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segunda-feira, 2 de julho de 2012

O cavalo, o tucano, o estupro e a garupa

Resultado do cruzamento do Alter-Real português com uma égua Crioula, de origem argentina ou brasileira, o cavalo Mangalarga é inteligente, leve e elegante.

O baio é aquele amarelo torrado. O ruço tem pelagem preta, encabelada de branco com crinas grisalhas. O alazão é marrom avermelhado. Branco, preto, cinza, não importa a cor do pelo. O Mangalarga Marchador é legítimo representante da raça brasileira.

Extremamente resistente, consegue cavalgar o dia inteiro, por longas distâncias. É pau-pra-toda-obra. Aceita sela pra enduro, passeio e esportes. Na lida com o gado, não geme, tira de letra. Peão de verdade não fica na mão, não!

Com arreio bom, então, é melhor ainda. As peças de selaria fazem com que o Mangalarga fique ainda mais imponente. Sela, freio ou bridão, cabresto, rédea, estribo, barbela, barrigueira, espora e demais apetrechos.

Quer saber? Não importam cor, raça e origem. Alter-Real, Árabe, Mangalarga, Crioulo, Pantaneiro, Campeiro, Andaluz, Quarto-de-Milha ou Puro-Sangue Inglês...

O detalhe em questão, a essência, é que nem sempre o cavalo para e deixa montar. Em Santo André, domado, ele passou bonito, vendendo saúde, arreado. E o "cavaleiro" deu de ombros. Pipocou! Ficou com medo de cair.

Diz o ditado que cavalo arreado só passa uma vez. Nem sempre dá garupa, mas não passa duas vezes, não! Aqui foi assim. Que pena!

Metido a peão, o não tão experiente Paulinho garantiu que subiria no lombo do tal. Gosta de fazer gols e política. Não sei se sabe pegar na rédea e encarar, sem medo.

Nem todo artilheiro é um bom peão. Assim como nem todo peão sabe fazer gol. Mas só o fato de não correr da raia já é alguma coisa.

Pois é, mas o peão Paulinho -- que não é o meu cunhado, lá de São José do Rio Pardo -- caiu do cavalo antes mesmo de colocar o pé no estribo. Dizem que foi vítima de um verdadeiro estupro partidário, perpetrado pelos coronéis do haras PSDB, de propriedade de Serra, Alckmin, Covas e cia.

O peão tucano sonhou, se paramentou, se candidatou, mas não montou. Rodeio poderia ser no Bruno Daniel, onde o que menos se faz ultimamente é jogar futebol com torcida. Quem manda desdenhar de acertos, confiar em macaco velho e dormir com o inimigo?

Nunca, jamais, em tempo algum, o agora ainda mais fragilizado PSDB andreense ficou tão perto de desbancar as pretensões de petistas, petebistas, peemedebistas e outros lobistas. Quem sabe com união interna e algumas coligações de peso pudesse fazer o prefeito?

Vítima de estupro na própria cama, no próprio ninho, o tucano vê o cavalo baio marchador se distanciar a galope. A espora vai comer, o chicote vai arder na anca do Turbante. Quem não montou -- ou não permitiu ao jovem peão ao menos tentar -- vai se arrepender.

Livre do cabresto do haras, e sem as rédeas da sonhada montaria, Paulinho Serra pediu o boné da desfiliação e levou alguns cavalariços. Agora, que aprenda a lição e escolha o melhor caminho!

Deixar a conturbada fazenda tucana já soa como passo digno de quem tem caráter. Só não pode se vitimizar eternamente. Seria sinônimo de se apequenar. Mesmo porque, em nenhum momento a candidatura foi uma certeza plena, 100%. Havia cheiro de sacanagem!

Como qualquer político, o peão não é perfeito. PS também dá bola fora e leva coices merecidos. Puro aprendizado. Mas tem personalidade quando sente o gosto amargo da traição.

Não sou expert no segmento político. Falo como cidadão comum e eleitor. Pela postura e pelas propostas de governo de PS divulgadas no CapitalSocial do amigo-irmão Daniel Lima, a política regional só tem a perder.

Entre ousar ser protagonista com possibilidades de vitória, o PSDB trocou de cavaleiro e preferiu ser coadjuvante ao lado do PDT de Salles.

Teve a grande chance de comandar o cavalo arreado, mas preferiu a garupa da comodidade, da incerteza e do acerto.

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