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terça-feira, 3 de abril de 2012

O prefeitão, o chifre e o cavalo

Dias atrás, recebi release da Prefeitura de Santo André alertando para ações orquestradas com o objetivo de depredar e inutilizar os aparelhos de musculação implantados em diversas praças e parques da cidade.

Secretaria de Comunicação não está totalmente errada. Pode mesmo, conforme se insinua, haver alguma interferência político-partidária de quem "quer o mal de Santo André", como diz o prefeito Aidan Ravin ao se referir também aos constantes apagões.

Vamos por partes! E com o mínimo de coerência, sem fantasmas e partidarismo exacerbado. Prefeitão e assessores parecem estar desviar o foco ao se limitar a procurar chifre em cabeça de cavalo.

Agora, a culpa é de quem não reza pela mesma cartilha -- ou pelo mesmo livrinho de catecismo? O PT, que também não tem nada de santinho, é a bola da vez em tudo que acontece de ruim para a imagem do chefe do Executivo?

Independente de primeiras e segundas intenções, não obrigatoriamente nesta ordem, as inúmeras academias ao ar livre são, sim, úteis ao cidadão comum ligado à atividade física, ao lazer e ao saudável convívio social.

Também não há como negar a discutível mas legítima pretensão de se dar visibilidade ao Poder Público em ano eleitoral. Especialmente quando o prefeitão é candidato em potencial à reeleição. É a tal agenda positiva!

Fica, então, a sugestão para que Aidan e cia nobre se preocupem mais com a gestão pública como um todo. Que tirem o tapa dos olhos do cavalo e deixem de transferir responsabilidades e execrar administrações anteriores!

Que tal, dentro do possível, incluir a importantíssima orientação do professor de Educação Física em horários de pico? Que tal fiscalizar os espaços escolhidos para servir o munícipe -- e se servir do munícipe, claro.

Aparelhos em praças centrais ainda têm certa proteção. Quando funcionários e guardas municipais são orientados para isso. Mas na ante-sala da periferia fica mais difícil. Esperar que os usuários sejam, todos, fiscais e educados, é acreditar no coelhinho da Páscoa.

Também é bom lembrar que muitos aparelhos são frágeis, inadequados, oferecem riscos e foram instalados de afogadilho, precipitando inaugurações tão festivas quanto perigosas.

Exemplo está aqui, bem pertinho de casa, no Ipiranguinha. Ninguém me contou!Testemunhei a instalação de equipamentos na sexta-feira à tarde para inauguração no domingo.

Moral da história: foram chumbados mas não tiveram tempo para consolidação. Uma semana depois, lá estive e dois dos aparelhos programados já não estavam no local.

Além disso, um terceiro, o que simula surf, estava prestes a se soltar do tal piso intertravado. Conforme me exercitava, tremia tudo aos meus pés. Será que vou ser acusado de dilapidação do bem público? Ou elogiado como fiscal do Aidan?

No mesmo Jardim Tamoyo, o simulador do step -- tipo de escada -- já estava com o cabo de aço arrebentado. Normal! É o tipo de equipamento que não serve quando não se têm fiscalização e manutenções preventiva e corretiva constantes.

Aí vem algum sabidão do Poder Público e acha que os rivais políticos --aqueles homenzinhos vermelhos da grande orquestra do mal -- são os únicos culpados!

É melhor que o prefeitão cuide com carinho do filho que gerou (ou adotou), exercite o bom-senso e não insista em procurar chifre na cabeça de cavalo.

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