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sexta-feira, 1 de junho de 2012

E aí, Tite, como parar Neymar?

Juro que eu não queria estar na pele do técnico do Corinthians. Sinceramente, se eu fosse o Tite, não saberia ao certo o que fazer para tentar anular o quase sempre endiabrado Neymar.

O primeiro jogo semifinal da Libertadores será na Vila Belmiro, provavelmente diante de 16 mil torcedores, a maioria santista. Pressão pura! Gramado é bom e mede 106m x 70m (arredondando, 7420 metros quadrados).

Segunda decisão acontece no tradicional Pacaembu, diante de aproximadamente 36 mil torcedores, a maioria, obviamente, corintiana. Também pressão do começo ao fim. Gramado é dos melhores e mede 104m x 68m (7072m²).

Portanto, ao contrário da impressão que passa, pela proximidade do torcedor, na Vila Neymar vai ter 348m² a mais para dar trabalho ao rígido sistema defensivo do Corinthians.

Ainda não se sabe pra quem vai sobrar a tarefa mais indigesta. A tendência inicial é Tite não mexer na lateral-direita. O detalhe é que Alessandro é esforçado, mas já não tem tanta caixa e alterna altos e baixos.

Sozinho, não vai dar conta. Precisaria da assessoria de um falso ponta (Jorge Henrique) ou meia (Alex) deslocado para o primeiro combate e/ou da cobertura constante de um volante, além da chegada de Chicão, que também não é nenhum menino.

Outra opção seria o voluntarioso Wallace, mas o zagueiro interno vem de lesão séria e cirurgia. Talvez ainda não se garanta sem múltipla ajuda.

Há quem sugira o deslocamento de um dos volantes, Ralf ou Paulinho, para a direita. Besteira! Seria um tiro no próprio pé. Ambos executam suas funções com extrema competência. Paulinho é o melhor e mais completo jogador do elenco. Se for deslocado, não vai chegar para concluir, uma de suas virtudes.

Há, também, alguém que concorde comigo. Embora soe como absurdo, ouso dizer que o quarto-zagueiro Marquinhos pode ser uma boa opção. Jovem, firme, rápido e dono de uma antecipação à la Gamarra, o menino tem fôlego e personalidade para acompanhar todos os movimentos do monstro, que, com espaço, faz a diferença.

Independente da opção individual de Tite, deve prevalecer o incessante trabalho coletivo da defesa menos vazada contra o melhor ataque da Libertadores. Se formar um bloco capaz de congestionar os caminhos do menino, a tarefa corintiana será menos árdua. Nada fácil, mas menos dificultosa.

Sem Ganso, o Santos fica fragilizado. Mas a marcação do Corinthians não pode deixar de prestar atenção nas ações ofensivas de Arouca e Juan ou do incendiário Léo para encostar em Neymar. Difícil acreditar que Muricy vai optar por Alan Kardec na armação.

Na briga de cachorro grande, entre o campeão brasileiro e o da Libertadores de 2011, a principal individualidade, capaz de desequilibrar, é o camisa 11 da Seleção Brasileira.

Cabe a Tite achar o homem certo e o esquema compatível. Se apenas procurar imitar um Velez de marcação ostensiva, pode ser suicídio. Nós, brasileiros, não temos a determinação, a pegada bem mais agressiva dos argentinos.

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