fora e duas em casa (sem aspas). Seus adversários (Caxias, Vila Nova, Santo André, Brasiliense, Oeste  e Chapecoense) já ganharam 98 pontos. Vantagem: vem se recuperando, está motivado e não desistiu. Desvantagens: além de jogar quatro fora, é limitado.

Já o Madureira chegou a liderar as primeiras rodadas mas perdeu o freio e está ladeira a baixo.  Uma senhora desvantagem! Faz três jogos em casa (Caxias,  Vila Nova e Chapecoense) e três fora (Santo André, Macaé e Oeste). Juntos, seus adversários ganharam  105 pontos.

O Caxias é outro que faz três partidas como mandante (Tupi, Santo André e Brasiliense) e três como visitante (Madureira, Vila Nova e Duque de Caxias). Teoricamente, tabela é favorável porque pega três candidatos direitos ao rebaixamento em casa e o abalado Madureira no Rio. Seus próximos adversários capitalizaram apenas 92 pontos. Outro ponto positivo.

Só que a maior vantagem é mesmo do Brasiliense: além de em ascensão, o time de Márcio Fernandes joga quatro vezes em casa ( Oeste, Macaé, Tupi e Vila Nova) e só duas fora (Chapecoense e Caxias). Seus próximos adversários ganharam 104 pontos.

Analisando-se todos os itens, com extremo rigor, se é que não me equivoquei nos números, não há como não enxergar o Santo André em situação delicada. Na corda bamba, à beira do precipício, não há quem ouse festejar. É ganhar ou ganhar. A começar pelo Madureira.

Depender novamente do STJD, como em 2011, seria o fim da picada. Aí, lamentavelmente, por incompetência dentro e fora do campo, seria melhor pedir licença dos campeonatos, e arrumar a casa, ou acabar de vez com um futebol de tanta história, de tanta paixão de um torcedor cada vez mais menosprezado.    


 


         
 

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