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sábado, 2 de junho de 2012

São Caetano vence. Com o dedo do técnico

Pela quarta rodada da Série-B do Campeonato Brasileiro, agora há pouco em Natal, o São Caetano conseguiu expressiva vitória diante do até então invicto ABC.

Gol solitário do lateral-direito Samuel Santos aconteceu aos 25 minutos do segundo tempo, em falha do bom goleiro Andrey. Resultado tem o dedo do técnico Sérgio Guedes.

O Azulão vinha de boa vitória no Grande ABC -- 2 a 0 no Bragantino --, enquanto que o ABC estava motivado pelos surpreendentes 3 a 0 em Barueri.

Diante da torcida, o ABC tentou impor o ritmo desde o início, mas o time de Sérgio Guedes não permitiu que o domínio significasse riscos mais sérios.

Depois dos 10 minutos o jogo ficou equilibrado. Aos 20, as rédeas foram definitivamente para as mãos do novo São Caetano, que poderia ter marcado aos 24 com Geovane chutando forte de fora da área para boa defesa de Andrey.

Mesmo fora de casa, a posse de bola e a iniciativa passaram a ser do Azulão, montado num 4-4-2 agressivo, veloz e de aproximação consciente de meio-campo e laterais (sem exageros) na hora de atacar.

Defensivamente, protegido por dois volantes ( como contra o Bragantino, Augusto Recife se aventurou mais ao ataque do que Moradei), o Azulão passou por apenas dois sobressaltos em arremates de fora de Jadson e Raul.

Melhor momento do Azulão foi aos 42 minutos, e em dose dupla: Samuel Santos exigiu outra boa defesa de Andrey e no rebote o sempre perigoso Geovane chutou por cima.

Se houvesse um vencedor no primeiro tempo, deveria ser o São Caetano, que foi mais organizado, mais objetivo e mais contundente. O ABC dependeu de contragolpes esporádicos e arremates de longe.

Na segunda etapa, o agora renovado ABC reclamou pênalti de Gabriel em Adriano Pardal logo aos 2 minutos. Eu não daria, mas confesso que fiquei em dúvida.

Bem mais ativo e aceso, o ABC voltou a chegar com grande perigo aos 7 minutos, quando Eliomar Bombinha cabeceou e Luiz fez bela defesa.

Com o ABC mais ofensivo, sobrecarregando a marcação dos volantes e empurrando o São Caetano ainda mais para trás, sobrou um raro espaço para o Azulão contra-atacar e quase abrir o marcador aos oito minutos, em mais um chute de fora de Geovane que Andrey rebateu.

Aos 11, a alta zaga interna do São Caetano voltou a permitir que a conclusão de cabeça de Adriano Pardal fosse ao travessão quando Luiz já estava batido.

Se o São Caetano foi melhor no primeiro tempo, no segundo só dava ABC, que, na base da pressão, voltou a chegar com Bileu aos 15 e Raul aos 16 minutos.

Encurralado, o São Caetano não conseguia criar (Marcelo Costa e Éder sumiram do jogo) armar aquele contragolpe que poderia ser mortal. Superioridade ainda era do time de Márcio Goiano. E dá-lhe pressão! Tanto que aos 20 Luiz foi novamente exigido em arremate do bom meia Raul.

Como o domínio adversário era massacrante e gol estava por sair, Sérgio Guedes trocou aparentemente cansado Marcelo Costa pelo dinâmico e hoje mais ofensivo Pedro Carmona e o pivô Leandrão pelo folclórico Nei Paraíba, de mais movimentação.

A primeira jogada dos dois que entraram e mudaram a cara do sistema ofensivo por pouco não resultou em gol, aos 23: mais à frente, Pedro Carmona percebeu a mexida inteligente de Nei Paraíba e enfiou com precisão para o atacante concluir de pé esquerdo e exigir importante defesa de Andrey.

Só que Andrey foi de herói a vilão em apenas dois minutos: levou o chamado frango quando, naquele contragolpe dos sonhos, que vira a bola do jogo, Samuel Santos recebeu de Geovane, cruzou do fundo, rasteiro, e viu Andrey colocar pra dentro. Vida de goleiro não é mole!

Se Andrey passou de herói a vilão, o São Caetano passou de dominado a dominador após substituições tão providenciais. Se não um dominador ostensivo, ao menos um time capaz de voltar a retomar a iniciativa e de armar bons contra-ataques.

Como aos 32 minutos com Pedro Carmona e Geovane. Coincidência ou não, o jogo mudou de forma tão rápida quanto clara. Bom para o São Caetano, que voltou a respirar e ganhou mais vida. Dedo do treinador!

Surpreso e abalado com a reação do Azulão, o ABC demorou muito para recuperar o fôlego e buscar o empate com o mínimo de organização. Abusou da pressa e da imperfeição nos passes e nas finalizações.

Tanto que só voltou a ameaçar aos 36 minutos, quando Luiz fez outra grande defesa em chute de Joelson da esquerda após cobrança de falta ensaiada. Aos 37 foi Augusto Recife quem salvou.

Daí até o final o voluntarioso mas hoje limitado ABC pressionou (quase empatou aos 44em cabeçada de Joelson pra fora) e o Azulão se defendeu com aplicação para garantir uma vitória importantíssima.

Três pontos e segunda vitória consecutiva devem ser creditados principalmente à percepção de Sérgio Guedes. Será que o demitido Márcio Araújo faria a mesma leitura e tomaria igual providência com a mesma rapidez? Acho difícil!

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