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quinta-feira, 1 de março de 2012

Clássico de segunda pune rivais

São Bernardo e Santo André fizeram um clássico de segunda classe ontem à noite no Primeiro de Maio. E o fato de estarem na A-2, a Segunda Divisão do futebol paulista, não justifica.

Principalmente na década de 70, Santo André e Aliança protagonizavam clássicos eletrizantes. Jaçatuba ou Baetão lotados, confusão entre torcedores, semana agitada e extrema rivalidade. Quem viu pode confirmar.

Dentro de campo, um desfilar contínuo de técnica e raça. Lembro-me de um 0 a 0 excepcional, em 76, num Jaçatuba lotado. Foi um clássico inesquecível.

O Santo André tinha Fernandinho, Tulica, Romolo e cia. Acabarade ser campeão da Intermediária sem acesso. O Aliança, que não tem nada a ver com o SB atual, era recém-saído do Desafio ao Galo e do amadorismo.

Um timaço. A começar pelo maluco Carioca, que fechou o gol. Osmar e Passsarinho eram os zagueiros de área. Meio-campo tinha Julio Amaral e China. No ataque, Peru e Baitaca eram infernais. Dava gosto!

Naquele dia, o Ramalhão dominou, sufocou o adversário e criou inúmeras oportunidades de gol, mas não ganhou. Ontem, pouco se viu de futebol. Uma pobreza tática e técnica de fazer inveja. Nem mesmo determinação ou a velha garra de arquiinimigos se viu.

Assustado com o longo jejum de vitórias, o Santo André entrou para se defender e especular algum rápido contragolpe ou uma bola parada capaz de ressuscitar.

Achou o gol na bola parada e talvez até conseguisse vencer se o zagueiro Júnior Paulista não levasse cartão vermelho no final do primeiro tempo. Muito pouco pra quem já foi tão respeitado.

Já o Tigre vinha de cinco vitórias seguidas e, aparentemente, tinha tudo para vencer. Aparentemente, só! Mesmo com mais volume, o time de Luciano Dias não foi criativo, falhou muito nos cruzamentos de alas em dia ruim e não teve sentido de penetração.

No linguajar de Tite FM, não teve velocidade, nem intensidade, nem coletividade. Não foi verticalizante, nem cortante. Suas conclusões foram ridículas, com índice de aproveitamento bem perto do chão.

Depender de um Danielzinho instável e de um Ney Mineiro de mal com o gol é demais. Se estiverem em forma, Raul e Fernando Gaúcho devem ser titulares com urgência. Os mais de cinco mil torcedores tiveram paciência até demais.

Luciano Mandi também precisa ser mais participativo e incisivo. Sozinho, Bady não vai resolver. Já o sistema defensivo -- especialmente os zagueiros -- não podem deixar buracos no setor central.

É necessário encostar no meio-campo. Por sorte, o voluntarioso mas ainda limitado Ramalhão estava com um homem a menos e não soube ou não pode explorá-los.

No frigir dos ovos, o que vi ontem pela TV+ foi um clássico de segunda classe em que os rivais foram os maiores prejudicados. O Tigre não se sustentou entre os oito classificados e o Santo André continua bem perto da zona de rebaixamento.

Como o campeonato é, de fato, uma montanha russa, não quer dizer que os dois não tenham condições de melhorar e até mesmo chegar entre os melhores. Mas só faltam oito rodadas. Sábado o Tigre recebe o Monte Azul; domingo o Ramalhão vai a Rio Preto.

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