Seguidores

segunda-feira, 12 de março de 2012

Com os pés no purgatório

Se na Segunda Divisão o Santo André está a um passo do inferno e o São Bernardo num paraíso mas sem cinto de segurança, o quê dizer do São Caetano na elite do futebol paulista?

Com os mesmos 15 pontos do Ramalhão na A-2, mas em 12º lugar -- e não em 15º --, o chamado Azulão dificilmente será punido com o fogo do inferno, de onde livra seis pontos. O Botafogo é o 17º, primeiro dos sacrificados, com nove pontos ganhos.

Porém, com apenas 38,5% de aproveitamento, o São Caetano está a sete pontos do paraíso celeste, também conhecido como G-8 do bem. Oitavo colocado com 22 pontos ganhos, o Bragantino tem 56,4% de produtividade.

Grupo ainda pensa, obviamente, na classificação à próxima fase, mas insiste em fincar os pés no purgatório. Haja penitência! O jejum já é de seis jogos. Nem mesmo o pastor Márcio Araújo consegue dar jeito.

O time não embala, não desentala. Quando parece que encontrou o prumo, lá vem a surpresa. Surpresa? Pra muitos, mas pra mim, não! Lamento!

Embora torça muito pelo Márcio, entendo que o rio-pardense precisava evitar o pior e teve boa intenção, mas voltou a ser infeliz, a pecar na hora de mexer no time. Como punição pela opção defensiva, pela escolha errada no final, o justo empate de 2 a 2 no último minuto.

Não que a leitura do treinador estivesse totalmente errada. O meio-campo abriu o bico e, diante da ameaça constante do Mirassol, Márcio Araújo fez a besteira de não fechar onde deveria.

Ao tirar o meia Ailton para pôr Gabriel como quinto zagueiro, o técnico permitiu que o adversário fosse ainda mais pra cima, adiantando meio-campistas e laterais. Principalmente William Simões, que desfilou pela marginal esquerda sem marcação eficiente.

Antes dos 30 minutos do segundo tempo, o Azulão não encantou, mas também não decepcionou. Criou, penetrou e finalizou menos do que devia, mas correu bastante e fez dois gols com o sempre dinâmico e cortante Marcelo Costa.

Além (ou apesar) disso, soube defender de forma razoável e foi aplicado taticamente. No momento de marcar e atacar, não teve a preguiça de outros tempos. Especialmente quando Ailton se mexeu um pouco mais pela esquerda e ousou enfiar duas bolas perfeitas, o 4-2-2-2 de Márcio Araújo deu resultado.

Fechado com três volantes e um meia -- Xuxa fez os dois gols, em pênaltis discutíveis --, o Mirassol teve espaços de intermediária a intermediária, mas encontrou dificuldades para penetrar e chegar com real perigo no primeiro tempo.

Na segunda etapa, com um meia no lugar de um volante, empatou logo no início para em seguida ficar novamente em desvantagem e se ver obrigado a partir para o ataque.

Como o São Caetano mostrou cansaço, recuou em demasia, perdeu o poder de marcação e não conseguiu matar o jogo no contragolpe, o Mirassol passou a jogar como se estivesse em casa.

Não respeitou um time que se acovardou e se complicou. No jogo e no campeonato. Antes do empate, o goleiro Luiz e o zagueiro Jorge Luiz já haviam salvado gols iminentes.

O pecado do bem intencionado pastor faz com que o São Caetano finque os pés e encrave no purgatório. O paraíso ainda é possível, mas está cada vez mais distante. Com ou sem orações a todos os deuses.

Nenhum comentário:

Postar um comentário