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terça-feira, 24 de abril de 2012

E o Barça melhor do mundo dançou!

Se futebol fosse uma ciência exata, neste momento o mundo do futebol estaria a enaltecer as infindáveis e indiscutíveis qualidades de um Barcelona "imbatível". Mas não é!

Por isso, todos estão a procurar o porquê de o dono do melhor jogador e do melhor futebol do mundo estar, surpreendentemente, fora das finais da Liga dos Campeões da Europa.

Com méritos -- gostemos ou não, nós, fãs do futebol-arte --, o Chelsea empatou de 2 a 2 agora há pouco em Barcelona e vai decidir o título com o vencedor da outra semifinal, nesta quarta, em Madri, entre Real e Bayern de Munique.

Mais uma vez, um Chelsea à italiana -- seu técnico, Roberto Di Matteo, privilegia a defesa -- reconheceu a superioridade técnica do adversário e entrou apostando tudo e mais um pouco na marcação ostensiva e num possível erro defensivo do time de Pepe Guardiola.

Durante mais de 90 minutos, o time inglês utilizou quatro esquemas táticos: 4-5-1 e 4-6-0 antes da justa expulsão do zagueiro Terry, aos 36 minutos; 4-4-1 e 4-5-0 quando passou a jogar com 10, sem a zaga titular, e teve de deslocar Ramires para a lateral-direita. Por apenas três minutos Juan Mata jogou mais adiantado. Gol feito, tudo voltou a ser como antes.

O 3-4-3 do Barcelona deixou de existir no segundo tempo. Virou um inacreditável mas aceitável 2-4-4, pois o Chelsea, que tomara dois gols (aos 35 minutos com Busquets e aos 43 com Iniesta, ambos em roubadas de bola) diminuiu aos 46 em golaço de Ramires às costas de Puyol.

Além dos gols, o Barcelona desperdiçou apenas duas boas oportunidades com Messi, enquanto que o Chelsea só chegou mais uma vez, sem tanta contundência, com o solitário e solidário Drogba.

A segunda etapa e a história da semifinal poderiam ser diferentes se, aos três minutos, Messi não desperdiçasse pênalti do agora "lateral-esquerdo" Drogba sobre Fabregas. A bola do argentino bateu no travessão.

Com posse de bola superior a 75% e Daniel Alves -- entrou ainda aos 25 minutos no lugar do contundido Pique -- agora definitivamente como ponta-direita, o Barcelona sentiu a perda mas manteve o domínio e voltou a assustar aos 8 e aos 15 minutos, com Alexis Sanches e Cuenca, enquanto que o Chelsea quase aprontou aos nove em chute de Drogba do meio-campo.

A partir daí, o jogo foi um discurso monocórdio. Chegou a ser monótono, irritante e até chato, de tanto que o Barcelona, totalmente à frente, costurava e tocava a bola inutilmente, sem conseguir penetrar no bloqueio quase perfeito do time inglês à frente da área.

Prova do domínio estéril? Por 23 minutos -- isso mesmo, acredite! --, o Barcelona esbarrou num ferrenho 4-5-0 e, mesmo com um jogador a mais, só voltou a estar perto da vitória aos 38 minutos, em arremate de Messi, de fora; desviada por Petr Cech, a bola bateu no poste esquerdo.

Aos 46 minutos, o quarto gol de contra-ataque do jogo e o golpe final da arapuca inglesa: o chutão de Bosingwa encontrou Fernando Torres sozinho para conduzir desde o meio do campo, driblar o goleiro Victor Valdes e empatar.

Diante de mais de 90 mil espectadores, o time mais talentoso do mundo dançou; voltou a ficar de quatro porque não teve competência para criar, finalizar e vencer.

Diante de milhões de telespectadores, o operário-padrão mais uma vez usou a força, a tática e a eficiência defensiva para se igualar à arte e se credenciar ao título em Munique.

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